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A jornalista Ana Claudia Paixão (@anaclaudia.paixao21) fala de filmes, séries e histórias de Hollywood
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A música de Ennio Morricone falava diretamente ao coração

Ele começou a compor aos seis anos de idade e foi eternizado por sua contribuição para o cinema

Por Ana Claudia Paixão
Atualizado em 21 set 2020, 14h15 - Publicado em 6 jul 2020, 20h00

Desde muito pequena, eu coleciono trilhas sonoras. Herdei o gosto do meu pai. Na minha lista dos cinco melhores, estão Hans Zimmer, Patrick Doyle, Michel Legrand, John Barry e, claro, Ennio Morricone. A ordem não é de preferência e quando passo para o top 10 incluo autores mais recentes (Ramin Djawadi, Clint Mansell e Max Richter não podem ficar de fora), mas o nome de Ennio Morricone é obrigatório entre os três principais.

O maestro italiano foi uma figura ativa até o fim de sua vida. Ele escrevia concertos, conduzia orquestras e se apresentava pelo mundo todo. Não se rendeu ao mercado americano, mesmo trabalhando para diretores de Hollywood. Melódico ao extremo, sua música é eficaz e atinge nossa imaginação e coração com notas inesquecíveis.

Tive a felicidade vê-lo ao vivo, regendo suas trilhas sonoras mais conhecidas, quando esteve no Brasil, em 2007.  Foi aplaudido de pé por mais de 10 minutos quando acabou o concerto e pareceu ficar sem jeito quando a plateia dava a impressão que não ia deixá-lo ir embora. Em sua carta de despedida, delicada, Morricone incluiu uma menção aos fãs que o amavam apaixonadamente. A eternidade de sua música é um privilégio que o maestro nos deu.

Peter Bradshaw, do The Guardian, diz que ele tinha a “habilidade de atacar na jugular sentimental”. Não discordo, sua música era romântica e fácil de cantarolar.  Aproveito para relembrar algumas de suas faixas mais marcantes.

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O Tema de Deborah

Do filme Era Uma Vez na América, de Sergio Leone. O tema, extremamente melódico e quase açucarado, é típico de sua composição. Reza a lenda que Deborah’s Theme foi escrito para outro filme na década de 1970, mas, como tinha sido rejeitado, o compositor apresentou a peça para Leone. O diretor hesitou porque achou a música muito parecida com o tema principal de Era uma Vez no Oeste, também escrito por Morricone. Vencida a dúvida, Leone se rendeu e ganhamos outro clássico que sobrevive ao filme.

Busca Frenética

Busca Frenética, de Roman Polanski, não é uma produção inesquecível. Estrelado por Harrison Ford, o drama-suspense filmado em Paris mal é reprisado. Porém o tema de Morricone traduz a ansiedade e suspense da trama. Uma valsa nervosa que parece surreal. Não costuma ser lembrada com destaque, mas é um excelente trabalho que revela a superioridade criativa do maestro.

A Missão – Tema do Oboé de Gabriel

Uma das músicas mais populares de Ennio Morricone e não por menos encerrava seus concertos. No filme A Missão, de Roland Joffée, foi com essa melodia que o padre jesuíta vivido por Jeremy Irons conseguiu fazer amizade com os índios guarani. A cena é tão inesquecível quanto à música. Morricone foi indicado ao Oscar por essa trilha, mas perdeu para John Barry com o filme Entre Dois Amores. Apesar do talento de inegável Barry, é inacreditável lembrar do fato sem pensar em injustiça.

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Os Intocáveis

Usada quase a exaustão para trailers de filmes para emocionar, o tema triunfal que fecha o filme é o oposto do que abre Os Intocáveis, usando toda a orquestra. Sem modéstia de sua grandiosidade, é uma faixa que nasceu clássica.

Cinema Paradiso

A trilha sonora de Cinema Paradiso é uma das mais populares de Morricone. Feita para um filme que homenageia a sétima arte, não poderia ficar de fora. Giuseppe Tornatore e Ennio Morricone sabiam que iam nos fazer chorar com essa melodia que traduz inocência e nostalgia.

Ecstasy of Gold de Três Homens em Conflito

A Êxtase do Ouro também fazia parte dos concertos de Morricone. Do western clássico de Sergio Leone, Três Homens em Conflito, a faixa mescla todos os sons característicos do compositor, desde ópera, à orquestra completa, o ritmo crescente, o oboé e a melodia melosa. Impossível não se encantar.

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Tema de Orca, a baleia Assassina

Nos anos 1970, na cola do sucesso de Tubarão, vieram produções fracas como Orca, a Baleia Assassina. A trama tinha um viés ambiental com uma bióloga (Charlotte Rampling) em conflito com a pesca predadora de baleias liderada por Richard Harris. Só que quem busca vingança é uma baleia sobrevivente que persegue e mata um a um dos assassinos que dizimaram sua família. Isso mesmo, tosco assim. A música de Morricone, no entanto, é uma pérola escondida nessa produção. Dificílima de se encontrar, mas uma de suas belas composições.

Destacar apenas cinco faixas é uma tarefa inglória, mas, para compensar, separamos uma lista com alguns dos sucessos de Ennio Morricone no cinema, já que as homenagens serão eternas.

 


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