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Tudo sobre transição capilar: o que é, como fazer e mais

Pensando em abandonar a química e voltar aos fios naturais? Conheça o processo de transição capilar

Por Adriana Marruffo
14 jan 2024, 08h17

Adeus, química! Nos últimos anos, vimos um crescimento no movimento de aceitação capilar, dos cabelos ondulados aos crespos, com cada vez mais pessoas se reencontrando na natureza dos seus fios e abandonando os procedimentos químicos e fontes de calor, dando início ao processo de transição capilar.

“É um movimento mundial, trata-se da valorização do cabelo natural e, em paralelo, têm o resgate da identidade, é uma oportunidade de se orgulhar de quem a gente é”, coloca Renata Varella, especialista em cabelos crespos e CEO do Clube das Pretas, salão e consultoria pioneira em cabelos crespos e cacheados, que tem entre suas clientes a atriz Taís Araújo.

Esse movimento de libertação capilar vem após anos de adequação ao padrão estético imposto de cabelos longos, louros e, sem sombra de dúvidas, lisos.

Dentro do mundo da beleza, as madeixas onduladas e crespas tendiam a ser vistas como ‘desleixadas’, enquanto os lisos eram o sinônimo de ‘arrumados’.

“Muitas das pessoas que realizam alisamento nunca manusearam ou cuidaram da textura natural desse cabelo, porque começaram desde muito cedo”, aponta Varella. 

Para quem cansou de ficar refém destes produtos e processos químicos, ou quer se reconectar com seus cachos e ancestralidade (o que recomendamos muito!), a transição capilar chega como a resposta.

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O que é transição capilar?

A transição capilar pede pelo abandono dos procedimentos químicos nos fios
A transição capilar pede pelo abandono dos procedimentos químicos nos fios (cottonbro studio/Pexels)

A especialista explica que, em termos práticos, a transição capilar é o abandono de processos químicos nos fios, desde alisamentos até progressivas. Com o fim da química, o fio começa, aos poucos, a voltar ao seu estado natural, acompanhado de um cronograma capilar desenhado para ele.

“Mas, mais do que isso, trata-se de uma transformação interna. Você só faz a transição capilar depois que transformou o seu pensamento por dentro, é de dentro para fora”, aponta a CEO do Clube das Pretas. 

O cabelo volta ao formato natural?

Começar o processo de transição capilar, infelizmente, não significa que os fios danificados voltem ao seu estado natural de forma uniforme: uma vez que foram quimicamente tratados, não tem como (des)tratar.

Por isso, os fios são tratados a partir de cronogramas capilares específicos para o tipo de ondulação e as necessidades do couro cabeludo, mas é somente a partir das raízes que vemos a textura natural. 

Quanto tempo dura a transição capilar?

Vale entender que cada processo é único para o histórico do seu fio e a textura natural, e ele pode, inclusive, demorar anos – já que o cabelo cresce em média 1 a 1,5 centímetros por mês.

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Se alguma amiga ou conhecida já realizou o processo de transição capilar, não espere que o seu seja idêntico ou da mesma duração. 

“O que também não é bom que seja feito é o alisamento mecânico – aquele que você faz com a chapinha – além de escova e prancha. Isso porque o fio tem memória, então, quando você faz esses procedimentos, ele passa a ficar cada vez mais esticado e vai perdendo a forma dos cachos”, estabelece a profissional.

“É um processo no qual temos que ter paciência, mas a gente merece conhecer o nosso próprio cabelo depois de ter isso tirado de nós. É interessante estabelecer prazos fixos e curtos para não perder a motivação, por exemplo, analisar a realidade do seu fio durante a transição a cada três meses. Assim você acaba pensando: ‘Agora que eu já tô nisso há seis meses, que tal testar um ano e ver como o cabelo fica?’, e lembrar do seu direito de não morrer sem conhecer seu verdadeiro cabelo”, reflete Renata.

E o “big chop”?

Os fios são tratados a partir de cronogramas capilares específicos para o tipo de ondulação
Os fios são tratados a partir de cronogramas capilares específicos para o tipo de ondulação. (Michael Starkie/Unsplash)

É bem provável que você já tenha ouvido falar no “big chop”, ou grande corte, em tradução literal. É quando finalmente chegamos ao estágio onde não resta nenhuma parte alisada.

