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Bailarina e jornalista, ou jornalista e bailarina. Tanto faz. A coluna fala sobre métodos, histórias, entrevista pessoas, mostra tendências, espetáculos, entre outros assuntos relacionados, mas colocando em tudo isso o mais importante: seu grande amor pela dança
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No Dia da Bailarina, entrevistamos o elenco do musical “Funny Girl”

Conversamos com os atores e bailarinos Giulia Nadruz e André Luiz Odin

Por Flavia Viana
Atualizado em 2 set 2023, 11h04 - Publicado em 1 set 2023, 19h45

No Dia da Bailarina, comemorado hoje, 1º de setembro, a minha coluna de CLAUDIA comemora em dose dupla essa data tão especial para todos os profissionais da área. Para celebrar o dia de hoje, eu entrevistei dois artistas incríveis que estão em destaque em um grande sucesso da Broadway na capital paulista, o musical Funny Girl.

A atriz, cantora e bailarina Giulia Nadruz já passou por aqui quando estreou no musical West Side Story, aclamado pela crítica e pelo público, e agora comemora conosco falando sobre o sucesso do novo projeto, onde é protagonista. Junto com a gente mais um destaque, o ator e bailarino André Luiz Odin.

Giulia e André conversaram com exclusividade com a coluna sobre carreira, escolhas, o sucesso de Funny Girl e claro, sobre dança! Pra mim é sempre uma grande honra ter a oportunidade de estar ao lado de pessoas e profissionais tão incríveis, e dividir com vocês aqui nesse espaço dedicado a essa arte tão apaixonante. Então, vamos celebrar?

Funny Girl, ganhou uma versão brasileira, e fica em cartaz no Teatro Porto, em São Paulo, até o dia 8 de outubro. Entrando um pouco na história, o musical estreou em 1964 e foi originalmente estrelado pela grande cantora e atriz Barbra Streisand, que também deu vida à protagonista da história na adaptação para o cinema dirigida por William Wyler, em 1968, que foi um enorme sucesso!

No Dia da Bailarina, entrevistas com elenco do musical
No Dia da Bailarina, entrevistas com elenco do musical “Funny Girl” (Divulgação/Divulgação)

Recentemente, o musical ganhou uma nova versão americana que acaba de virar um recorde de bilheteria na Broadway. A montagem é protagonizada por Lea Michelle (que vive papel dos sonhos da sua personagem no seriado Glee, pelo qual a atriz ficou conhecida).

A atriz escolhida para viver o papel da protagonista Fanny Brice na versão brasileira é a linda Giulia Nadruz, que, com apenas 31 anos, tem em seu currículo musicais como West Side Story, O Fantasma da Ópera, Barnum: O Rei do Show, Tick Tick Boom!, Ghost e Shrek.

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No elenco também contamis com a versatilidade no teatro e na dança do ator e bailarino André Luiz Odin, que celebra agora o personagem de maior destaque em sua carreira. Já são 18 anos de trajetória e quase 10 musicais de sucesso da Broadway.

Sobre Giulia Nadruz

Giulia Nadruz em
Giulia Nadruz em “Funny Girl” (Divulgação/Divulgação)

Conhecida de diversos musicais, Giulia Nadruz com passagem também pela TV e pela dublagem, comemora atual momento da carreira, repleto de novidades. Foi ainda na primeira infância que a atriz, cantora, dubladora e arte-educadora Giulia Nadruz se deixou cativar pela dança. A conexão com a arte, iniciada através do Ballet Clássico, logo deu espaço para que outros talentos fossem despertados, como o canto e a interpretação, alimentando a certeza de que havia ali um chamado profissional, capaz até mesmo de interromper um curso de Direito, levado só até o primeiro ano, em função dos primeiros trabalhos com teatro musical.

Sempre estudiosa e buscando aprendizado constante, Giulia, que transitou do ballet ao jazz, passando inclusive por dança do ventre, flamenca e Afro, sem nunca deixar de buscar por aperfeiçoamento vocal, praticando do lírico ao canto para teatro musical, e sendo reconhecida por sua versatilidade artística, indo do drama a comédia com facilidade. Confira a entrevista exclusiva de Giulia Nadruz à CLAUDIA:

Qual o maior desafio e qual a maior realização de estrelar Funny Girl – A Garota Genial?

