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Renata Felinto honra a potência feminina nas suas pinturas e performances

A artista paulistana faz parte da mostra coletiva Birico – Poéticas Autônomas em Fluxo, em cartaz no Sesc Bom Retiro

Por Helena Galante
14 fev 2022, 08h30
Renata Felinto Sesc
 (Divulgação/Divulgação)
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Logo que a pandemia estourou no Brasil, a mãe da artista plástica Renata Felinto fazia uma visita à filha no sertão do Ceará, onde é professora universitária. “Os vôos foram suspensos e ela não conseguiu voltar para sua casa, em São Paulo. Enfrentar os primeiros quatro meses com ela por perto trouxe muita segurança”, conta Renata. A sensação de preenchimento foi traduzida numa aquarela com uma orixá Nanã gigante e forte que segura três pessoas (foto acima). “Somos eu e minhas crianças, nos sentindo acolhidos por minha mãe.” A peça integra a exposição Birico – Poéticas Autônomas em Fluxo, em cartaz no Sesc Bom Retiro, em São Paulo, até o dia 27.

Renata Felinto Sesc Bom Retiro
A performance “Axexê da Negra” consiste num enterro espiritual das mulheres amas de leite (Divulgação/Divulgação)

O coletivo Birico nasceu como uma iniciativa on-line para dar suporte para artistas (tanto os que expõem em galerias quanto os que vivem em situação de vulnerabilidade social, principalmente na região da Cracolândia) com a venda de obras de arte. “Quando recebi o convite, aceitei de imediato. Aqui, no Ceará, já tinha uma atividade com o objetivo de ajudar mulheres que são mães solo.”

A preocupação de Renata em extrapolar os limites do mundo da arte aparece também na escolha dos temas de suas performances. Em Axexê da Negra (foto acima), ela propõe o enterro espiritual de mulheres que foram amas de leite no Brasil escravocrata. Além de fotografas, há uma reprodução da pintura A Negra (1923), de Tarsila do Amaral, cuja modelo foi uma “mãe preta”, uma mulher escravizada na fazenda da família da artista modernista no interior paulista.

Renata Felinto Sesc Bom Retiro
(Divulgação/Divulgação)
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O tema da maternidade aparece em outras produções da sua carreira, não só no lugar do afeto, mas também da exaustão. “Trabalho as vivências que me atravessam. Acho estranho como a sociedade trata as mães. Todo mundo é filho ou filha e já viu momentos de tensão e cansaço. Voltar meu olhar para Nanã é, inclusive, entender que os filhos dos deuses e das deusas são criados por todo mundo. Criar é função para uma família, que pode ser uma família de amigas.” Acompanhadas, inclusive da arte, é mais fácil não encarar a função como um peso.

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