“Nós, Madalenas”: fotolivro evidencia os diversos significados do feminismo
A obra, da fotógrafa Maria Ribeiro, também debate temas como representatividade e corpos reais
No início da carreira de Maria Ribeiro, quando cursava audiovisual, a fotógrafa sentiu um incômodo que partia não só das aulas, mas também dos trabalhos que participava no meio publicitário: todas as imagens de mulheres eram manipuladas – ajustavam o corpo, a pele e até as pequenas marquinhas ou manchas de nascimento.
“Até hoje acho que as pessoas têm um pouco de dificuldade de entender o nível de irrealidade dessas fotografias. Eles não tiram uma estria no Photoshop, mas puxam, esticam, mudam as proporções e os biotipos”, reflete à CLAUDIA.
Naquele momento, o termo “feminismo” estava crescendo nas redes sociais, ampliando os significados da pauta. Foi aí que Maria teve a ideia de convidar mulheres a escreverem o significado da palavra em seus corpos e fazer um clique em preto e branco. O resultado foi parar no Tumblr, uma plataforma online que viralizou nos anos 2000.
“Quando vi, mais de 50 mil pessoas acessaram meu trabalho e muitas delas queriam ser fotografadas. Fiz esse projeto ativamente durante dois anos e lançamos o primeiro livro“, conta. “Depois o projeto teve um hiato grande e, há alguns anos, retomei em outra configuração – convidando pessoas que sei que têm uma história com o feminismo e divulgam sua necessidade.”
É essa produção recente que dá vida a nova edição de “Nós, Madalenas”, publicado pela Editora de Cultura e com lançamento previsto para o dia 12 de dezembro. A obra conta com fotos de personalidades como Sonia Guajajara, Tati Bernardi, Iana Villela, Renata Corrêa, entre outras.
A obra é uma celebração visual da diversidade de histórias femininas, que aborda questões de identidade, corpo e empoderamento. “Ao contrário da primeira edição, que tinha muito sobre amor e acolhimento, essa fala sobre a indignação com a misoginia, com o machismo e com o patriarcado. Considero isso importantíssimo porque a indignação traz movimento e mudança”, reflete.
Segundo Maria, a premissa do projeto é tirar as mulheres do espaço de objeto e trazê-las para um lugar de autonomia e de protagonistas de seus próprios corpos. Para os leitores, a ideia é que consigam entender o feminismo como uma saída de situações e sentimentos como isolamento, inadequação e sobrecarga.
“Esse é o bonito da arte: comecei a fazer isso como uma forma de cura pra mim, mas acaba sendo cura para todas nós.”
Na data de lançamento, haverá um evento na Livraria Martins Fontes, na Avenida Paulista, em São Paulo, das 18h às 21h. O debate conta com a mediação de Carol Ito e as convidadas Dri Ferreira, Maria Carolina, Sofia Menegon, Helô D’Angelo, Verônica Oliveira e Anna Virgínia, – todas fotografadas para o livro –, promovendo um espaço de conversa e troca sobre representatividade.
Nós Madalenas
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