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Por Atitude 50
Focada na maturidade como plataforma pessoal, a jornalista Kika Gama Lobo escreve sobre as sensações e barreiras que as mulheres de 50 anos vivenciam
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Subindo a rampa

Se o filho do lixeiro e do banqueiro têm a mesma educação, podem largar do mesmo patamar e não esse abismo total em que vivemos

Por Kika Gama Lobo
4 jan 2023, 14h58

Emoção pura. Ali, naquela subida coletiva, me vi. Não pela política, mas sim pela miscigenação. Na maturidade visto-me de todos. Sou um pouco minha avó, minha mãe, minhas filhas. Sanduíche de gerações nessa pororoca chamada Brasil. Minha avó era filha de costureira, mulher simples que se educou para entrar na sociedade local através de um casamento com um bem nascido. Minha mãe, do lar, tinha potencial para ser muito, mas, por causa de uma doença incapacitante, limitou-se em sua vida inventada. Eu, meio proletária de butique, insisto em ter um caminho de luta quando podia ter casado com um playboy e estar nas Maldivas. Sigo no BRT. Mas esse ano mudo isso. Tô cansada do lerê que me impus. Minhas filhas, quase Messias ( o original), nasceram prontas. São zen e enxergam a figura toda. Pedem consumo consciente, meditação e gratidão. Fico boba em pensar que gerei duas fadinhas. E naquela subida vi um pouco de todas nós. Vão dizer: populismo. Que seja. Foi lindo pensar que quem subia ali era a oportunidade. E eu sempre desejei essa abertura para todos. Se o filho do lixeiro e do banqueiro têm a mesma educação, podem largar do mesmo patamar e não esse abismo total em que vivemos. E eu, sem cocar ou bengala, tive uma epifania no sofá. Ver aquele Brasil novo representado me deu esperança. E olha que não sou Poliana. Costumo ser rude e rasa nos meus desejos. Mas explodi em abundância. Se vai dar merda, se vamos nadar para trás, se tudo foi apenas representação imagética, não importa. Em mim, causou um maremoto. Começo o ano renovada, alegre, ouso dizer que até feliz. Uma felicidade coletiva como a sensação que tive ontem em Ipanema, ao mergulhar no mar para lavar as minhas guias de santo. O posto 9 era só liberdade. Gays se beijavam, casais aplaudiam o pôr do sol, uma maresia de erva e orvalho marítimo se misturavam numa vibe desbunde. O céu era vermelho e as cigarras anunciavam que o verão vai durar. Me senti plena. E era bom.

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