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“Quero o mesmo filé mignon da atrizes brancas”, diz Viola Davis

Atriz falou sobre sua luta por igualdade de salários entre brancas e negras no cinema americano usando uma metáfora gastronômica

Por Da Redação
Atualizado em 13 nov 2020, 12h25 - Publicado em 13 nov 2020, 12h05
Viola Davis participará de evento brasileiro
 (NBC / Colaborador/Getty Images)
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Primeira atriz negra a vencer os três dos principais prêmios da indústria artística – Oscar, Emmy e Tony – Viola Davis, 55 anos, falou sobre sua luta por igualdade de salários entre brancos e negros no cinema americano usando uma metáfora gastronômica:

“Eu quero e espero comer o mesmo filé mignon que as atrizes brancas recebem. Cozido à mesma temperatura. Você não pode me jogar um osso com carne e esperar que seja bom o suficiente para mim”, afirmou.

Ainda usando a mesma figura de linguagem, a atriz disse que ama seus agentes e as pessoas que gerenciam sua carreira mas está ciente da diferença de tratamento entre atrizes brancas e negras. Apesar de saber lidar com isso, apenas não aceita mais essa disparidade.  “Eu amo couve e tudo isso, e sei que para nós deram sobras. Sei cozinhar isso, mas eu quero o filé mignon”, disse em entrevista à InStyle Magazine, da qual é capa da edição de dezembro.

A questão da remuneração tem sido uma bandeira da atriz há alguns anos.Participante do movimento Time’s Up, de atrizes contra o assédio sexual na indústria do entretenimento, Viola Davis também tratou na época sobre a desigualdade salarial e uma das frases suas que figaram célebres na época era justamente sobre este tema: “ As pessoas falam que sou a Meryl Streep negra. Bom, então me paguem como pagam ela”.

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Sobre a consciência de desigualdade revelada nessa frase, a atriz contou que só quando chegou a um certo ponto da carreira e que atingiu um certo nível de expectativa profissional é que teve essa clareza sobre a influência do gênero e da raça no pagamento.

Também revelou que a solidariedade que passa por falar abertamente sobre salário é um dos caminhos para mitigar o problema, mas há que vencer a barreira do ego e da “etiqueta” já que atrizes “não falam sobre isso umas com as outras enquanto tomam uma taça de vinho”.

“ Deveria haver solidariedade com todo mundo. Solidariedade com as mulheres brancas e negras”. Apesar de saber que as diferenças de remuneração são enormes no cinema, a atriz disse ter esperança nas mudanças, nem que para isso precise beber um pouco.

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“Tento manter as esperanças, mesmo que isso exija um pouco de vodca. Se não avançarmos juntas, não vamos avançar”, afirmou.

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