Essa é uma personagem repleta de desafios: vocalmente, fisicamente, é uma personagem repleta de camadas que segura o show inteiro. A maior realização é exatamente essa! Rsrs. É muito gratificante poder dar vida a uma personagem tão completa e complexa que vai da comédia ao drama passando por um repertório de arrepiar e tirar o fôlego. Eu amo um desafio, então estou me divertindo muito!

Qual é o seu momento preferido do espetáculo? Que difícil escolher um único momento. Posso pontuar algumas das minhas cenas e canções preferidas: Adoro a cena da festa em comemoração à estreia de Fanny no Follie seguida da canção “People” (que é belíssima). Adoro a cena do Jantar com Nick porque é uma das mais engraçadas da peça, logicamente a canção “Don’t Rain on My Parade” é um ponto alto do show e o final que é bem intenso e dramático, acho uma cena linda que mostra muita humanidade.

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Você aprendeu um pouco de circo para as cenas de Barnum: O Rei do Show e agora anda de patins em um momento icônico. Também precisou aprender? Sim (risos). Andei de patins ainda criança como muitas pessoas, mas na fase adulta pouquíssimas vezes coloquei os patins nos pés. Tive que fazer aulas e treinar diariamente para conseguir executar as coreografias nos patins com segurança. Em uma das cenas eu danço e canto nos patins ao mesmo tempo, é um dos momentos mais desafiadores da peça pra mim, mas eu adoro essa cena!

Qual a sua relação com a dança e como você a explora neste trabalho? 

Eu danço desde os cinco anos de idade, comecei com o ballet clássico e depois migrei para o jazz, sapateado dentre outras modalidades na dança. O foco do meu trabalho sempre foi o canto e a atuação, mas a dança sempre esteve presente na minha vida e me abriu muitas portas profissionais no universo dos musicais. Neste trabalho, além do número nos patins, eu danço e sapateio no número da festa que é o maior número de dança do show. Alguns meses antes de começarmos os ensaios me dediquei bastante nas aulas de jazz e sapateado para estar pronta para encarar os desafios coreográficos do show.

Reconhece semelhanças e diferenças entre você e Fanny Brice?

Me considero, assim como a Fanny, uma mulher determinada, resiliente e forte, mas que ao mesmo tempo tem um lado sensível e tem suas fragilidades. Ninguém nesse mundo é só uma coisa, temos nossos momentos de força e de fragilidade. Já fui uma mulher muito mais carente e insegura assim como a Fanny demonstra ser em alguns momentos do espetáculo. Já tive muito problema com baixa autoestima, e assim como ela, tinha o hábito de oscilar entre me achar o máximo e me achar a pior pessoa do mundo. Depois de alguns anos de terapia, sou bem mais bem resolvida, mas sigo evoluindo. Já vivi alguns relacionamentos tóxicos por conta disso tudo, assim como o relacionamento de Fanny e Nick, mas graças a Deus isso pra mim é passado e hoje eu vivo um relacionamento 100% saudável com o amor da minha vida! Pelo menos a gente aprende com os erros (risos).

Você tem outras personagens cômicas marcantes no currículo. Como se despertou para o gênero e o que mais te atrai nele?

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Eu adoro trabalhar com comédia, especialmente quando posso misturar com drama. Dessa forma posso trazer bastante humanidade e contrastes para minhas personagens. A comédia surgiu meio por acaso na minha carreira, sempre de forma muito espontânea…eu não costumo focar em fazer graça, simplesmente construo as minhas personagens com suas camadas e a comicidade vem quando existe espaço pra isso. Lembro de me surpreender com as risadas criando a minha primeira protagonista em Fame e pensar “Olha, as pessoas estão rindo disso que eu tô fazendo, deve estar engraçado!” Rsrs Claro que com o tempo eu fui entendendo a técnica da coisa, fui estudando e hoje não é mais um processo unicamente intuitivo.

Ainda sobre o humor, onde Fanny se difere de personagens anteriores, como Fiona ou Gabrielle?

Cada uma dessas personagens trás o humor de um lugar diferente, mas no fundo todas elas são desajustadas de alguma forma. A Fiona, de Shrek, trazia uma característica de bipolaridade onde, hora ela era a princesa perfeita, hora uma Ogra abrutalhada; a Gabrielle, de Cinderella, ficava em uma linha tênue entre vilã e mocinha, eu brincava com uma voz bem caricata e jargões que não saiam da cabeça; já a Fanny é uma personagem muito complexa e tem um humor mais refinado.

