Assine CLAUDIA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Por que “Emily in Paris” foi parar em escândalo do Globo de Ouro

Viagens luxuosas, festas exclusivas e salários altos estão entre as acusações contra a associação responsável pela premiação

Por Da Redação
Atualizado em 4 out 2022, 10h16 - Publicado em 24 fev 2021, 09h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Vamos falar de Globo de Ouro, mas, por um momento, esqueça a pompa do tapete vermelho, as estatuetas e os discursos emocionantes, porque o assunto é embaraçoso. No último domingo (5), o jornal Los Angeles Times publicou uma reportagem com uma série de acusações de atos irregulares da Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPQ), instituição responsável pelas indicações e premiações da cerimônia.

    Publicidade

    Para quem não está familiarizado com o Globo de Ouro, ela é uma das principais premiações de cinema e TV dos EUA e a 78ª edição acontecerá no próximo domingo (28).  A escolha dos finalistas é feita por 87 jornalistas de diversas nacionalidades, que são coordenados pela HFPQ.

    Publicidade

    O caso veio à tona a partir de um desentendimento da jornalista norueguesa Kjersti Flaa com a associação. Segundo Flaa, a HFPQ alimentava uma “cultura de corrupção” por impedir o ingresso de especialistas, como ela, no comitê de avaliadores, que receberiam “milhares de dólares de estúdios, canais e celebridades para quem eles entregam os prêmios.” Os regalos seriam a moeda de troca pelo silêncio dos possíveis infratores. 

    A acusação da jornalista foi julgada como improcedente por um juiz federal em novembro do ano passado, porém a história não foi esquecida. “Achei que o processo fosse mexer nas coisas. Somos uma organização arcaica e a Associação de Imprensa precisa de pressão externa para se transformar”, disse um membro da HFPA em depoimento anônimo para o veículo. 

    Publicidade

    “Quando você pensa que é um grupo tão pequeno que toma as decisões, é assustador. Mas o verdadeiro problema é que os estúdios precisam deles. O Globo de Ouro é o evento mais importante antes do Oscar”, informou outra fonte da associação sem revelar a identidade. 

    Quais são os atos irregulares cometidos?

    Com a possível desculpa de analisar os bastidores das produções, jornalistas da HFPA seriam presenteados com viagens luxuosas em hotéis com diárias de mais mil dólares, festas exclusivas com estrelas do cinema e da TV e jantares na conta dos produtores de Hollywood. 

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Outra fonte de dinheiro para os membros da associação é contrato da premiação com a emissora NBC, que transmite a cerimônia. De acordo com a reportagem, em 2020, os jornalistas receberam 27,4 milhões de dólares, aproximadamente 150 milhões de reais pela atuação no prêmio. 

    E não para por aí! Para assistir aos filmes, os 24 membros recebem individualmente cerca de 19 mil reais, que são somados aos 17 mil reais para oito artigos escritos para o site da Associação.

    Publicidade

    A quantia exorbitante foi atenuada pela associação com a adoção de práticas de solidariedade, como a abertura de bolsas de estudo voltadas para cursos de arte e cinema.

    “Associações como essa existem para benefício da indústria e não para benefício dos membros”, alertou o advogado Douglas Varley para o jornal. Assim como ele, Daniel Kurtz, advogado especialista em instituições sem fins lucrativos, como a HFPA, entende que o cenário financeiro da premiação é incomum. 

    Publicidade

    “Às vezes, faço piadas com produtores sobre quanto custaria para comprar uma indicação ao Globo de Ouro”, respondeu um especialista em marketing do Oscar.

    Continua após a publicidade

    Bola fora

    A indicação de Emily em Paris, série da Netflix, a duas categorias é vista como um exemplo dessas acusações de luxos em troca de nomeação para o prêmio. Segundo o veículo, em 2019, 30 integrantes da Associação visitaram o set de gravação da série em Paris com direito à hospedagem em hotel cinco estrelas.

    Do outro lado, sem denúncias de regalias para os membros, está a série I May Destroy You, da HBO, de fora das indicações mas prestigiada pela crítica.

    “Mas no final, todo mundo adora ganhar um prêmio, e com todo o dinheiro e exposição que aparecem com algo dessa magnitude, se torna uma bola de neve que você não consegue impedir”, afirmou outra fonte da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood.

     

     

    Publicidade
    Publicidade

    Essa é uma matéria fechada para assinantes.
    Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

    Domine o fato. Confie na fonte.
    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    Impressa + Digital no App
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital no App

    Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!

    Receba mensalmente Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições
    digitais e acervos nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.

    a partir de R$ 12,90/mês

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.