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Maya Angelou: ativista negra, poeta e mulher revolucionária

Conheça a história de Maya Angelou, mulher inspiradora que foi uma das maiores ativistas do movimento negro nos Estados Unidos.

Por Júlia Warken
Atualizado em 16 jan 2020, 16h02 - Publicado em 4 abr 2018, 11h42
Maya Angelou, em 2010, aos 82 anos (Kris Connor/Stringer/Getty Images)
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Maya Angelou, uma das mais importantes ativistas negras dos Estados Unidos, completaria 90 anos no dia 4 de janeiro de 2018. Em sua homenagem, o Google lançou um Doodle emocionante em que diversas celebridades e a própria Maya declamam seu célebre poema “Still I Rise” (“Eu ainda me levanto”). E vale a pena conhecer a história dessa grande guerreira.

Quem foi Maya Angelou e por que ela tornou-se importante?

Ela nasceu com o nome de Marguerite Ann Johnson, em 1928, na cidade de St. Louis, Illinois. Vivendo entre Illinois e a Califórnia, sua infância não foi fácil: Maya passou cinco anos sem falar nada, devido ao trauma de ter sido estuprada aos sete anos de idade. O agressor era namorado de sua mãe e foi morto pelos tios dela.

Não bastasse ter sido violentada, ela também sentia-se culpada pela morte do homem. Maya contou ao mundo essa história através de seu primeiro e mais famoso livro, a autobiografia  “I know why the caged bird sings” – “Eu sei por que o pássaro canta na gaiola”, em português.

Publicado em 1969, o livro fez com que Maya Angelou se tornasse uma das primeiras mulheres negras a emplacar um best seller nos Estados Unidos. Infelizmente, a versão da obra em português brasileiro só pode ser encontrada em sebos, caso você tenha muita sorte.

Mas essa mulher já havia sido pioneira muito antes disso. Aos 16 anos de idade, ela viria a ser a primeira mulher negra a trabalhar como motorista do transporte público de São Francisco. Pouco tempo depois, tornou-se mãe solo, mas isso não a impediu de tentar a chance de Hollywood.

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No cinema e na TV, ela foi diretora, roteirista, produtora e atriz. Também arriscava-se como cantora, mas, na indústria fonográfica, Maya brilhava mesmo era nos discos não cantados – em que o artista declama textos. Ela venceu três Grammys na categoria de Melhor Álbum de Palavra Falada ou Álbum Não Cantado.

Ainda no campo artístico, além do best seller poderoso que colocou seu nome no mapa (e que deu origem a outras seis autobiografias), Maya também era poeta. Seu poema mais célebre, “Still I Rise” tornou-se um icônico manifesto do movimento negro nos Estados Unidos.

Mas a contribuição de Maya para o movimento jamais esteve limitada à escrita. Ela militou ativamente pelo fim da segregação racial nos EUA e foi amiga pessoal de Martin Luther King e Malcolm X. Também trabalhou em missões humanitárias na África, nos anos 1960. Décadas mais tarde, viria a ser conselheira dos presidentes Bill ClintonBarack Obama.

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A ativista recebeu diversas condecorações durante a vida, incluindo a Medalha Presidencial da Liberdade, a maior honraria concedida a um civil nos Estados Unidos. Essa medalha lhe foi dada em 2011, por Obama. Três anos depois, Maya viria a falecer, em 28 de maio de 2014, aos 86 anos.

Negra, sobrevivente da violência, jovem batalhadora, artista e ativista. Maya Angelou foi um grande exemplo de mulher e é maravilhoso ver que seu trabalho e sua história continuam vivos. Em tempos de tamanha intolerância é mais importante do que nunca relembrar a trajetória de uma guerreira tão inspiradora.

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