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Dani Moraes é escritora, jornalista e especialista em escrita terapêutica
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Com letra miúda e coração gigante

Neste ano, voto pelas vozes silenciadas, oprimidas. Voto pelo que me ensinaram meu pai, minha tia e minha mãe: a liberdade é um valor inegociável

Por Dani Moraes
Atualizado em 28 out 2022, 14h02 - Publicado em 28 out 2022, 14h00

A primeira vez que votei foi em 1998. Desde então, anoto num pedacinho de papel, que me obriga a fazer uma letra miúda, o nome de todos os candidatos que escolhi até hoje. Sim, eu poderia digitalizar tudo, salvar e guardar na nuvem. Mas no fundo gosto de revisitar aquele “paperzinho”, como diria meu pai, a cada eleição.

Naquelas anotações têm mais do que um punhado de nomes, números e partidos, têm história. Vestígios da construção e da evolução do meu próprio pensamento político, estruturado na ideia de que o voto, além de um dever, é um direito que, mais do que cumprido, deve ser honrado. Um direito conquistado sob dor, sacrifício e coragem.

Por isso, nunca anulei meu voto, nunca votei em branco, nunca achei que tinha o direito de me omitir ainda que algumas vezes estivesse distante das opções dos meus sonhos. Não abri mão de fazer escolhas e mantive, como orientação intransferível, a responsabilidade de ser parte de um coletivo.

Essa motivação agora se tornou absoluta, na medida em que nossos valores mais profundos estarão refletidos em cada voto. Valores que revelam capacidade empática, pertencimento, senso de justiça e conexão com a dignidade humana.

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Neste ano, voto pelas vozes silenciadas, oprimidas. Voto pelo que me ensinaram meu pai, minha tia e minha mãe: a liberdade é um valor inegociável e pressupõe respeito ao outro. Voto pelo direito ao voto, à discordância, ao debate, à democracia. Voto para que todos possam seguir votando, inclusive quem não concorda comigo.

Voto pelas minorias e também pelas maiorias. Pelas mulheres, pelas crianças, pela ciência, pela educação. Contra a fome, o racismo, a misoginia, o negacionismo, o descaso, a falta de escrúpulos. Voto pelos mortos em vão, pela dor das despedidas impedidas. Pelo sufocamento da razão e da compaixão, pela falta de ar.

Voto pelos amores que se foram e que se cá estivessem votariam por tudo isso também. Voto pela arte, pela cultura. Voto para resgatar o fio da esperança, a possibilidade de amanhã. Voto para retomar o direito ao sonho e ao futuro. Voto para defender os ideais de equidade e, sobretudo, voto junto a quem mais respeito e admiro. Celebrar quem está ao meu lado nesta trincheira vale mais do que qualquer desfecho.

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Voto por quem luta pelo direito à vida, pela proteção da floresta, pela promoção da paz e do diálogo. Voto pela bondade radical. Neste domingo, anoto Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Haddad na minha listinha.

A opinião das colunistas de CLAUDIA não necessariamente representa a posição oficial da revista.

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