5 dicas úteis para projetar uma cozinha funcional
A arquiteta Gigi Gorenstein dá dicas de como compor uma cozinha não só bonita, mas prática para o dia a dia
A cozinha é, para muitos, o espaço principal da casa. É nesse espaço que os apaixonados pela gastronomia passam muitas horas, além de ser um ótimo local para reunir as pessoas queridas e criar bons momentos. Sendo assim, ela pode – e deve – ter uma decoração bonita e aconchegante, mas não só isso: que facilite na hora de criar seus pratos. Afinal, de nada adianta uma cozinha com estética impecável se ela não nos permite nos sentir à vontade em suas quatro paredes. Mas como formatar uma cozinha funcional?
Armários, gavetas, alinhamento, disposição dos eletrodomésticos… Tudo é levado em conta na hora de planejar um cômodo útil e fácil de utilizar! Para dar dicas certeiras, a arquiteta Gigi Gorenstein dá dicas pontuais sobre o assunto e nos ensina a criar uma cozinha mais prática para o dia a dia.
1) COZINHA FUNCIONAL? FOQUE NAS GAVETAS
Os armários com vários compartimentos são incrivelmente úteis para o dia a dia na cozinha, mas é preciso pensar bem seu espaço para que ele realmente seja prático. A arquiteta sugere investir no conjunto de gavetas e gavetões no lugar em que, geralmente, consideramos para armários. Isso porque elas oferecem mais facilidade, organização e ergonomia na retirada de itens como panelas, tampas e o universo de potes de todos os tamanhos, principalmente embaixo de pias e balcões.
“Essa concepção é interesse, pois interfere na ergonomia das pessoas, que não precisam se abaixar para acessar no fundo”, destaca Gigi. Se a preocupação for manter as gavetas grandes ordenadas, a dica da arquiteta é investir em peças organizadoras, que otimizam e liberam espaço. “Um cantinho a mais para guardar uma panela nova é sempre muito bem-vindo”, ressalta.
2) PLANEJAMENTO FACILITA A VIDA
Apesar de mais trabalhosa e custosa, a marcenaria planejada é o mundo ideal para quem busca uma cozinha pensada sob medida e com maior possibilidade de ter gavetas. Para quem tem pouco espaço disponível, uma marcenaria feita de forma personalizada ajuda a aproveitar melhor cada cantinho. Entretanto, nem sempre é possível recorrer a esse tipo de serviço e, nesses casos, é bom ficar atento na hora de escolher gavetas e armários, que precisam ter espaço suficiente para colocar tudo em ordem.
Já sobre os eletrodomésticos, ela reforça a importância de definir a seleção antes da execução da marcenaria. “Pensando em uma execução planejada e sob medida, eles não podem ser definidos depois. Essa combinação nos permite executar uma cozinha de excelência”, enfatiza Gigi.
Ainda no momento de planejamento, a profissional dá a dica de levar em consideração a regra do triângulo, em que um triângulo imaginário é formado no espaço entre o fogão, a pia e a geladeira – cada item fica numa ponta. Desse modo, as ações ficam mais funcionais para você utilizar os três principais focos da cozinha. “Facilita, por exemplo, ao estar utilizando o fogão, virar para geladeira e colocar algo na pia. A execução desse layout facilita a mobilidade no espaço, pois o morador não precisa realizar um longo deslocamento entre as áreas e consegue preparar tudo com mais facilidade”, explica.
Em contraponto, a arquiteta ressalta também que, atualmente, “a cozinha tem sido usada de uma outra maneira, sem regras, mais livre e não tão engessada pela regra do triângulo.” Quando não é possível aplicar essa técnica, como no caso das cozinhas em formato de corredor, a dica da profissional é providenciar uma área de preparo de pelo menos 50 cm para preparar alimentos e realizar demais ações.
3) PRIORIZE A USABILIDADE DOS UTENSÍLIOS
Não só armários e estruturas planejadas compõem uma cozinha prática, os utensílios do dia a dia são fundamentais para facilitar a vida. Adquirir talheres, tábuas e outros itens apenas pela beleza estética é uma mania a ser abandonada, afinal, o importante mesmo é que sejam eficazes e duradouros. A arquiteta aconselha sempre buscar itens fabricados com materiais de qualidade e que dialoguem com o estilo proposto para a cozinha.
Essa dica serve também para o momento da escolha dos revestimentos, já que uma cozinha funcional deve ser executada com acabamentos resistentes, evitando futuras reformas. Em seus projetos, Gigi prioriza o acabamento da marcenaria com melamina em vez de laca e outros tipos de pintura, que são revestimentos mais fáceis de sofrer algum dano após uma batida. “Para bancadas, prefiro usar quartzo e seus derivados, evitando pedras naturais que mancham com mais facilidade”, aconselha.
4) ILUMINAÇÃO É IMPORTANTE
De nada adianta ter uma cozinha incrível se a iluminação não for agradável, seja ela muito forte ou muito fraca, a ponto de incomodar o uso do espaço. Gigi aponta a importância de trabalhar dois tipos de iluminação na cozinha:
- A luz geral, em tonalidade branca com temperatura entre 3000 K a 4000 K, pode ser considerada para abranger todo o ambiente.
- Considere também os focos de iluminação pontual, como o fogão, a ilha, a bancada ou a mesa da copa. “Nessas situações, recursos como trilhos de luz fixados no teto, pendentes e fitas de LED embutidas são bastante versáteis e respondem bem em diversas situações”, exemplifica.
5) ATENTE-SE ÀS ALTURAS E NÍVEIS
Com a popularização das cozinhas com o layout de ilha, que traz um ar contemporâneo e sofisticado ao espaço, é preciso estar atento à uniformização das alturas, independentemente da finalidade de cada trecho.
“Muitas pessoas acham necessário determinados desníveis entre uma área e outra, mas sempre explico que esses ‘dentes’ formados atrapalham a unidade visual, bem como a utilização no dia a dia. O ideal é que a ilha e a bancada sejam firmadas em uma mesma altura”, pontua.