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Escova de queratina é ruim para os fios? Entenda os riscos

Ao contrário do que o nome faz acreditar, a queratina não alisa o cabelo, e os compostos alisantes podem causar danos intensos

Por Naiara Taborda
19 ago 2022, 08h05

É muito provável que você já tenha se deparado com a escova de queratina em diversas ocasiões. Com a promessa de alisar os cabelos sem causar danos – e muitas vezes vendida como “tratamento” – ela ficou bastante popular nos salões de beleza e acabou virando queridinha de muitas mulheres. O que era para ser um alisamento com poderes fortificantes, no entanto, acabou se mostrando um verdadeiro vilão dos fios.

Mas como isso aconteceu? Assim como sabemos que 2+2 são 4, fazemos associações o tempo todo – e quando observamos procedimentos de alisamentos (ou escova) de queratina, é comum pensarmos “a queratina é um componente do fio de cabelo e é usada em produtos de reconstrução, então tudo bem fazer esse procedimento”.

A queratina alisa?

A proposta da escova já acende um alerta pelos efeitos prometidos: a queratina não alisa os fios. Para isso, as fórmulas usam um derivado do formaldeído ou ácido glioxílico. “O uso do formol como alisante foi banido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Sua concentração máxima deve ser de 0,2% (usado apenas como conservante, não sendo capaz de alisar os cabelos nesta concentração). A primeira técnica de alisamentos com formol, desenvolvida em 2003 no RJ, utilizava uma mistura de formaldeído a 37%, queratina líquida e agentes condicionantes foi proibida. O que vemos hoje, infelizmente, é um meio de burlar as normas utilizando o nome ‘escova de queratina’ para essa ou semelhantes misturas. Ao passar secador ou chapinha, ocorre a volatilização do formaldeído, promovendo a mudança estrutural nos fios de cabelo, alisando-os”, explica Jaqueline Zmijevski, dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e membro da Associação Brasileira de Medicina Estética.

“Nesses procedimentos, substâncias como a amônia abrem as cutículas, deixando o caminho livre para o formol chegar ao córtex. Nessa profundidade, o formol, ou demais ácidos utilizados como alisantes, destroem as pontes de dissulfeto, que dão forma ao cabelo. Essa quebra é que faz o alisamento. Mas ela também deixa os fios mais fracos, suscetíveis a danos ambientais e quebradiços. Todo tipo de tratamento capaz de modificar a estrutura dos fios, com ou sem formol, causa algum tipo de dano. Aqueles com formol ou seus derivados, além de agredir os fios, causam danos ao couro cabeludo, sistema respiratório e olhos”, alerta a médica.

danos escova de queratina
Cabelos podem ficar mais finos e quebradiços depois da escova de queratina. (Tinatin1/ThinkStock)

Mas, afinal, posso fazer a escova de queratina?

Mesmo sendo uma química e não um tratamento, muita gente é atraída pela escova de queratina por seu efeito de alisar os cabelos – e tudo bem. Basta ter certeza de que você pode fazê-la, e depois investir nos cuidados corretos. Segundo Jaqueline, ela não é adequada para quem tem os fios muito finos, ou para quem já fez algum processo químico recente – como descoloração ou outro alisamento, por exemplo. “Quando a paciente deseja modificar o visual, é importante que ela esteja ciente dos prejuízos que as alterações podem causar e faça a escolha de forma consistente”, completa.

Reduzindo os danos

Para minimizar os danos e tratar o cabelo após o alisamento, a médica orienta focar na hidratação e reconstrução do fio. “Também é aconselhável minimizar o uso de fontes de calor como chapinha e secador e, quando utilizar, lançar mão do protetor térmico. Dar um intervalo entre uma química e outra também é uma boa estratégia.”

Me arrependi, e agora?

Se arrepender do alisamento, infelizmente, é outro fator comum. Se este for o seu caso, será preciso ter um pouco de paciência para que o procedimento químico perca a força e os fios cresçam. “Os cabelos modificados pela química dificilmente voltam à forma original. Se a paciente deseja retomar o uso dos cachos vai precisar de tempo para o processo de transição capilar, até que o comprimento dos fios seja renovado pelos cabelos não modificados quimicamente”, finaliza.

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