Para chegar lá, muitas mulheres preferem cortar os fios quase que por completo, começando quase do zero, enquanto outras optam por ir removendo pouco a pouco, realizando o big chop apenas quando a parte natural chegar a um tamanho confortável.

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Como lidar com as diferentes texturas na transição capilar?

Ninguém espera que ver seu cabelo em duas texturas opostas seja fácil, especialmente naquelas datas e eventos que requerem um pouco mais de autoestima.

“Se a pessoa não consegue se enxergar com essa diferença nos fios, a gente consegue ir levando de outras maneiras. Eu ensino alguns tipos de penteados ou alternativas para quando a raiz e o resto dos fios não estão mais se conversando, tem gente que oriento a usar trança, outras eu oriento a usar megahair”, explica a CEO do Clube das Pretas.

Nos primeiros meses você pode continuar secando a raiz, para ela ficar parecida com o cabelo natural. Outra forma de disfarçar é usar lenços ou faixas, principalmente aquelas que ficam próximas à testa. O coque e o rabo de cavalo contribuem para essa fase.

Cronograma capilar é essencial na transição capilar

Mesmo que sem a química, você ainda precisa manter a saúde dos seus fios em primeiro lugar, até mesmo no fim da transição. “Eu ensino para as minhas clientes que têm dificuldade em assumir o cabelo: ‘Você tem que começar a mexer nele e criar uma relação com esse cabelo’. No Clube, nós indicamos uma consultoria personalizada para cada tipo de fio, ensinamos como lavar os cabelos com delicadeza e quais são os produtos e métodos que melhor se adequam às madeixas. Nem tudo funciona para todos, não existe uma regra”, explica Renata. 

A profissional ainda conta que encontrar seus produtos ideias é fundamental para o processo de transição, mas isso irá depender do tipo de cacho ou ondulação que seu cabelo possui.

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“A gente passa uma orientação de acordo com o estado de saúde do fio, podendo recomendar um banho de óleo uma vez por semana para hidratar, tanto seco quanto molhado”, aponta. E a dica de ouro de Varella: óleo de coco!

No dia a dia, vale utilizar produtos hidratantes e emolientes (ainda melhor se forem destinados aos cabelos cacheados e crespos), para evitar a quebra dos fios e, ao mesmo tempo, garantir a nutrição e hidratação. O ideal é buscar um profissional que te ajude entender exatamente o intervalo entre hidratações, reconstruções e reposições de nutrientes que o seu fio precisa. 

Como modelar os cabelos na transição capilar

Como contamos em matéria recente, durante todo o processo – especialmente quando os novos fios começam a crescer –, é fundamental mudar o jeito de cuidar do cabelo, inclusive na lavagem.

Para preservar os fios – que ficam mais propensos a quebras na junção entre as partes lisa e encaracolada –, aplique xampu só no couro cabeludo, lave com movimentos delicados e limpe o comprimento apenas com a espuma que escorre do topo da cabeça, com uma fórmula suave.

Fazer a limpeza do comprimento com um condicionador próprio para isso (os chamados co-wash) também é uma boa opção, pois essas fórmulas não contêm detergentes pesados.

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Outra dica preciosa é abusar dos tratamentos pré-lavagem, que podem ser feitos com cosméticos ou óleos naturais (de coco, de uva, de rícino, de copaíba). Eles formam uma capinha sobre os fios, protegendo-os durante a higienização

Na hora de modelar, vale apostar no processo de fitagem: prepare a parte cacheada com um creme modelador específico e aplique um mais gelatinoso na lisa. Então, com os fios molhados, separe mechas finas e vá esticando e enrolando cada uma delas com a ajuda dos dedos. Repita com todo o cabelo. Espere secar naturalmente.

Pronta para embarcar na jornada? “É muito importante você transpor essa barreira do horrível e do ‘não vou sair na rua com esse cabelo’, e desenvolver uma relação com os fios, você está ganhando liberdade. Esse momento de transição mexe tanto com o nosso psicológico, e não podemos deixar que se torne mais um tipo de agressão e ataque a nossa autoestima”, finaliza a CEO.

Agora, pegue os cremes e hora de voltar ao natural!

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