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O mundo precisa considerar os discursos das mulheres do Oscar

Indicadas e apresentadoras aproveitaram a premiação para deixar mensagens sobre temas como meio ambiente e participação das mulheres na sociedade

Por Da Redação
Atualizado em 10 fev 2020, 18h33 - Publicado em 10 fev 2020, 17h02
O diretor de "Coringa", Todd Phillips, convidou a compositora para participar do filme pelo Instagram (Kevin Winter/Getty Images)
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Desde de as primeiras denúncias de assédio por parte do produtor hollywoodiano Harvey Weinstein, que ganharam força após o movimento Me Too, o palco do Oscar nunca mais foi o mesmo. A onda de apoio entre mulheres mundo afora relatando situações de abuso e até estupro fez com que celebridades criassem o movimento Time’s Up. Em 2018, atrizes, diretoras e produtoras usaram broches e distintivos especiais para demostrar apoio à organização.

Dois anos depois, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas ainda demonstra falhas em relação à diversidade de gênero e etnia dos indicados. Mesmo com o reconhecimento histórico de Parasita, primeiro filme que não fala a língua inglesa a ganhar a categoria principal, a premiação deixou de lado diretoras responsáveis por filmes que estão entre as 100 maiores bilheterias do momento e atrizes negras como Lupita Nyong’o, que impressionou o público por sua interpretação em Nós.

Com o microfone em mãos, as participantes da cerimônia, seja como indicadas ou apresentadoras, elas não perderam a oportunidade de passar um recado para a Academia e para o público no geral. Por isso, reunimos momentos especiais e inspiradores da premiação.   

Janelle Monae

A cantora Janelle Monae foi a escolhida para abrir a cerimônia. Sua apresentação teve referências de filmes como Nós, protagonizado por Lupita como dissemos, e participação do icônico Billy Porter. Entre um verso, Monae disse ao vivo: “Nós celebramos hoje as mulheres que fizeram filmes incríveis”, valorizando o trabalho de todas as profissionais. A artista ainda completou: “Estou muito orgulhosa de estar aqui como artista negra e queer contando histórias. Feliz mês da história negra”. Confira um trecho da apresentação:

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Melhor Trilha Original

O anúncio do vencedor da categoria Melhor Trilha Original no Oscar foi feito por um trio de peso: Sigourney Weaver, Brie Larson e Gal Gadot, que deram vida às super-heroínas Cabo Ripley, Mulher-Maravilha e Capitã Marvel nas telonas.

Antes de revelar o resultado do envelope, Gal e Brie aproveitaram o encontro para homenagear Sigourney, que foi responsável por abrir as portas para as mulheres interpretarem e protagonizarem enredos heroicos.

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Em tom de brincadeira, as três falaram à plateia que gostariam de um “clube da luta”. E ainda explicaram as regras: “o vencedor ganha sushi e tequila à vontade, mas o perdedor precisa aguentar uma série de jornalistas perguntando como é ser uma mulher de Hollywood”, polemizaram.

Logo em seguida, Weaver explicou: “Brincadeiras à parte, só queremos ficar aqui juntas e dizer que todas as mulheres são super-heróis”. Assim como Hildur Guðnadóttir, vencedora na categoria, que fez um trabalho impecável em Coringa. A trilha, que foi criada apenas com base no roteiro, embalou os bastidores do set, enquanto Joaquin Phoenix interpretava o protagonista.

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Ao receber o prêmio, que foi entregue pela terceira vez a uma mulher, Hildur também fez questão de abordar um dos pontos mais debatidos da premiação: a participação das mulheres. “Para as meninas, as mulheres, as mães, as filhas que ouvem a música borbulhando lá dentro: por favor, fale. Precisamos ouvir suas vozes”, reforçou a vencedora.

Carol Dysinger 

A diretora Carol Dysinger conquistou o Oscar de Melhor Documentário em Curta-Metragem por Learning to Skateboard in a Warzone (If you are a girl) (Aprendendo a andar de skate em uma zona de guerra – se você é uma garota, em tradução livre). A produção apresenta o dia a dia de meninas afegãs, que não tinham acesso à educação e ao esporte, mas têm suas vidas transformadas pelo trabalho social de uma ONG.

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Em seu discurso, a diretora contou mais detalhes sobre a importância do trabalho social abordado no filme. “Eu trabalho no Afeganistão desde 2005 e este filme é a minha carta de amor às corajosas meninas daquele país. Para chegar de Cabul até aqui, foi preciso não desistir e ter o trabalho de muitas professoras, o tipo de professora que tento ser na NYU Film Academy, o tipo de professora de Skateistan. Elas ensinam às garotas coragem, a levantar a mão e dizer ‘Eu estou aqui, eu tenho algo a dizer e eu vou andar naquela rampa. Não tente me impedir’”, disse Dysinger.

Jane Fonda

Com os fios brancos naturais, Jane Fonda subiu ao palco do Oscar para entregar o principal prêmio da noite: Melhor Filme, que foi conquistado por Parasita. Um importante elemento no look da atriz foi a forma encontrada por ela para se posicionar na premiação, o casaco vermelho, que Fonda utiliza em todas as manifestações que participa em prol do meio ambiente, às sextas-feiras. Inclusive, ele a acompanhou na delegacia, já que Jane foi presa algumas vezes por conta de seu ativismo.

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Jane Fonda
(CRAIG SJODIN/Getty Images)

Leia mais: Rosa millennial, brilho e muitos babados: os looks do Oscar 2020

+ Natalie Portman faz a homenagem às diretoras não indicadas

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