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Em documentário, Paula Braun mostra amor de casais juntos há 50 anos

Em sua estreia como diretora, Paula se debruça sobre as delicadezas e dificuldades da vida a dois de idosos no documentário "Ioiô de Iaiá", da Globoplay

Por Isabella D'Ercole Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
16 out 2021, 10h00
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om o cronograma da produção e as tarefas da agenda em mente, Paula Braun chegou à casa de um casal de idosos que seriam personagens de seu documentário, Ioiô de Iaiá. A agitação foi interrompida com um simples convite: “Vamos tomar um café e comer um bolinho”. “Eles atravessam as coisas e nós atropelamos”, define Paula, sobre a experiência da maturidade e os aprendizados que ela traz.

Sua estreia como diretora foi muito aguardada. Apesar do filme ter sido lançado este mês na Globoplay, Paula começou a pensar nele em 2010, 2011, quando teve a ideia de fazer uma composição romântica sobre o amor entre pessoas idosas que estão juntas há muito tempo. Só que, algum tempo depois, quando começou a gravar, o trabalho foi enveredando por outros caminhos.

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“Minha veia cinematográfica não me permitiu fazer uma coisa só bonitinha, eu queria que fosse profundo, que abordasse a riqueza dessas construções”, fala ela. Quando chegou para a primeira gravação, percebeu que o homem sofria com demência senil, fato que não estava identificado nas pesquisas da produção.

“Não estava nos meus planos falar disso, mas é tão parte da vida quanto todo o resto. Faz a gente enxergar o mundo de outra forma. Precisei entender como colocar isso de modo respeitoso, que não causasse uma exposição desnecessária”, completa a diretora.

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Ela e a equipe passavam, em média, três dias com cada casal. No primeiro, notava que as pessoas queriam contar suas histórias, mas ainda existia um verniz; no terceiro, mais confortáveis, era possível enxergar os efeitos da longa convivência e marcas dos altos e baixos do amor.

Paula Braun sorri com o rosto virado para o lado
(Arthur Germano/Divulgação)

“A relação vai mudando, mas carrega tudo. E esses casais viveram outros tempos, uma sociedade diferente, então não dá para tentar enxergar a história deles pela nossa ótica. É preciso se despir disso e apenas ouvir”, fala a atriz, que tirou essa lição durante a produção.

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“A gente perdeu a capacidade de escutar o outro verdadeiramente. Estamos no celular, digitando mensagens, marcando dez coisas para fazer num mesmo dia. A calma deles é inspiradora. Temos muito a aprender nessa convivência”, reflete.

Outra perspectiva

O espaço de tempo entre a ideia de Paula e a finalização do filme foi preenchido por outros projetos, pela pandemia e também pela busca de mais personagens, que refletissem as ideias de pessoas de diferentes origens, cidades, religiões e opiniões. Ver o resultado final fez Paula entender o impacto pessoal que o trabalho causou.

“Mudei muito meu jeito de viver. Não tenho interesse nessa coisa do minuto a minuto fatiado para fazer caber um monte de coisas ou de um dia que só valeu a pena se tem uma grande realização. As coisas pequenas, assistir ao mundo acontecer, às vezes, valem muito a pena”, explica.

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O envolvimento foi tão profundo que Paula planeja seguir trabalhando o tema de outras formas. “Mais do que o amor ou a vida a dois, me interesso pela velhice. É uma fase da vida na qual todos nós queremos chegar e nos esforçamos para isso. Ao mesmo tempo, não conseguimos entender exatamente como é olhar para trás e entender que há mais passado do que futuro antes de viver isso por nós mesmos”, fala.

Para Paula, essa epifania se tornou mais forte após a maternidade – ela é mãe de Flora, que completa 11 anos este mês, e Benjamin, 6, ambos fruto da relação com o ator Mateus Solano.

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“Quando você não tem filho, existe uma sensação de que é jovem para sempre. Aí o bebê começa a engatinhar, andar, falar, pedir mesada e você entende que o tempo passa rápido demais. Surgiu essa vontade de querer investigar esse tempo, onde ele nos leva e como chegamos lá”, conclui.

 

 

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