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Vítimas de violência doméstica, paciente e terapeuta lançam livro “Eu Escolhi Viver”

Yannahe Marques contou com a parceria da sua terapeuta Rose Rech, que também é vítima de violência doméstica, para escrever o título

Por Nathalie Páiva
Atualizado em 30 jun 2021, 13h32 - Publicado em 29 jun 2021, 11h50

Há dois anos, Yannahe Marques foi vítima de uma trágica tentativa de feminicídio, quando seu ex-companheiro e pai de dois de seus filhos tentou matá-la com uma arma. Ela foi atingida por um tiro, mas conseguiu resistir. Já seu agressor, após o atentado, se matou.

Mesmo em um outro relacionamento, no qual teve mais um filho, era difícil assimilar tudo. Só com acompanhamento profissional, ela se reconheceu como vítima de violência doméstica e sobrevivente de feminicídio.

Imaginando quantas mulheres também não perceberam os indícios de um relacionamento perigoso, Yannahe pediu ajuda e apoio de sua terapeuta, Rose Rech, para escrever um livro contando sua história. Assim, outras mulheres poderiam ter noção de como identificar que o companheiro talvez não seja o príncipe encantado que elas imaginam.

Dessa forma nasceu o Eu Escolhi Viver, publicado pela Editora Citadel, escrito por Yannahe Marques, com a co-autoria de Rose Rech. A terapeuta a ajudou a relembrar dos fatos para compartilhar na publicação, visto que muita coisa se perdeu da memória após o trauma.

“Eu decidir contar essa história em um livro, porque gostaria de acordar essas mulheres que, assim como eu, não fizeram nada, não denunciaram, não tentaram se libertar antes, não lutaram por isso mais cedo e se esconderam”, diz a autora, que também se viu perdida por muito tempo em meio ao silêncio estarrecedor.

Yannahe conheceu o ex-companheiro em uma festa, quando ainda eram bem jovens. “De início foi um cara muito legal, alegre, para cima, bem festeiro. Ele já agressivo, mas ão enxerguei esse sinal de início. A primeira vez que terminamos, ainda no namoro, ele me ligou de madrugada e disse: ‘Se você não for minha, não vai ser de mais ninguém, presta atenção no que você tá fazendo, se não eu vou te matar'”, lembra.

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Na época, a possessividade do companheiro era apresentada para a vítima como um sinal de afeto, distorção comum nos relacionamentos abusivos. “A gente acha bonitinho e que ele ama demais”, diz, Yannahe, que sofria agressões esporádicas em um primeiro momento.

“Só que foi se tornando mais comum e eu perdoava. Ele chegou a me dar uma surra e ficamos seis meses separados, mas ele ia todos os dias na minha casa durante esse tempo. Eu me culpava, achava que era uma pessoa difícil de lidar e assim ia inventando desculpas para perdoa-ló sempre”, desabafa sobre um dos seus maiores arrependimentos.

Rose também foi vítima de violência doméstica e, assim que identificou o perigo do relacionamento, conseguiu se separar. Na época, ela ainda não era terapeuta, mas mesmo assim notou que havia algo de errado. “Na minha primeira relação, aos 19 anos, vivi um relacionamento abusivo com o pai da minha filha durante três anos. Me separei quando ela tinha oito meses”, explica a terapeuta holística.

De acordo com a 14º Anuário brasileiro de Segurança Pública, a cada dois minutos uma mulher é agredida no país e 10 mulheres são mortas por dia vítimas de feminicídio.

“Infelizmente a gente tem aquele ditado: ‘Em briga de marido e mulher ninguém mete a colher’. Essa ideia atrapalha muito as pessoas que observam isso de fora. Elas acham que não devem se meter, mas está errado. Se você sabe de uma agressão, faça alguma coisa e não permita que aquilo aconteça. Não existe mulher que goste de apanhar e ninguém merece passar por isso”, salienta Rose.

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Para fazer uma denúncia, ligue para o número 180 (Lei Maria da Penha) ou 190 (Polícia Militar). A central vai ouvir o caso e dar todas as orientações necessárias. Se você é uma vítima e não se sente confortável de procurar esses canais, fale com alguém próximo e da sua confiança.

Para adquirir o livro Eu Escolhi Viver (Editora Citadel), clique aqui. A obra física custa 49,90 reais e o e-book 31,90 reais. 

 

 

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