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Deputada leva recém-nascido para Câmara após ter voto remoto negado

Buffy Wicks conta que foi impedida de votar remotamente, pois "licença maternidade não se enquadra nos parâmetros para votação por procuração"

Por Da Redação
Atualizado em 16 set 2020, 13h33 - Publicado em 4 set 2020, 11h41
Buffy Wicks, deputada da Califórnia, foi impedida de votar remotamente em Assembleia Legislativa, e precisou levar sua filha recém-nascida em votação. Foto: (Redes Sociais/Reprodução)
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Buffy Wicks, deputada da Califórnia, nos Estados Unidos, precisou levar sua filha recém-nascida para a assembleia legislativa do estado, porque foi impedida de participar remotamente de uma votação. Uma foto dela no plenário segurando a filha no colo gerou bastante repercussão nas redes.

Em entrevista ao The New York Times, ela conta que chegou a pedir permissão para o palestrante da assembleia, Anthony Rendon, para votar remotamente, por procuração, ressaltando, inclusive o risco à COVID que estava submetendo a filha. No entanto, ele teria sido aconselhado que isso causaria litígios ação ou controvérsia judicial. Além disso, ele também teria dito que a “licença maternidade não se enquadra nos parâmetros da lei que aprovou a votação por procuração”, conforme relata a deputada.

Ao jornal, Buffy também conta que decidiu ir à assembleia, a cerca de 120 km de sua casa, pois considerou que seu voto poderia ser decisivo. “Eu me senti compelida a ir e decidi levar minha filha porque eu estou a amamentando a cada duas ou três horas a maior parte do tempo ela está, literalmente, comigo.”

Hillary Clinton, ex-secretária de Estado dos Estados Unidos e candidata às eleições presidenciais de 2016, foi uma das pessoas que exaltaram a atitude da deputada. “Buffy Wicks, membro da Assembleia da Califórnia, foi informada de que dar à luz recentemente não era desculpa o suficiente para votar remotamente. Então, ela trouxe sua filha recém-nascida ao plenário para discutir sobre um importante projeto”, escreveu.

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Buffy também relata que, para reduzir a exposição da filha na Assembleia, passou a maior parte do tempo em seu escritório. Mas logo precisou votar, então subiu ao pódio junto com a filha, que estava sendo amamentada minutos antes. “Senti o momento de todos prestando atenção em mim e no que eu estava dizendo. Enquanto eu estava falando, minha máscara estava caindo, o cobertor estava caindo e ela estava chorando. E eu deixei escapar: ‘Ok, eu tenho que terminar de amamentar minha filha’. E eu ainda tinha que dirigir uma hora e quinze minutos e tinha sido um longo dia. É um longo dia com um recém-nascido”, contou ao NY Times. Ela disse que eram cerca de 23h30 quando precisou fazer seu discurso.

Na terça-feira (1), Rendon emitiu um comunicado se desculpando pelo ocorrido. “Inclusão e eleger mais mulheres para a política são elementos centrais de nossos valores democráticos. No entanto, eu falhei em garantir que nosso processo levasse em consideração as necessidades únicas de nossos integrantes. A assembleia precisa fazer o seu melhor. Eu me comprometo a fazer o melhor”, declarou.

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Apesar disso, ao NY Times, Buffy disse que não culpa o palestrante. “Ele estava preocupado com a legalidade do voto por procuração”, opina. “Acho que muitas instituições estão tentando resolver essa questão de trabalhar remotamente, de quem é pai. Além disso, estamos analisando esta política: podemos fornecer parâmetros para membros que cuidam dos pais, que têm cônjuges que sobreviveram ao câncer ou estão em tratamento? Como podemos fornecer flexibilidade que ainda seja legalmente válida?”, questiona.

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