A graça de Fanny existe em estar genuinamente fora dos padrões comportamentais das moças da época e não se importar nenhum um pouco com isso. Sua segurança em ser quem é, ser absolutamente autêntica e não ligar para o que os outros vão pensar, em dizer o que pensa sem titubear, em acreditar em si mesma mesmo que ninguém acredite.

Sobre André Luiz Odin

André Luiz Odin em "Funny Girl"
André Luiz Odin em “Funny Girl” (Jonatas Marques/Divulgação)

Nascido em São Bernardo do Campo e criado em Salto, interior de São Paulo, cidade incentivadora da arte e conhecida como “Salto: Celeiro de artistas”, André Luiz Odin encontrou a arte muito cedo, com apenas 3 anos, quando acompanhava a irmã mais velha nas aulas de sapateado. Naquela época, sua professora já dizia que um dia ele seria um bailarino, palavras que soaram forte na vida de André, que, aos 9 anos, viu despertar seu talento, entre coreografias e passos, a cada ruído de seus sapatos.

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Nesse meio tempo, integrou também o coral infantil da cidade, e viu na junção das duas artes um refúgio e um caminho para o futuro, que acabou o levando para São Paulo, em 2011, onde iniciou sua carreira no Teatro Musical, passando por várias produções da Broadway brasileira até chegar em Funny Girl – A Garota Genial.

“A dança tem um lugar muito especial na minha vida, pois foi onde eu comecei e me reconheci como artista, porém o teatro musical é uma forma onde consigo reunir a dança, canto e interpretação tudo junto e isso é mágico demais. Acredito que cada trabalho e cada personagem que fiz me agregaram muito e fizeram eu aprender algo”, comenta ele, que desfruta de seu primeiro grande coadjuvante, Eddie Ryan.

Em Funny Girl – A Garota Genial, André Luiz divide o palco com os parceiros de profissão e protagonistas Giulia Nadruz e Eriberto Leão, além da veterana Stella Miranda, e celebra seu primeiro personagem com maior destaque na carreira. “No processo de audições eu estava muito nervoso pois queria muito conseguir esse papel e quando veio a notícia, quase não acreditei”, diz o artista.

Em cena, André Luiz Odin é Eddie Ryan, um dançarino que Fanny conhece nos shows de vaudeville. Segundo o artista, Eddie é uma pessoa muito carinhosa que ajuda, aconselha e se preocupa com Fanny e carrega consigo uma personalidade parecida com a sua: “Eles criam, durante o espetáculo, uma relação muito bonita de amizade onde um é força pro outro. E eu sou muito assim com meu marido, meus amigos e minha família. Ele também é um coreógrafo e bailarino na história, e eu também sou em minha vida”, complementa. Confira a entrevista exclusiva de André Odin para CLAUDIA:

Quando e como descobriu sua afinidade com a dança?

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Em 1995, com três anos de idade, acompanhava minha irmã nas aulas de sapateado que ela fazia, e me contam que eu ficava repetindo os passos que via na porta da sala. Somente em 2001, aos nove anos, comecei, de fato, a fazer aulas de dança e nunca mais parei.

Como foi sua trajetória acadêmica dentro da dança?

Comecei através do sapateado e jazz dance na Blow Up e na Construção 7, Academia de Dança na Cidade de Salto, interior de São Paulo. Em 2006 passei a integrar o elenco da Companhia de Dança Faces Ocultas, também em Salto. Lá foi onde aprendi quase tudo o que sei hoje e onde cresci profissionalmente. Tínhamos aulas diárias, todos os dias da semana, de Ballet Clássico, Contemporâneo, Expressão Corporal, Contato Improvisação, Afro, Teatro, além de ensaiarmos o repertório de espetáculos da Companhia. Todos os anos produzimos um curso de férias internacional em janeiro (em Salto) onde tínhamos aulas de todas as modalidades realizando um intercâmbio cultural entre cidades, estados e países. Em 2012 passei a integrar o elenco do Ballet Stagium em São Paulo/SP até 2014.

Quais modalidades pratica e/ou domina?

Ballet clássico, contemporâneo, jazz dance, sapateado, street Dance e suas vertentes.

Qual a sua rotina para se manter ativo e em dia com os estudos da dança?

