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O único defeito de Charlize Theron

Ela diz que descobriu ser a "pior professora", mas - honestamente - duvidamos muito

Por Ana Claudia Paixão
Atualizado em 21 set 2020, 14h10 - Publicado em 11 jul 2020, 09h00

Dona de um Oscar de Melhor Atriz, com o respeito da indústria e milhares de fãs ao redor do mundo, Charlize Theron tem uma das mais sólidas carreiras em Hollywood dos últimos anos. A combinação de inteligência, talento, beleza e foco fazem dela uma pessoa fascinante. Com uma filmografia sólida, a atriz sul-africana está hoje em uma situação de conforto ímpar na indústria onde decide o que e quando quer fazer. Nem sempre foi assim, mas ela mantém os pés no chão. Em plena pandemia, ela conversou com CLAUDIA sobre o novo filme, The Old Guard, que estreia mundialmente na Netflix esse fim de semana. A ligação caiu, mas ela mesma retornou imediatamente. “Me desculpe, parece que estou com uma péssima conexão”, ela adiantou. Charlize diz que tem uma ligação especial com o Brasil, onde esteve de férias mais de uma vez. “Não precisa torcer meu braço para me convencer a voltar”, ela riu. “Eu amo o Brasil”, completou. Apesar dos cínicos pensarem que pode ser clichê, em cinco minutos de papo percebe-se que ela não tem tempo ou paciência para fingimentos. “Em última instância, não quero que a vida passe e seja apenas sobre trabalho. Temos que curtir também”, diz.

 

Charlize nasceu na África do Sul há 45 anos, mas há quase trinta vive nos Estados Unidos. Chegou adolescente, ainda na carreira de modelo, que abandonou para apostar no cinema. Fez dois filmes antes de ser descoberta por ninguém menos que Tom Hanks, que a selecionou para um papel coadjuvante no filme The Wonders – O Sonho Não Acabou. Em poucos anos já dividia as telas com estrelas como Johnny Depp, Matt Damon e Keanu Reeves, impressionando tanto os críticos como diretores. Em 2003 ganhou o Oscar por Monster e alcançou a posição de poder decidir com folga os projetos futuros. Charlize aposta na flexibilidade e apareceu igualmente em filmes de ação, drama, comédias ou românticos. Ela não tem limites.  “Nunca tive ou tenho um plano de longo prazo ou cinco anos”, ela explica. “Como artista a diversidade é o que me move, porque tem que ser histórias que eu queira dedicar o meu tempo, afinal me comprometo com elas por muito tempo e eu tenho duas crianças pequenas em casa”, diz.

 

A maternidade de fato impactou a vida da atriz. Ela não é e nunca foi casada e mantém sua vida pessoal ao máximo possível longe dos jornais e revistas. Os namorados mais conhecidos foram Stuart Towsend e Sean Penn, mas ela não fala deles, assim como evita falar muito dos filhos adotivos, um menino de oito anos e uma menina de quatro anos. Os dois são o centro de toda escolha de Charlize, em todos os sentidos. “Quando faço grandes decisões as minhas escolhas são feitas em família: vai ser bom para meus filhos? Funciona para a gente como uma família? Vale a pena?”, ela explica. “Você tem que ter um entendimento muito claro sobre suas prioridades e as minhas são meus filhos. Eu traço a linha do que quer que interfira com o que meus filhos precisam”, ela explica. E ser mãe solteira pesa mais? “Quando sofro, eu me lembro que não sou a única mulher assim e isso me ajuda. Há muitos pais e mães solteiros trabalhando e dando certo”, diz.

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(Netflix/Getty Images)

A experiência pessoal certamente é uma inspiração. Charlize foi criada por sua mãe, Gerda Maritz, que matou seu pai, Charles, em 1991, em legítima defesa depois de anos de abusos físicos e psicológicos. Charlize testemunhou tudo e tinha apenas 15 anos quando o pai morreu. No início da carreira ela chegou a manter o fato em segredo, dizendo que o pai tinha morrido em um acidente de carro. Hoje não toca no tema, mas não esconde a verdade. Nem precisa.

Ao longo dos anos suas escolhas, mesmo sendo drama ou romance, mantêm em comum a força da personagem feminina. Com o reconhecimento profissional, montou sua produtora e seleciona pessoalmente os projetos que quer estrelar. Filmes como “O Escândalo”, que chegou a ser indicado ao Globo de Ouro. E The Old Guard, que chega à Netflix no mundo todo essa semana.

Baseado na graphic novel de Greg Rucka e Leandro Fernandez,  é mais uma escolha de Charlize no campo de ação. “Recebi o roteiro quando estava gravando “O Escândalo” e tinha a pegada internacional que estava buscando”, conta. O filme era um passo maior porque não apenas foi rodado em diferentes locações, os efeitos e cenas também demandavam um orçamento maior.  “Certamente foi o maior projeto que fizemos até o momento”, comemora.

No filme, ela é a imortal Andie, que lidera um grupo muito especial de mercenários que procuram manter o equilíbrio entre forças do bem e do mal no mundo. Andie, do auge de sua vida milenar, está menos empolgada com o que vê. “No final das contas Andie é uma otimista, mas quando a vimos inicialmente ela realmente está cética e virou um pouco cínica sobre o que está acontecendo no mundo, do fato das pessoas não estarem cuidando umas das outras e ela se pergunta se faz algum sentido. Mesmo que você esteja lutando pelo melhor, faz alguma diferença?”, a atriz comenta dando uma pausa. “Eu me identifico com isso, com ser otimista ainda que existam períodos em sua vida como o que estamos vivendo com essa pandemia. Para mim, pelo menos, fez ver o que realmente importa”, diz.

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Charlize acompanha os acontecimentos internacionais (“temos nossa versão de pesadelo aqui também”, diz sobre Donald Trump), e usou o tempo do isolamento social para se dedicar aos filhos. Ela diz que aproveitou o verão americano para realizar o sonho de estar direto com eles, brincando no jardim e curtindo a folga forçada. Porém descobriu uma fraqueza. “Sou a pior das professoras!”,  riu e insistiu que é verdade mesmo diante da nossa incredulidade para a descoberta do que parece ser o único defeito de Charlize Theron. Temos que confiar na sua avaliação pessoal.

Para o futuro? Mais trabalho, ela garante. Antes de nos despedirmos pergunto se há alguém com quem ainda sonhe trabalhar. Ela não vacila na resposta: “Danny Boyle. Quero muito trabalhar com Danny Boyle”, avisa. Ela tem bom gosto.

Carinhosa, Charlize se despede o pedido mais maternal de todos: “prometa que vai se manter segura na pandemia, ok?”.  Não, Charlize Theron não tem defeitos.

 

 

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