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Claudia Sender: a ‘curva do desânimo’ afeta confiança feminina

Em conversa com Ana Paula Padrão para o Fórum CLAUDIA, presidente da Latam contou como driblou o fenômeno que afeta muitas mulheres na carreira

Por Da Redação
Atualizado em 16 abr 2024, 12h32 - Publicado em 6 mar 2018, 17h35
 (Estúdio Abril/CLAUDIA)
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Presidente da LATAM, Claudia Sender é a primeira mulher a controlar uma empresa aérea no Brasil. Em conversa com nossa Diretora de Redação, Ana Paula Padrão, no Fórum CLAUDIA #EuTenhoDireito, Claudia falou sobre a “curva do desânimo”, que afeta muitas mulheres ao longo da carreira. O evento reúne mais de 20 presidentes de empresa nesta terça-feira (06), em São Paulo.

Claudia afirma que, além de as mulheres serem maioria nas universidades, elas saem com a certeza de que são capazes e com uma ambição maior que a dos homens de chegar aos postos mais altos das companhias. “Mas a ‘curva do desanimo’ vai, pouco a pouco, erudindo a nossa confiança e a nossa ambição. E faz que, no meio do caminho, a gente comece a acreditar que não é capaz”, explica.

Uma pesquisa sobre essa “curva do desânimo” mostra 43% das mulheres aspiram a cargos de alta liderança em seus primeiros dois anos de formadas, versus 34% dos homens. No entanto, esta mesma pesquisa indica que ao longo do tempo, o nível de aspiração delas cai 60%, enquanto o dos homens permanece igual.

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Apesar de as pesquisas ainda não conseguirem identificar o que muda na cabeça das mulheres provocando essa baixa na autoconfiança, a presidente da LATAM tem alguns palpites. “Eu acho que primeiro é a ausência, em muitas indústrias, de um exemplo: uma mulher lá em cima que a gente olhe e fala ‘poxa, ela chegou lá, eu também posso’.”

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Outro ponto levantado por ela é a gentileza com nós mesmas. Ela percebe que a mulher se cobra muito em relação ao trabalho e às funções dentro de casa. “A gente muito frequentemente se pega acreditando que não está conseguindo entregar bem em nenhuma das dimensões.”

ana-paula-padrao-claudia-sender
(Estúdio Abril/CLAUDIA)

Ao ser questionada por Ana Paula se, hoje, sentada na cadeira principal da LATAM, ela enxerga que foi afetada pela “curva do desânimo” no meio do caminho, Claudia disse que ter gestores que acreditaram nela dentro da empresa fez a diferença.

“Eram pessoas que viram em mim o potencial de crescer, que apostaram na minha carreira e me ajudaram a enxergar até onde eu podia chegar antes mesmo de eu ver”, disse. A presidente defende que mentoria é fundamental naqueles momentos em que a nossa confiança começa a faltar.

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Além disso, outro elemento que contribuiu para seu crescimento foi o apoio do marido tanto nas tarefas dentro de casa quanto com palavras de estímulo.

“Eu acho que o companheiro, ou a companheira, que a gente escolhe é absolutamente fundamental. Todos nós temos dúvidas. Até as pessoas que parecem mais autoconfiantes”, defendeu Claudia. “E ter alguém com quem você pode ser você mesma, onde você pode abrir o seu coração e se expor sem nenhum receio – sabendo que a pessoa que está do outro lado tem o seu melhor interesse em mente, e não o dele ou dela –, faz toda a diferença.”

Como mulher no topo de uma grande empresa, Claudia tenta fomentar a confiança em suas funcionárias por três frentes. A primeira delas é explicar aos gestores a importância da diversidade de verdade dentro da empresa. “Gerir alguém muito diferente de você, ou ter um time muito diverso, traz as melhores ideias, mas é superdifícil de conseguir convergir”, disse a presidente da LATAM. “Por isso, eu busco sempre chamar a atenção: ‘Veja bem o que isso está fazendo a gente avançar'”, contou.

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A segunda atitude é sempre incluir mulheres na lista curta quando vagas para cargos de liderança são abertas. Já a terceira, é dar abertura para “conversar com as pessoas que querem falar sobre os seus problemas, as suas aspirações, as suas preocupações”. Para ela, isso é um jeito de devolver o apoio que ela recebeu no passado.

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