Tento sempre assistir espetáculos e vídeos para saber o que esta sendo feito atualmente. Academia para fortalecer e diminuir lesões. Experimento sempre movimentações em meu corpo e tento fazer aulas sempre que possível.

Onde a dança já te levou, pessoalmente e profissionalmente? Possui conquistas que considere relevantes?

A dança já me levou para Macau, na China, para representar o Brasil com a Faces Ocultas Cia. De Dança em uma Mostra de Dança Internacional onde nos apresentamos e fizemos aulas com professores de 15 países e culturas diferentes. Conheci quase todos os estados brasileiros abrindo e participando de diversos Festivais de Dança. Também ao Paraguai em um intercâmbio entre companhias. A dança me abriu muitas portas, portanto sou muito grato por tudo o que vivi e ainda vou viver.

Muitos personagens que vivi no teatro eram relacionados à dança também como o Mr. Braithwaite em Billy Elliot, Sargento Garcia em Zorro, Nasce Uma Lenda, Brian Edwards em Donna Summer Musical e agora com Eddie Ryan em Funny Girl.

No teatro musical, já integrou elencos de muitos espetáculos onde pôde mostrar seu talento. Gosta de trabalhar dentro deste universo, que acaba sendo mais amplo em relação a quem se dedica somente a companhias e Festivais de dança? Eu amo trabalhar com teatro musical e sempre quis! Acredito que essa união entre a dança, o canto e a interpretação é enriquecedor e desafiador. Fico cada vez mais apaixonado. Mas acredito que o teatro musical, companhias de dança, e festivais são ambientes completamente diferentes entre si e cada um com seus méritos e desafios.

Com o tempo, a sua carreira no teatro musical foi te levando também a viver personagens, onde a atuação e o canto se faziam presentes, para além da dança. Como foi isso pra você? É onde eu me encontro realizando meu sonho profissional. Desde criança, assistindo filmes como: Dirty Dancing, Mudança de Hábito 2, Mary Poppins, entre outros, quis fazer musicais justamente porque amava imitar o que via. Então eu vivia dançando e cantando em todos os lugares. Viver isso profissionalmente hoje em dia me faz perceber que estou trilhando uma trajetória profissional muito bonita com muito amor e respeito a essa profissão.

Atualmente você vive seu primeiro grande coadjuvante, em Funny Girl, e tem seus momentos de brilhar com o sapateado. Como tem sido essa experiência?

Tem sido incrível. Não queria que acabasse, rs. Tô amando poder viver o Eddie, dividir o palco com artistas tão incríveis como Stella Miranda, Giulia Nadruz e Vânia Canto. A produção, a equipe e o elenco inteiro são impecáveis e só tenho coisas boas para falar. O Eddie Ryan é um personagem parecido com quem eu sou, é incentivador, amigo, bailarino e coreógrafo, ele é aquela pessoa que está sempre pronto para ajudar. Estou muito feliz de fazer parte disso tudo e contar essa história.

O que a dança representa pra você?

Representa a liberdade. Dançar me liberta, me move, me faz descobrir possibilidades diferentes, me faz bem, e como faz bem! A pandemia foi extremamente importante para perceber que sem a dança eu não sei e não consigo viver. Por isso eu digo, se você não dança, comece a dançar, de qualquer jeito, do seu jeito, sozinho, acompanhado, em casa, na rua, onde quer que seja. DANCE! É uma força inexplicável.

Sobre Funny Girl

O espetáculo, que se passa na época da Primeira Guerra Mundial, acompanha a trajetória da jovem judia Fanny Brice, que morava no Lower East Side e sonhava em ser uma atriz famosa. Ela consegue seu primeiro emprego no Vaudeville, mas sua mãe, a Sra. Rose, tenta dissuadi-la da carreira no show business alegando que a filha não tem uma beleza padrão.

Ajudada e encorajada pelo jovem dançarino Eddie Ryan, ela logo vê sua carreira decolar, começa a explorar o humor em suas apresentações e se torna a estrela de Ziegfeld Follies. Certo dia, ela conhece e se apaixona pelo jovem

Nicky Arnstein, um jogador compulsivo. Mas enquanto Fanny ascende em sua carreira, o relacionamento deles se deteriora. Para Gustavo Barchilon, que se lembra com carinho das músicas de Funny Girl interpretadas por Barbra Streisand desde a infância, pois sua família as reproduzia em casa, o musical transcende a questão do feminismo e fala sobre o poder da mulher.

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