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Como a tal ‘zona de conforto’ pode ser vantajosa para a carreira

Puxar o freio intencionalmente pode trazer benefícios, em especial se há dúvidas sobre o futuro ou medo de grandes mudanças

Por Isabella Marinelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 17 fev 2020, 16h14 - Publicado em 2 jul 2019, 17h02
 (Reprodução/Getty Images)
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Homeostase é o termo usado pela psicologia para sintetizar o que é zona de conforto. “Um cenário de perfeito equilíbrio entre corpo, mente e emoções, de relaxamento”, explica a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da Isma-BR (International Stress Management Association no Brasil), órgão de estudo e pesquisa do stress.

O diagnóstico positivo do ponto de vista emocional vai na contramão da má fama que o conceito tem quando se fala em carreira. Em um mundo competitivo, em que a eficiência de um sistema é medida por produtividade e inovação, permanecer no mesmo lugar é atitude que remete ao comodismo. “Esse indivíduo pode sofrer julgamento por não se desafiar o suficiente”, afirma a administradora Amanda Gomes, cofundadora do Elas, programa especializado em desenvolvimento de liderança feminina.

Young woman working at desk with laptop
(Reprodução/Getty Images)

São vários os motivos que nos levam a querer ficar nesse espaço de segurança. Em primeiro lugar, estão as características individuais, como entusiasmo (ou a falta dele) para assumir riscos e a disposição para lidar com adversidades. “As pessoas têm estímulos motivacionais diferentes baseados em seu perfil”, diz Amanda. Isso significa que, para alguns, deixar aquela situação de familiaridade – que pode incluir um cargo, o salário, os benefícios, a cultura empresarial ou todos esses fatores juntos – é mais penoso do que para outros.

O fato é que, apesar de a maioria dos livros de autoajuda incitar o salto no escuro como atitude edificante e de crescimento pessoal, o estacionamento na zona de conforto também pode ser necessário e vantajoso. “Transformações repentinas podem gerar o que se chama de stress positivo e stress negativo.

Até cenários felizes, como uma mudança sonhada de casa, acabam virando fonte de tensão. Por isso, há momentos na vida em que é preciso escolher onde está o foco da energia interior e se desejamos mantê-lo lá”, afirma Ana Maria. A seguir, mostramos como aproveitar da melhor forma esse período.

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1- Pense no futuro

“Quantas vezes as pessoas deixam de tomar medidas estratégicas na carreira e, quando percebem, estão frustradas com os resultados?”, questiona Amanda, do Elas. Para não cair nessa armadilha, usufrua da estabilidade financeira e da familiaridade com o emprego atual para repensar os próximos passos profissionais. “É um jeito de ressignificar a zona de conforto como uma posição de reorganização e redirecionamento da vida”, argumenta.

Para tanto, encare uma autoanálise. Refaça planos, avalie quais metas foram atingidas até agora e quais precisam ser perseguidas. Defina os desafios que ainda lhe despertam desejo. Depois, comece a desenhar os degraus que levarão você até lá. Um curso de curta duração fará diferença no seu currículo? E que tal aquele MBA tão sonhado? O intercâmbio vai fortalecer o segundo idioma? Uma temporada de mentoria? São vários caminhos possíveis. Coloque no papel e escolha considerando os momentos que terá para a família, as reservas financeiras e o tempo de que dispõe.

2- Olhe para dentro

Nem sempre valorizada pela cultura de alta produtividade de hoje, a pausa é um mecanismo importante para exercitar o autoconhecimento. Aproveitar o momento em que a carreira navega em velocidade de cruzeiro é valioso para quem está em busca de evolução pessoal e de espaço para desenvolver novas paixões. Sem a autoimposta demanda frenética por aprovação, sobra tempo para olhar o que há do lado de fora das paredes do escritório. Resgate hobbies e areje a mente com novos estímulos – mesmo sem ambicionar grandes revoluções profissionais, as áreas de interesse se destacarão naturalmente.

“Assim como a vida, a carreira também pode ser dividida em fases. Há aquelas em que enfrentamos o excesso de tarefas, almejando crescimento, e as mais leves, fáceis de ser administradas. Quando perceber que não existem ameaças e que pode prosseguir com calma, mantenha o bom desempenho no trabalho, mas também desfrute. Deixe que outras áreas da vida tomem protagonismo”, aconselha a coach de carreira Ana Maduro, de São Paulo.

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3- Crie seu legado

É no lugar de maior familiaridade que os pontos fortes são estabelecidos e reconhecidos. Há vantagens em ocupar a mesma posição por um longo período, tais como conhecer os colegas, compreender a lógica do ambiente e do mercado, além de deter o domínio da teoria e da prática daquela área. Esses são ingredientes essenciais para tornar-se autoridade em determinado tema. Portanto, lance mão desses instrumentos para criar seu legado. Acima de tudo, evite cometer o erro de achar que já sabe tudo.

Existem muitas formas de ampliar o leque de conhecimento. A mentoria reversa, por exemplo, é uma das mais interessantes. “Esse processo se caracteriza por ouvir os mais jovens, como estagiários, para alargar a visão sobre o trabalho, tomando consciência de aspectos que ainda não havia percebido”, explica Ticiana Tucci, psicóloga especializada em coaching, de São Paulo. É possível ainda escolher assuntos específicos, como tecnologia e redes sociais, e se debruçar sobre eles. O importante é aumentar o repertório.

4- Use bem o tempo

Um cronograma já conhecido dá a possibilidade de montar a agenda com mais autonomia. E é desse domínio que vem a satisfação pessoal. Quem chegou a essa conclusão foi a professora Ashley Whillans, da Harvard Business School, após uma pesquisa que avaliou mais de 2,5 milhões de americanos.

O resultado foi publicado na revista da universidade, no artigo Time for Happiness, que destrinchou o poder que o tempo tem sobre a felicidade. O estudo demonstrou que 80% das pessoas sentem que não dão conta de resolver todas as pendências diárias, situação de angústia tão grande que poderia ser comparada à fome. Independentemente da classe social, os pontos negativos se assemelhavam, como altos níveis de ansiedade, depressão e stress. Por outro lado, as que abriam mão de dinheiro por mais tempo livre – seja trabalhando menos, seja delegando tarefas – eram mais alegres. Aprenda a tirar o foco do trabalho e colocá-lo sobre outras áreas da vida. Vá ao parque, marque encontros com as amigas, arrume seu armário ou leia mais.

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