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Juliana Borges é escritora, pisciana, antipunitivista, fã de Beyoncé, Miles Davis, Nina Simone e Rolling Stones. Quer ser antropóloga um dia. É autora do livro “Encarceramento em massa”, da Coleção Feminismos Plurais.
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#TBT da saudade do mar

Acordei com uma imensa saudade da praia, do mar. Passei o dia vendo fotos de praias

Por Juliana Borges
16 abr 2020, 20h38

Quinta-feira é dia de #tbt. Eu fiquei pensando em como explicar, para quem que talvez não conheça, o que é #tbt e tive imensa dificuldade, apesar de postar algo me referenciando a essa #hashtag todos os dias. Daí, minha veia pisciana me fez divagar sobre como é engraçado a gente naturalizar diversas coisas em nosso cotidiano sem pensar muito sobre elas. Mas, no foco, e segundo a Wikipedia, #tbt é uma hashtag inglesa bem popular para “throwback thursday” “que significa quinta-feira do retorno ou quinta-feira da nostalgia. Costuma ser incluída em legendas para fotos antigas que os usuários publicam às quintas-feiras”.

E, depois de 32 dias na quarentena – eu havia me perdido, mas resolvi me recolocar no eixo do tempo –, fui tomada pelo #tbt. Acordei com uma imensa saudade da praia, do mar. Passei o dia vendo fotos de praias. A primeira: qualquer praia do Rio de Janeiro. Reconheço que me interessam mais os cariocas. Eu simplesmente adoro o jeito carioca de ser e lidar com o dia a dia. Mas aquela cidade sempre me acolheu e é a casa de muita gente que amo. Não me canso nunca de visitar os mesmos lugares que sempre se apresentam diferentes, como almoçar no Parque Lage, passar a tarde no Jardim Botânico e anoitecer em um samba na Pedra do Sal. Ou mesmo de pegar a barca rumo a Niterói, só para almoçar no BistroMAC, passar a tarde no Museu, tirar a foto clichê diante da beleza arquitetônica de Oscar Niemeyer e terminar o dia vendo o sol se pôr da praia de Icaraí. Ou só passar o dia em alguma esteira na praia do Leme, ouvindo o reggae da barraca do Rasta, comendo biscoito globo e tomando matte gelado e passar a noite curtindo samba de primeira no Vaca Atolada na Lapa. Que saudade do Rio!

A segunda saudade foi de Salvador. Uma cidade que sempre me emociona e que me sinto em casa, seja porque logo que do aeroporto já sou intimamente chamada de “preta” pelo taxista, seja pela atmosfera que me envolve em intimidade, seja porque em Salvador estão muitas pessoas que levo no peito. Mas não tem nada mais encantador do que passar pela Casa do Rio Vermelho e seguir para um pôr do sol no MAM, seguido de uma “jam session”. Ou almoçar no Espaço Itaú de cinema Glauber Rocha com uma vista de tirar o folêgo, ir bater perna no Pelourinho, tomar sorvete no “A cubana” e correr para ver o pôr do sol no Porto da Barra, enquanto você lembra do amor de Vinícius de Moraes e Jorge Amado pela Bahia e consegue compreendê-los tão bem.

O mar é importantíssimo para nós. Do ponto de vista mais prático, o mar, com seus fitoplânctons, é responsável por 70% do oxigênio da Terra. Em muitas tradições religiosas, o mar representa fecundidade. Mas, o mar sempre carrega dualidade porque ao mesmo tempo que é fonte de vida, também sempre causou certo receio humano. Já foi retratado como lugar de criaturas fantásticas e perigosas, assim como também o que oferece passagem, possibilita intercâmbio e conhecer o que não se pode ver, mas que sabemos estar diante no além. O mar tem variadas formas, diversificados ânimos e causa a curiosidade e o respeito humano desde tempos antigos.

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Particularmente, ou nem tão particular assim, gosto do mar-poesia, da sua tempestuosidade, das cores que ele ganha em um durar de dia, de como ele acolhe e afasta, de como é imponente e gigante. O mar abençoa e purifica.

Acompanhe o “Diário De Uma Quarentener”:

01/04 – A rotina do isolamento de Juliana Borges no “Diário De Uma Quarentener”

02/04 – O manual de sobrevivência de uma quarentener

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03/04 – Permita-se viver “o nada” na quarentena sem culpa

06/04 – O que a gente come tem algo a ver com as pandemias?

07/04 – As periferias e as mobilizações na pandemia

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08/04 – Um exemplo de despreparo em uma pandemia

09/04 – Como perder a noção do tempo sem esquecer a gravidade dos tempos

10/04 – Não é hora de afrouxarmos o distanciamento. Se você pode, fique em casa!

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11/04 – 3 filmes para refletir sobre a pandemia da Covid-19

12/04 – Nesta Páscoa, carrego muitas saudades. Hoje, minha mãe completaria 54 anos

13/04 – Obrigada, Moraes Moreira!

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14/04- E aí, quais são as lives da semana?

15/04 – Como praticar autocuidado radical?

Em tempos de isolamento, não se cobre tanto a ser produtiva:

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