O que acontece com a pele durante a menopausa?
Perda de colágeno, elasticidade e ressecamento são alguns dos principais sintomas do período. Aprenda quais são os cuidados necessários
A menopausa é uma fase natural da vida de toda mulher, marcada por intensas transformações hormonais — principalmente pela queda na produção de estrogênio, hormônio responsável por controlar a ovulação e o desenvolvimento de características femininas.
Acontece que esse declínio afeta diretamente a pele, que tende a ficar mais seca, sensível e com perda de elasticidade. A renovação celular diminui, a produção de colágeno e ácido hialurônico é reduzida e, como consequência, surgem com mais rugas, flacidez e manchas indesejadas.
“Na camada intermediária da pele há uma célula que se chama fibroblasto. Ele é responsável por produzir os colágenos, principalmente o de sustentação”, explica Priscila Moncayo, gerente sênior de desenvolvimento de produtos da Natura. “Durante a transição hormonal, essas células produzem menos colágeno e isso faz com que o rosto fique menos firme e mais caído.”
Outro fator comum é o afinamento da epiderme, que pode deixar a superfície mais frágil e propensa a lesões. Além disso, há quem note o aumento de acne, principalmente se a pessoa está passando pela reposição hormonal. A sensibilidade, por sua vez, também evolui, fazendo com que produtos que antes eram bem tolerados, agora não sejam mais.
“A função mais importante da pele é a defesa – de não deixar o corpo perder água para o meio externo e, consequentemente, não perder nutrientes. A barreira mais superficial é constituída por triglicerídeos – é uma parte bem oleosa para que a água não saia”, aponta a cientista. “E no processo da menopausa, passamos por uma intensa desidratação.” Por isso, essa fase exige uma rotina de cuidados mais específica e gentil.
Na hora da limpeza, use sabonetes e demaquilantes que não agridem ou provoquem uma esfoliação intensa. A hidratação deve se tornar parte fundamental da rotina de skincare. Assim, o uso diário de cremes com ativos como ácido hialurônico, ceramidas e vitamina C ajuda a manter a barreira cutânea saudável e a estimular a produção de colágeno.
“Se a gente não hidrata bem, chegam as rugas dinâmicas que são por ressecamento e a pele fica até mais suscetível a, por exemplo, entrada de microrganismos”, comenta Priscila.
Outro ponto importante é que nosso rosto é mais oleoso de dia. Mas no período noturno ele precisa receber um produto rico em nutrientes – seja para estimular a renovação celular ou aliviar as manchas que chegam com a idade. Substâncias com Panthenol, Niacinamida e Ácido Hialurônico são as melhores escolhas.
“Se estamos falando de uma pele que tem um suor um pouco mais exagerado, produtos mais densos podem dificultar a adesão. A textura em creme ou gel creme é a melhor para essa faixa etária”, afirma a dermatologista Júlia Rocha. A fotoproteção diária continua sendo indispensável, já que ficamos mais suscetível aos efeitos do sol, que aceleram o envelhecimento. Junto com os cuidados tópicos, é importante considerar, ainda, uma abordagem mais ampla: alimentação rica em antioxidantes, ingestão adequada de água e, quando necessário, suporte médico para avaliar a necessidade de suplementação.
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