Vamos conversar?
Conversar é esse ato de reconhecer a legitimidade de outra mulher distinta de nossa realidade
Todo dia 8 de março falamos, debatemos e trazemos as pesquisas que demonstram as enormes diferenças entre os gêneros na nossa sociedade. Discutimos as injustiças e as violências. E é muito importante que assim o seja, já que essa é uma data de luta por equidade.
No entanto, eu quero trazer uma possibilidade de ação diferente, mas que produz efeitos semelhantes no atuar: conversar. E porque escolher esse verbo?
Nossas vidas foram invadidas por redes sociais, contatos, e-mails, chats e todas as formas de comunicação possíveis nos últimos anos, mas perdemos uma capacidade fundamental nesse processo: a do estabelecimento do diálogo. Penso que para exercermos o ato de dialogar com as pessoas, precisamos fazer quatro movimentos: ESCUTAR, REFLETIR, RESPEITAR e FALAR. Atualmente, exigimos que as crianças saibam fazer isso para que sejam “educadas” e “emocionalmente inteligentes”, mas vejo que, nós adultas/os, estamos fazendo esse circuito com as demais pessoas cada vez menos, principalmente com as mulheres e entre nós, mulheres.
Nós somos múltiplas e cada uma possui uma experiência, um maternar, uma rotina e uma forma de entender a vida. Conversar é esse ato de reconhecer a legitimidade de outra mulher distinta de nossa realidade. É não decretar que o quê não vivenciamos é menor ou menos importante. É pluralizar as falas e ampliar as experiências. É acolher e respeitar as igualdades para que as diferenças possam ser parte da equação de uma sociedade mais justa e equitativa.
Quero conversar sobre ser mãe e sobre não ser mãe; sobre o múltiplo e o único em cada mulher. E que isso possa ser celebrado com a mesma intensidade que as histórias dos Homens. E em especial, quero poder falar sobre Felicidade: essa que acontece de repente, mas que é fruto de um processo pessoal em cada uma de nós, mulheres.
Obviamente, quero um 8 de março que produza, como efeito de nossas lutas diárias, mais leis e políticas públicas para as mulheres em todas as áreas: saúde, educação, trabalho, estudos e vida pessoal. E quero um 8 de março com muita conversa, respeito, reflexão, escutas e falas. Ou seja, eu quero tudo e não vou me contentar com nada menos que isso. Para nenhuma de nós.
Afinal, para o mundo mudar é preciso que uma pessoa comece a falar. Nós, mulheres, já somos um batalhão. Nossos maternares são múltiplos e únicos e já passou da hora de sermos devidamente reconhecidas. Dias melhores certamente virão! E vamos juntas! É possível sermos melhores, sempre!
Vamos conversar?
Se quiser entrar em contato comigo, Ana Carolina Coelho, mande um e-mail para: ana.cronicasdemae@gmail.com – e no Instagram: @anacarolinacoelho79
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