4 mulheres do design brasileiro que você precisa conhecer!
As brasileiras Noemi Saga, Claudia Issa, Ana Neute e Carol Gay mostram sua força através de designs com traços orgânicos, criativos e sustentáveis
Com seus traços únicos, criativos e cada vez mais sustentáveis, as mulheres têm ganhado força e destaque no mundo do design autoral brasileiro, que há muito já é referência mundial.
A seguir, conheça o trabalho dessas quatro designers brasileiras!
Noemi Saga
As lembranças de infância e as experiências que a designer Noemi Saga coletou até chegar aqui inspiram constantemente a criação de suas peças cheias de autenticidade e brasilidade.
O uso de matérias-primas nacionais e sustentáveis reforçam a conexão e dedicação que a designer coloca em cada produto elaborado.
“Não quero que a pessoa tenha a peça apenas como objeto estático dentro de casa. Eu quero que ela se aproprie, interaja, sinta algo por aquele design”, conta.
Para Noemi, nunca foi tarde para recomeçar e se reinventar: com graduação em Letras e numerosos estudos em design de interiores, jóias e gráfico, sua coragem e persistência para conquistar seus sonhos sempre estiveram presentes.
“Essa teimosia para criar e imaginar, que sempre me acompanhou desde da infância, me fez chegar nessa condição de poder criar minhas próprias peças”, revela.
Sua marca de design, Noemi Saga Ateliê, criada em 2013, traz o conceito da multifuncionalidade e da arte cinética para um produto. Como é o caso do Tapete Moon: é possível usá-lo no chão ou na parede, observando que a composição de cores vai mudando conforme sua posição no ambiente.
Além das criações próprias, o Ateliê faz curadoria de objetos de arte e design, buscando sempre conectar as pessoas aos produtos.
Claudia Issa
Os sentimentos, os sonhos e a intuição fortalecem o relacionamento que a designer e artista plástica Claudia Issa constrói todos os dias com sua grande aliada: a argila.
“As vezes pego um pedaço de argila, coloco na minha frente e, sem esboçar nada, vou vendo o que vai acontecendo; vou intuindo”, relata.
Desde seu primeiro toque na cerâmica, Claudia sentiu seu lado intuitivo florescer e se fortalecer como nunca antes.
“Eu vim de uma área em que você tinha que racionalizar tudo o tempo inteiro, e com a argila eu vi que talvez meu lado intuitivo pudesse falar um pouco mais alto do que o racional”, conta a designer.
Diferente do que se pode imaginar quando se olha para os traços orgânicos e minimalistas das cerâmicas de Claudia, essa não é a sua primeira carreira. Durante anos, a designer trabalhou no universo gráfico e publicitário, porém percebeu que aquela fase da sua vida já não fazia mais sentido, uma vez que sua paixão pelo design já vinha falando mais alto.
O diálogo respeitoso que a artista tem por todos os seus sentimentos e pensamentos responde pela originalidade dos traços minimalistas de seus exemplares e pela linguagem conceitual e atemporal de sua marca, a Konsepta.
“Meu design sempre irá respeitar algo que eu sinto e penso, e não as tendências do mercado”, afirma.
Ana Neute
As criações assinadas pela designer Ana Neute são como uma dança: é arte, se movimentam livremente pelo espaço, ao mesmo tempo que trazem conhecimento e comunicação para o ambiente.
De forma simples e elegante, o design de Ana dialoga com diferentes materiais e formas, porém dentro de uma mesma ideia. “Gosto de não usar tantos recursos para o mesmo design. Gosto de trabalhar com apenas uma única ideia que seja capaz de mostrar qual é a força desse produto”, conta.
Formada em arquitetura na Escola da Cidade em São Paulo, Ana Neute se especializou em design de produtos. Mesmo sendo apaixonada pela criação de luminárias de diversos estilos e tamanhos, em 2019 a designer embarcou em um novo trabalho: a produção de mobiliário.
“Diferentes dos móveis, as luminárias tem muita relação com a arquitetura, com a atmosfera, você acaba não tocando muito nelas”, explica. “Eu estava em busca de algo que tivesse uma interação com o corpo”.
Um dos resultados desse impressionante novo trabalho da designer foi o Espelho Nexo. Ideal para ambientes de transição – entre a entrada e o estar, por exemplo –, este mobiliário foi criado durante a pandemia com o propósito de ser multifuncional.
“É aquele móvel que te recepciona quando você chega da rua. Ideal para colocar chave, sapato, carteira… todos os itens que fazem parte do nosso ritual na pandemia”, explica Ana.
Carol Gay
O mundo ao redor da designer Carol Gay é sua maior fonte de inspiração. “Eu gosto de sair por aí e me inspirar naquilo que já existe; naquilo que não prestamos tanta atenção”, conta.
A designer é capaz de transformar objetos do cotidiano em verdadeiras obras de arte que trazem a sofisticação que o espaço merece. “Eu sempre comento da minha experiência em usar o cinto de segurança como base. Ninguém percebe, mas ele é um material super resistente!”, releva.
“Eu gosto de sempre estar reaproveitando um material que já existe, mostrando que é possível essa revalorização”, afirma a designer.