Manual para “chegar lá”: o orgasmo feminino como presente para toda a vida
Aprenda 6 passos para alcançar o orgasmo e se redescobrir no autocuidado
Venho como ministra interina do prazer — nomeada por mim mesma, claro — entregar o único presente de Natal realmente útil: um manual de você para você mesma. Me agradeça depois.
Dezembro chega com esse espírito de “vida voltando a fluir”, astros se alinhando, mas, entre nós, tem uma área da vida feminina emperrada há séculos: o orgasmo feminino.
Sempre nos disseram que prazer feminino era detalhe, frescura, luxo — ou, pior, uma ameaça. Fomos censuradas na infância, castradas na adolescência, apressadas na vida adulta.
“Hoje, enquanto 76% dos homens chegam lá quase sempre, 79% de nós não têm orgasmos regulares”
Crescemos ouvindo sobre o orgasmo como troféu masculino, não como caminho nosso. Hoje, enquanto 76% dos homens chegam lá quase sempre, 79% de nós não têm orgasmos regulares. Não é falta de capacidade, mas de educação sexual, de estímulo certo, de tempo, de clima, de reconhecimento. É estrutural.
E aí inventaram mais uma cobrança: a do “prazer empoderado”, que virou quase um check-list espiritual — três orgasmos por dia, gratidão, Namastê. Não, amor. Não é mais uma meta para você falhar. O orgasmo é um processo, não uma performance.
Será que é por isso que temos preguiça do próprio prazer? Por que somos tão carinhosas com o mundo, mas tratamos nosso corpo como tarefa de última hora? Por que nos tocamos com pressa, sem presença, como quem paga boleto?
Autotoque não é emergência; é autocuidado. É um ato íntimo de reconhecimento — “eu existo, eu sinto, eu mereço”. Prazer gera poder. E poder é o que sempre tentam tomar da gente.
Então, aqui vai meu convite natalino: um manual simples e poderoso. Não para cumprir meta, mas para lembrar que você tem direito ao que sempre foi seu.
Por que temos preguiça do próprio prazer? Por que somos tão carinhosas com o mundo mas tratamos nosso corpo como tarefa de última hora?
Manual para se tocar:
(para mulheres que querem voltar para casa: o próprio corpo)
1. O clima não é frescura. É fisiologia
O corpo precisa aquecer e a mente silenciar. E o clitóris, coitado, precisa de sangue: cerca de 200 ml a mais para entrar em modo “estou pronta”. Por isso, a luz baixa, a vela acesa, a música e a água quente, não são perfumaria. São portais. Não subestime o ambiente. Ele é essencial para o rito.
2. A mão tem que chegar antes da urgência
Nada de toque apressado, automático, robótico – você não está resolvendo um problema. Passe a mão pelo abdômen, pelas costas, pela lateral das coxas. Sinta a textura da própria pele — há quanto tempo você não repara nisso? – e descubra terrenos ainda não mapeados.
3. Respire. E solte a garganta
Se você aperta a voz, aperta o assoalho pélvico. Se solta a voz, solta o corpo. Orgasmo não nasce de músculo contraído, mas de entrega muscular. A respiração é o volante dessa viagem.
4. Toque no ritmo do corpo, não da expectativa
Cada mulher tem uma geografia. Tem ritmos, direções, intensidades próprias. Não existe “o jeito certo”, existe o seu. Comece de leve. Aumente quando o corpo pedir — se pedir. Não pule etapas. O corpo sempre avisa — a gente é que nunca escutou.
5. Quando vier, deixa vir
Não controle. Não “puxa de volta”. Não tente entender. É só sentir. Se solte.
É a parte em que a cabeça precisa sair da frente — e a gente sabe como é raro permitir.
6. Depois, agradeça sua própria companhia
Você voltou para você. Você se cuidou. Você se escutou. Quando uma mulher aprende a se tocar, aprende a exigir do mundo — em todos os sentidos — com mais respeito, mais tempo e mais verdade.
Esse é o manual. A revolução é íntima, mas o impacto é público. E começa na ponta dos seus próprios dedos. Compartilhe com suas amigas. A revolução começa no clitóris, mas não termina nele.
Boas festas!
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