Cruella De Vil volta ao cinema, com protagonismo e uma deliciosa maldade
A colunista Ana Claudia Paixão comenta sobre o que esperar do filme desta vilã icônica
O nome dela em inglês diz tudo: Cruella de Vil. Cruella, obviamente, ressaltando sua frieza e crueldade, e o sobrenome afrancesado, “de Vil”, é devil, diabólica, em inglês. Cruella Diabólica, prazer.
O novo filme da Disney, com Emma Stone e Emma Thompson estreia – finalmente – no dia 28 de maio, depois de um ano de atraso por causa da pandemia.
Não preciso de muito para embarcar em uma nostalgia e, por conta da novidade, me joguei no passado. Afinal, Cruella é uma das vilãs mais populares do universo Disney e cheia de curiosidades!
A personagem foi criada em 1956, pelo escritor Dodie Smith, no livro The Hundred One Dalmatians. Pra gerações mais velhas, inicialmente foi “Malvina Cruella”, um nome delicioso e maldoso como o original, depois, passou para “Cruella Cruel”, igualmente duplicando sua maldade de alma e, finalmente com Glenn Close, em 1996, assumiu o nome original em todos os idiomas traduzidos. Gosto de todas as versões.
Foi a voz rouca da atriz Betty Lou Gerson que transformou Cruella em um ícone, inclusive com sua risada assinatura, mantidas por Glenn Close e, claro, Emma Stone. Mas haverá mudanças importantes.
A “origem” de Cruella não foi explorada no livro ou no desenho. No papel, era uma mulher rica e inescrupulosa, casada com um comerciante de peles. No desenho, era amiga de escola da mocinha, Anita Dearly e desprezava o marido dela, Roger, um músico. Não é à toa que Roger escreve uma canção (sensacional, aliás) em homenagem a ela. Suas feições cadavéricas ressaltavam uma alma obscura com alterações de humor, radicais e rápidas, sinalizando um potencial de bipolaridade.
Já na versão assinada por John Hughes, em 1996, Cruella passou a ser uma designer de moda obcecada por peles de animais, dona da marca Casa dos de Vil. Anita passou a ser sua funcionária e melhor desenhista, com Roger virando um designer de videogames. A nova versão com Emma Stone é uma espécie de “prequel” do filme de Glenn Close (que está produzindo o longa) e volta à infância e juventude da estilista. Em outras palavras, uma versão original que tem a liberdade de completar a história da personagem com fatos desconhecidos até hoje.
Sobre o filme com Emma Stone, se você, como eu, viu os paralelos de Diabo Veste Prada nos trailers, não está delirando – a roteirista é a mesma. Ou seja, pode apostar que veremos lindíssimos modelos e maquiagens. De quebra, como a história se passa no final dos anos 1970, em Londres, teremos também o movimento punk no seu auge, assim como as sementes dos exageros da moda nos anos 1980. A trilha sonora, puxada por uma nova canção de Florence Welch, me dá sinal verde para deixar os julgamentos de lado, aproveitando cada gota da maldade de Cruella Devil. Em qualquer geração!