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Jornalista especializada em meio ambiente e sustentabilidade, @jennyannthomas foi repórter e colunista de Veja e explica os efeitos dos nossos impactos no planeta.
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O trabalho destas mulheres restaura a caatinga e gera renda a famílias

Ao longo de dez anos, um grupo de agricultoras fortaleceu uma cooperativa que sobrevive de frutas do Nordeste

Por Da Redação
18 dez 2020, 17h00

No município de Pintadas, no interior da Bahia, a agricultora Silvany Silva Lima assumiu a liderança de um movimento na região que estimulou a geração de renda e a preservação ambiental. Há dez anos, ela e outras duas mulheres deram início a uma pequena cooperativa, a Ser do Sertão, para produzir polpa de umbu, um fruto típico da Caatinga, a região semiárida mais biodiversa do planeta e único bioma exclusivamente brasileiro.

cooperativa Ser do Sertão
Cooperativa Ser do Sertão (Luis Fernando Ricci-wribrasil/Divulgação)

A Caatinga ocupa 11% do território do país. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) prevê um aumento entre 2°C e 5°C até 2100 no semiárido brasileiro e dados do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens e Satélites (Lapis), ligado à Universidade Federal de Alagoas (Ufal), mostram que 12,85% da região já está em processo de desertificação. 

“Costumo dizer que o pé de umbu é um pé de dinheiro verde. Traz um sustento a mais para as nossas famílias”, disse Silvany. A percepção sobre o valor da natureza nem sempre foi assim. De acordo com a agricultora, os moradores da região não tinham o hábito de derrubar as árvores, mas matavam os pés pequenos que surgiam no quintal e impediam que eles crescessem. “Hoje a gente não faz mais isso. Acontecia porque a gente não tinha a experiência para entender a riqueza que o Nordeste tem com o pé de umbu”, contou.

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Silvany
(Bruno Felin WRIBrasil/Divulgação)

A população também passou a cultivar novos umbuzeiros e a preservar os que já existem nos arredores. “Começamos a fazer um trabalho com todas as pessoas da região. Não só para proteger o umbu, mas também todas as plantas nativas da região”, disse. O trabalho de três mulheres se expandiu e hoje são dez que fazem parte da cooperativa como produtoras de polpa na fábrica, e entre 30 a 40 mulheres vendem o umbu. “Elas estavam desempregadas e agora têm o seu sustento para a sobrevivência da família. Para mim, isso é tudo”, disse Silvany. 

De acordo com a diretora comercial da Ser do Sertão e gerente de produção da Delícias do Jacuípe, Girlene Almeida, há um produtor que começou a plantar acerola em 2016, quando a indústria começou a produzir, e hoje tem 167 pés na propriedade. “Quem derrubou pé de umbu em Pintadas, hoje quer ter, embora do plantio até uma árvore começar a produzir sejam necessários cerca de 10 anos”, diz. 

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Silvany
(Bruno Felin WRI Brasil/Divulgação)

O trabalho, que começou artesanal, ganhou apoio de organizações públicas, privadas e da sociedade civil, como o WRI Brasil, para se tornar uma fábrica bem estabelecida, batizada de Delícias do Jacuípe. A agroindústria tem a capacidade de processar 2,4 toneladas de fruta por dia, que é a sua capacidade máxima, em alguns meses do ano. Além do umbu, viram polpa congelada frutas nativas da Caatinga como cajá-umbu e maracujá da caatinga, além de outras como acerola, manga e goiaba.

 

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