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Petição pede que OPI mude nome de esmalte que sexualiza brasileiras

O esmalte em questão é o Kiss me I'm Brazilian, que não está à venda no país, segundo a assessoria da marca

Por Maria Clara Serpa (colaboradora)
Atualizado em 16 set 2020, 13h32 - Publicado em 4 set 2020, 18h38

Nesta semana, a brasileira Carolina Pires criou uma petição na internet que pede que a marca norte-americana de esmaltes OPI revise alguns dos nomes de seus produtos. O principal deles é o esmalte rosa Kiss Me I’m Brazilian (Me beije, eu sou brasileira, em tradução livre), que sexualiza e reforça estereótipos, os quais as mulheres se esforçam há anos para mudar. O abaixo-assinado já foi apoiado por mais de 9.500 pessoas.

“É inaceitável que em 2020 ainda exista uma marca famosa mundialmente como a OPI fortalecendo esse estereótipo errado de mulheres brasileiras. Essa é uma ideia que estamos lutando para mudar há muito tempo, não podemos deixar que vocês ajudem o lado errado. Por favor, sejam decentes e escolham um outro nome para essa coleção”, disse Carolina.

O esmalte em questão faz parte de uma coleção que está no mercado desde 2014. A OPI chegou ao Brasil no ano passado. Fazem parte dessa mesma linha outros esmaltes cujos nomes também foram considerados problemáticos, como Taupe-less beach, um trocadilho que significa, em tradução livre, praia de topless, e Next stop… the bikini zone, Próxima parada… zona de biquíni.

A mobilização foi tanta que muitas mulheres brasileiras cobram um posicionamento da marca nas redes sociais. No Instagram da OPI nos Estados Unidos, algumas mulheres chegaram até a dizer que a marca estava apagando comentários de quem criticava e pedia a mudança do nome. No perfil da marca no Brasil, os comentários também são muitos. “Uma vergonha o nome da cor ‘Kiss me, I’m Brazilian’ respeite nossas mulheres. Não ajude a propagar essa imagem”, disse um. “Faz mesmo sentido ter um nome de esmalte que se chama ‘Kiss me, I’m Brazilian’? Por favor, revejam isso urgente!”, pediu outro.

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A OPI se pronunciou sobre o ocorrido nesta terça-feira (8). Leia o posicionamento na íntegra:

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“A OPI lamenta que a tradução do nome “Kiss me I’m Brazilian” tenha causado qualquer tipo de constrangimento. Os nomes dos esmaltes de OPI são uma das assinaturas da marca, e todas as tonalidades são inspiradas em experiências e muitas vezes incluem um jogo de palavras com o objetivo de levar alegria e diversão para as consumidoras.  A filosofia da marca OPI, fundada pela Suzi Weiss-Fischmann, sempre foi de capacitar e empoderar as mulheres – especialmente por meio das cores.

A origem do nome “Kiss me I’m Brazilian”, nuance que faz parte da coleção Brasil, lançada em 2014, surgiu da pesquisa realizada pelo time global, que fica em Los Angeles, sobre os costumes e características do país. Um dos destaques foi o hábito de cumprimentar as pessoas com um beijo em cada bochecha, diferente do tradicional aperto de mão usado mundialmente, por isso esse nome celebra a saudação brasileira.

O DNA da marca OPI é lúdico e alegre, com a filosofia de nutrir e capacitar as mulheres. A fundadora, Suzi Weiss-Fischmann, é uma mulher empreendedora que se tornou um exemplo e adota o empoderamento das mulheres como um valor fundamental para a OPI. Por esse motivo, a marca tem um longo histórico de apoio a organizações que defendem a saúde da mulher, educação e anti-bullying, alguns exemplos (Jewish Women International, City of Hope, Oceana, American Red Cross, Starlight, Project Hope, Pamper Me Rosa, Fundação Nacional do Rim, DKMS).

A OPI é uma família que se estende ao redor do mundo, em muitos países, e o objetivo da marca sempre foi, e continua sendo, celebrar as mulheres. Em todo o mundo,  a marca capacita mulheres, especialmente donas de pequenas empresas, a desenvolver seus negócios, sustentar suas famílias e viver a vida que desejam. 80% dos salões de manicure são propriedade de mulheres. A paixão de OPI sempre foi empoderar a vida das mulheres, trazer cor e alegria para suas vidas.”

Não é a primeira vez que uma marca de esmaltes se envolve em polêmicas por escolher nomes machistas para as cores. No Brasil, em 2015, a coleção “Homens que amamos”, da Risqué, causou revolta entre algumas consumidoras, por “homenagear” atitudes “românticas” dos homens, como “André fez o jantar” e “Fê mandou mensagem”. No entanto, atitudes como cozinhar não deveriam ser dignas de reconhecimento ou gratidão, já que quando são feitas por mulheres, as mesmas são vistas como algo normal. Várias outras marcas também possuem cores com nomes extremamente problemáticos, como Beijo Roubado e Fiu Fiu, e todas continuam à venda.

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