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Kika Gama Lobo

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Focada na maturidade como plataforma pessoal, a jornalista Kika Gama Lobo escreve sobre as sensações e barreiras que as mulheres 50+ vivenciam

“Os Outros”: Sim, estou viciada na série

Uns dirão: pesada demais. Outros falarão: é fantasiosa, não tem gente assim. Não tem? Olha em volta!

Por Kika Gama Lobo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
12 jul 2023, 11h36
série os outros globoplay
Série tem assustando muita gente: será que é mesmo tão ficcional assim? (Globoplay/Divulgação)
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Viciada na série do GloboPlay, Os Outros. Uns dirão: pesada demais. Outros falarão: é fantasiosa, não tem gente assim. Não tem? Olha em volta! É tanta maluquice diária, gente explosiva com cara de santa; histéricas com capa de serenas. Medicadas pagando de zen. Por isso estou encantada com a mente ardilosa de todos os personagens. Ninguém é bonzinho. Há uma brecha para o mal entrar. Não entra na nossa vida? Por que não seria retratado na ficção?

Parecemos frágeis e dóceis e, de repente, explosão raivosa? Aliás esse “de repente” é onde o problema mora. Nada é súbito. Há um banho-maria que aquece nossas neuras e um dia, do “nada”, a temperatura sobe. A pandemia revelou nossas menores e maiores neuroses. O pano caiu. A fofa que habita em nós saiu pra um rolé e se perdeu. Pelo visto não vai achar mais o caminho de volta. E ainda damos conselhos, oferecemos ombro, confortamos nossos pares enquanto estamos estragadas.

Vai dizer que estás inteira? Eu sou um esqueleto balançante que vaga errante enquanto me acho super ok. E é nessa tomada de consciência ( ou seria tombada?) que admito uma Ruth-Raquel morando em mim. Nada ficou em pé. Nada faz muito sentido. Nada é de fato o que é. Preciso ser humilde e encarar que a loucura alheia também me pertence. No transporte público diário, olho, no vagão feminino, mulheres exaustas. Algumas maquiadas para tentar disfarçar a dor da alma. Mas meu radar de melancolias é preciso. Não passa nada. E vocês sabem que eu mesma sou um ser despedaçado.

Nunca escondi minhas cicatrizes e meu andar cambaleante diante do empobrecimento, do envelhecimento e das mazelas em viver em um Brasil desnivelado socialmente. O que me resta? Escrever para não enlouquecer e, no meio disso, assistir a essas séries que tratam do que é humano. Mesmo que pensemos que toda essa maluquice só aconteça com os outros.

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