Inveja me define. Além de achar a mulher linda – com suas rugas e marcas do tempo – eu sempre percebi o gestual do seu corpo e mãos como de uma elegância incrível. Faz a pobre e a milionária com a mesma fleuma. Olhar e timbre de voz firmes e marcantes. Um marido amoroso passou por sua vida e filhos modernos e ativos lhe ladeiam.
E penso, 90 anos. Caraca, é muita vida. E o melhor, sempre vivendo a vida dos outros. Ser atriz é mentir com permissão e ainda ganhar por isso. Eu, por vezes, adoro inventar que não sou eu. Quando me perguntam sobre mim, falseio: “Oi sou Mônica. Veterinária. Moro em Cabo Frio com meu cachorro. Solteira, sem filhos” e sigo na maior cara de pau, inventando minha existência. Imagina fazer isso sem culpa?
Acho que atores e atrizes vivem mais pois vivem outras vidas. Dão um tempo no ramerame do cotidiano e fazem a egípcia desopilante. E assim, abrem espaço pra reflexão da vida real. Por isso estou tão feliz em engatinhar como semi-atriz. Estou investindo no meu standup para me apresentar pelos palcos da vida. E neste aniversário da musa das artes do Brasil, revejo sua carreira e tento me contaminar com seu talento. Se conseguir um sopro de mimetismo, já estarei realizada. O próximo passo é comprar seu livro e desvendar as sutilezas do destino. Fernandona, obrigada por existir. Fica firme por aqui! Cheers!
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