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Ana Claudia Paixão

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No Rio2C, Alana Leguth enaltece a força feminina na indústria musical

Sócia-fundadora da Kondzilla relembrou trajetória no mercado da música durante palestra sobre 'Mulheres no Poder'

Por Ana Claudia Paixão
18 abr 2023, 10h43
Alana Leguth
Alana Leguth está à frente do movimento HERvolution, projeto dedicado às iniciativas femininas no mercado musical (Foto: KondZilla/Divulgação)
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Frequento o Rio2C há anos, acompanhando o crescimento do mercado ao longo de muito tempo. As palestras dão uma temperatura bem apurada no mercado e, em 2023, meu foco passou menos pelos papos de distribuidores – que anunciam o que vão trazer ou no que vão investir (embora tenha muita coisa boa vindo por aí!) – e fui acompanhar, prestigiar e incentivar executivas que trouxeram perspectiva feminina ao evento.

Em particular, foi extremamente produtiva a conversa sobre “Mulheres no Poder: trajetória, barreiras e expectativas”, que abordou os avanços e os obstáculos ainda presentes para mulheres, em especial na Indústria da Música no Brasil. Saí de lá inspirada.

Entre as palestrantes estava Alana Leguth, sócia da KondZilla e à frente do movimento HERvolution, o projeto idealizado e dedicado às iniciativas femininas no mercado musical. Alana relembrou dos dias solitários como o quando levou o projeto para o canal RedeTV!.

“O projeto era meu, era sobre mulheres e eu, deste tamanho [Alana é pequena], era a única mulher e em uma mesa de reunião com 12 homens”, ela compartilhou. “Ali, entendi que assim não adiantava gritar porque não seria ouvida, só ia sair como a louca. Deixei a reunião acabar, levantei, fui embora e na hora de executar o projeto, ele foi executado da forma como eu quis’, completou sob fortes aplausos.

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“Fui criada num contexto de que filho é pro mundo, meus pais sempre me empoderaram muito, me incentivaram a estudar: casamento ou filho nunca foi posto em pauta pra mim.”

Alana Leguth

O exemplo de Alana foi mesmo um dos mais comentados entre as mulheres da plateia. Farmacêutica de formação, ela está à frente de um dos maiores canais do YouTube (mais de 65 milhões de assinantes), ao lado do marido, Konrad Dantas, a quem apoia incondicionalmente.

Ela credita ao exemplo familiar para auxiliá-la em todas decisões de sua vida, profissionais e pessoais.  “Nunca tive perguntas de quando que ia me casar, sobre netos. Essas questões nunca foram colocadas para mim dentro de casa. Tive que estudar, aprender inglês, praticar esportes, me preparar para o mundo. Por isso, quando entrei no mercado de trabalho, sempre tive esse posicionamento de saber quem eu sou, de saber do meu valor, de saber o que eu estudei, mas a síndrome de impostora existe”, reconheceu.

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A vivência de Alana trouxe à roda vários pontos ainda muito sensíveis para nós mulheres. “É uma luta diária, porque muitas vezes você se invalida, você que se questiona ‘o estou fazendo aqui?’, acha que não pertence a esse lugar, não tem capacidade de estar aqui”, ela comentou.

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“Luto constantemente com isso e são muitos anos de terapia para, diariamente, estar validando que posso, que tenho capacidade, que posso estar ali e que é o meu lugar”, lamenta.

Mas Alana preferiu encerrar o papo pra cima, desarmando uma participante que perguntou sobre não ser um problema para ela ser constantemente lembrada que é “esposa de Konrad Dantas”.

“Não me incomodo com esse título, diferente do que muitas pessoas falam”, falou com calma. “Eu sou eu sou a esposa dele, mas sou a Alana Zeguth, sócia diretora do Conselho, fundadora do Kondzilla, farmacêutica. Sou tudo isso e sou esposa dele. Antes de ser esposa dele, sou tudo isso. Mas eu não deixo de ser esposa dele por ser tudo isso. O apoio dele pra mim foi muito importante também. Ele soube respeitar o meu espaço e ele soube me dar um espaço quando achava que não pertencia”, ressalta a empresária.

“Foi ele quem falou ‘vai’, e ele sempre soube deixar claro pras pessoas que aquele ali era o meu lugar. Ele sempre diz: a Alana ela faz isso, isso, isso e isso. Esse apoio deles é muito importante pra gente também. Me ajudou muito no meu processo em acreditar na minha intuição. Nós não somos loucas”, encerrou. Alguém duvida do volume dos aplausos?

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