Palavra em moda. A americana Brené Brown popularizou o termo que dá permissão para o fracasso, demérito ou para tropeços inerentes à vida. Antes colocados embaixo do tapete, ressurgem fortinhos – sem vergonha de sua forma raquítica. Aproveitemos!
Aliás, eu mesma sou uma mulher madura que celebro, escancaro, gozo as minhas quedas. Claro que eu não gostaria de tê-las. Falar de êxitos salva a conta do analista. Agora, dura de marrédeci, sem grana para mergulhar em minhas neuroses, eu acabo usando o meu atitude50 como divã. Falo tanta merda. Vazam em mim muitas fraquezas. Sim, eu uso a minha veia bem humorada para ser anti-narcísica, parafraseando Caetano, meu Narciso tirou férias. Leoninos – eu e ele – sabemos o quanto custa remover o manto da majestade, mas ando sem autoestima desde que minha conta bancária virou mais devedora do que azulada.
Esse movimento de se perceber frágil é duro. Eu zombo, mas não é pra principiantes. Rumo aos 60 anos vejo tantos sonhos abandonados, tantas magoas presentes como um pijama incômodo. Mas sabe, quero zunir tudo isso longe. Com responsabilidade, mas sem tanta pressão. Estudo educação financeira (meu gargalo); faço meditação grátis com um indiano; retomei minhas caminhadas. E ouço os podcasts da Brené. Num deles, ela usa cita discurso do Roosevelt que eu reproduzo aqui: “Não é o crítico que importa, nem aquele que aponta o dedo quando o outro tropeça, nem aquele que diz o que o outro deveria ter agido de forma diferente. O mérito é do homem que está na arena com o rosto cheio de poeira, suor e sangue. Que se empenha, que erra. Uma, duas, três, quatro vezes. Aquele que no final, embora conheça o triunfo da vitória, pode até fracassar arriscando ser imperfeito”. Bonito, né? Palavras curam.