Está com acne ou queda de cabelo? Isso pode ser sinal de estresse
Ele pode provocar o surgimento de acne, queda capilar e enfraquecimento dos fios. Conheça cuidados para driblar os efeitos desse mal na pele e no cabelo.
Alteração do sono, do apetite e do humor, queda no rendimento, ansiedade e depressão. O stress é a resposta do organismo à tensão. Quando crônico, pode chegar a quadros extremos, mas nem sempre é uma ameaça tão grave. Seus efeitos, porém, são visíveis na saúde do corpo todo. E com a pele e o cabelo não é diferente.
Ele pode provocar queda e afinamento dos fios, formação de rugas e linhas de expressão precocemente, perda de colágeno e surgimento de acne tardia (a que aparece após os 25 anos). Tudo isso acontece por causa do desequilíbrio hormonal que surge quando o stress se prolonga.
“Ocorre uma mudança no padrão de produção de cortisol, prolactina e outros hormônios”, explica a dermatologista Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, em Campinas (SP). O sistema imunológico sente o impacto – as defesas caem e ficamos mais suscetíveis a infecções.
Segundo uma pesquisa recente da International Stress Management Association (Isma), 72% da população brasileira sofre alguma sequela de stress. A longo prazo, a recomendação mais óbvia para combater esse mal é desacelerar e reequilibrar a rotina, incluindo atividades que relaxem o corpo e a mente.
Mas já existem cuidados e cosméticos que se propõem a barrar seus efeitos estéticos. Do creme que evita os danos causados pela perda da elasticidade da pele ao tratamento que estimula o couro cabeludo e minimiza a queda dos fios, descubra as melhores armas anti-stress disponíveis no mercado.
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Pele
O stress agudo pode representar um gatilho para doenças autoimunes, como psoríase, lúpus, vitiligo e rosácea. É mais comum, porém, que cause acne, alergias, dermatite seborreica e, a longo prazo, envelhecimento precoce e rugas. O cortisol e a prolactina, que são produzidos em excesso durante os picos de tensão, provocam queda na produção de colágeno e aumento da atividade das glândulas sebáceas, alterando a defesa natural da pele.
“O surgimento da acne está ligado a esse desequilíbrio na produção de sebo, que pode obstruir os poros e gerar inflamação”, diz Claudia Marçal. Esse tipo de acne normalmente aparece na região da mandíbula, na lateral do rosto e, por vezes, no peito, nos ombros e nas costas.
O sistema imunológico fica prejudicado e em alerta – por isso, surgem alergias que antes não se manifestavam, como as relacionadas ao uso de brincos e colares (por causa do metal), produtos de higiene e perfume, à ação do sol e mesmo ao contato do suor com a epiderme.
O descontrole também prejudica o manto hidrolipídico, barreira natural que contribui para a hidratação e proteção. Essa vulnerabilidade acaba gerando descamação e acelera o processo de envelhecimento. “A pele fica mais suscetível às ameaças ambientais ligadas ao fotoenvelhecimento, como os raios UV, e à poluição”, diz a dermatologista Thais Pepe, de São Paulo.
Agir diretamente nas funções que são prejudicadas é a aposta dos dermatologistas e da indústria cosmética. Uma das novidades é a chamada otimização mitocondrial, feita pela ingestão de cápsulas receitadas pelo médico que prometem melhorias no metabolismo – e uma aparência mais bonita e saudável.
“São fórmulas de nutricosméticos voltadas para a reposição de vitaminas, minerais e antioxidantes, com o objetivo de otimizar o funcionamento das células”, afirma a farmacêutica Mika Yamaguchi, de São Paulo. Em casa, as armas para barrar problemas como flacidez e rugas são fórmulas com antioxidantes. Eles lutam contra os radicais livres, produzidos em excesso pelas células quando estamos constantemente estressadas.
Vale ainda usar cremes com vitamina C, essencial para a preservação do colágeno e da elastina, e ácido hialurônico, super-hidratante que ajuda a manter a sustentação da pele.
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Cabelo
Em relação aos fios, a principal queixa ligada ao stress é a queda. Em momentos de desequilíbrio emocional, o cabelo deixa de receber nutrientes essenciais, como vitaminas e aminoácidos, para reforçar nossas defesas. “Esse mecanismo de sobrevivência causa um déficit na nutrição e na oxigenação do couro cabeludo, que não é tido como prioritário pelo corpo”, explica o dermatologista Damiê De Villa, do Centro Médico Kurotel, em Gramado (RS).
Com isso, o aumento de sebo acaba diminuindo a área do folículo capilar. Assim, ele recebe menor fluxo sanguíneo, menos vitaminas, nutrientes e oxigenação, tendo um ciclo de vida mais curto – o que faz os fios caírem. “A queda relacionada ao stress é difusa, não acontece em regiões específicas como nos quadros de calvície”, diz a dermatologista Claudia Marçal.
Normalmente, esse problema se caracteriza por fios perdidos desde a raiz. Os desequilíbrios hormonais também são potenciais causadores de quebra dos fios, falta de viço e até do surgimento precoce de cabelos brancos. Um estudo feito pela Universidade de Nova York revelou, recentemente, que os hormônios liberados durante o stress causam uma diminuição na produção de melanina, pigmento que dá cor à pele e ao folículo capilar, onde nascem os fios. Mas não é só.
A produção exacerbada de sebo, incentivada pelo desequilíbrio de hormônios andrógenos, está ligada também à saúde do couro cabeludo, principalmente à dermatite seborreica – que dá aspecto avermelhado e áspero, causa descamação, coceira e ardência.
No consultório, uma das soluções para o problema é um aparelho de alta frequência com emissão de gás ozônio, que ativa a circulação do couro cabeludo e tem ação fungicida e bactericida. “Nesse caso, usar xampus esfoliantes, com efeitos detox e purificantes, ajuda a amenizar o problema”, diz a fisioterapeuta dermatofuncional Fabiola Fortunato, de São Paulo.
Produtos com ativos como ácido salicílico e óxido de zinco na fórmula, por exemplo, têm a função de descongestionar o couro cabeludo sob acúmulo de sebo. Há ainda ampolas para queda capilar, com aminexil e ômega 6, que contribuem para impedir o processo de queda dos fios.
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Como o stress age no corpo
– Estados prolongados de tensão causam desequilíbrio na produção dos hormônios, prejudicando o sistema imunológico.
– O aumento repentino dos níveis de cortisol no organismo diminui a produção de colágeno, o que contribui para a flacidez precoce da pele.
Danos possíveis
- Estimuladas pela prolactina, as glândulas sebáceas deixam a pele excessivamente oleosa, o que leva a quadros de acne tardia e dermatite seborreica.
- Sem as barreiras naturais, a pele fica mais suscetível aos malefícios causados pelo sol e pela poluição e ao surgimento de alergias.
- O aumento de sebo no couro cabeludo impede que os fios recebam nutrientes. Isso deixa o cabelo mais fino, quebradiço e propenso à queda.
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