Conheça a história real de Rainha Charlotte e do Rei George III
O casal é retratado na nova minissérie da Netflix, "Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton"
Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton chegou à Netflix no dia 4 de maio e, como esperado, está fazendo sucesso no streaming e nas redes sociais. A minissérie, derivada dos livros escritos por Julie Pottinger, mais conhecida por seu pseudônimo Julia Quinn, acompanha parte da trajetória da jovem Charlotte (interpretada por India Amarteifio). A produção é levemente inspirada na verdadeira rainha da Inglaterra, que foi casada com o Rei George III (1738-1820).
Fomos em busca dos arquivos reais para entender mais detalhes dos protagonista desta história e fizemos um resumo de pontos chave, que também estão na série Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton. A minissérie tem detalhes críveis e ainda melhor, acerta em pontos que outras adaptações falharam. Confira mais abaixo:
A história de Rainha Charlotte e do Rei George III
Sophie Charlotte de Mecklenburg-Strelitz (1744-1818) foi a rainha consorte do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda após a união dos países. Há registros históricos de que ela foi a primeira monarca da Inglaterra com ascendência africana e os quadros que a representam sofreram um “embranquecimento”. Sophie Charlotte nasceu na Alemanha, em 19 maio de 1744, e era a filha mais nova do duque Charles Louis Frederick de Mecklenburg-Strelitz e da princesa Elizabeth Albertina de Saxe-Hildburghausen.
Charlotte se mudou para a Inglaterra aos 17 anos para se casar com o rei, que tinha 22 anos, e só o conheceu o altar. A série dá uma romantizada no primeiro encontro deles. Ela gerou o primeiro herdeiro em menos de um ano após a união do casal, o príncipe de Gales, que mais tarde se tornaria o rei George IV.
Ao longo do casamento, o casal teve 15 filhos, sim, 15 filhos! Sendo eles: Jorge, Príncipe de Gales, Príncipe Frederico, Duque de York e Albany, Príncipe William, Duque de Clarence, Charlotte, Princesa Real, Príncipe Eduardo, Duque de Kent, Princesa Augusta Sophia, Princesa Elizabeth, Príncipe Ernesto, Duque de Cumberland, Príncipe Augustus Frederick, Duque de Sussex, Príncipe Adolphus, Duque de Cambridge, Princesa Mary, Duquesa de Gloucester, Princesa Sophia, Príncipe Octavius, Príncipe Alfredo e Princesa Amelia (ufa!).
Sua residência oficial era o Palácio de St. James, um dos mais antigos palácios da Inglaterra, apesar de George já ter adquirido outra propriedade, a Buckingham House. Quando a família real se mudou oficialmente para lá, o local se tornou o Palácio de Buckingham.
Assim como na série, a fama de Charlotte durante o reinado não foi das melhores e reza a lenda que isso tem a ver com o fato dela ter traços “diferentes”. Para bom entendedor, meia palavra basta. Voltando aos registros da época, isso se dá ao fato da rainha ter ascendência africana. Essa situação é bem contextualizada em Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton.
A adaptação da Netflix também acerta em mostrar que a rainha governou mais que George, já que ele ficou conhecido como “Rei Louco”. Se hoje em dia distúrbios mentais causam interpretações equivocadas, imagine no século XVIII. Os sintomas do monarca se assemelham a um tipo de transtorno esquizofrênico ou bipolar. Nos arquivos reais, médicos relatam que a instabilidade mental do rei foi causada por um distúrbio físico hereditário chamado porfiria (um problema que afeta, principalmente, o sistema nervoso, a pele e outros órgãos).
Nos anos 1990, foi lançado o filme The Madness of King George, que em português ficou com o título de As Loucuras do Rei George. A produção retrata a história do casal e quem interpreta Charlotte é Helen Mirren. Bridgerton foi a primeira adaptação que colocou uma atriz negra para viver a rainha – e há quem reclame disso nas redes sociais, alegando que não condiz com a história.
“George III é amplamente lembrado por duas coisas: perder as colônias americanas e enlouquecer. Isso está longe de ser toda a verdade”, diz seu arquivo real. O rei viveu por 81 anos (o que é muito tempo para a época) e tinha momentos de lucidez, bem parecido com o que é retratado na adaptação da Netflix. Devido aos problemas mentais, o rei ficou incapaz de governar na última década de seu reinado. O filho mais velho dele com Charlotte foi quem assumiu como príncipe regente a partir de 1811.
Para conhecer o lado mais romantizado e com uma pitada de humor dessa história, a minissérie Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton, composta por 6 episódios, está no catálogo da Netflix.