Por que temos acne após usar um novo cosmético?
As espinhas são causadas por fatores diversos, entre eles o uso de um produto diferente; entenda
Depois de testar um novo produto, algumas espinhas começaram a dar as caras? Ou o dermocosmético está fazendo efeito, empurrando as impurezas para fora, ou sua pele está reagindo negativamente ao novo item de skincare. Aqui, investigamos as causas mais comuns para a acne depois de um um novo cosmético.
A primeira opção é conhecida nas redes sociais como purging ‒ “purificação”, em português, porque seria uma piora temporária causada pela renovação da pele.
E a segunda, breakout, quando o dermocosmético reage mal e entope os poros. Mas o que há de verdade nesses conceitos?
Skin purging x acne medicamentosa
O problema não resulta da aceleração do ciclo de renovação da pele, mas sim do aumento da proliferação celular causado pelos ingredientes.
A presença de um maior número de células pode, por sua vez, conduzir à obstrução dos poros. O efeito é passageiro, durando de um a três meses.
Ao contrário da acne medicamentosa, que pode durar bem mais tempo e só acaba com tratamento. “Quando um paciente, que não costuma ter espinha, começa a utilizar determinado produto e, de repente, apresenta lesões com frequência, pode se tratar da acne medicamentosa causada pelo produto”, explica a dermatologista Ana Carolina Suman.
Mas como saber quando o surgimento da espinhas não é passageiro? Primeiramente, não existe consenso entre os médicos sobre a existência do período de adaptação.
Mas os profissionais concordam que procurar um dermatologista é sempre a saída, inclusive antes de incrementar um novo dermocosmético na sua lista de skincare.
Acne com novos produtos: quais os erros?
Outro ponto é que ativos, veículos ‒ sérum, creme, gel etc ‒ e limpeza inadequada podem causar acne. Então, entender o melhor para seu tipo de pele, a partir das recomendações de um especialista, é mais que necessário.
Vale destacar também os cuidados higiênicos e a quantidade de produto. “A aplicação excessiva também é uma causa, principalmente quando a limpeza não é feita de forma adequada.”
Exemplo disso é a vitamina C: muita gente acredita que ela seja capaz de causar acnes, mas, na opinião da médica, não é ela a responsável.
“A vitamina C em si, não causa acne, o que pode acontecer é um determinado produto, pelo veículo, ocasionar espinhas na pele do paciente. Então, uma vitamina C mais cremosa, por exemplo, pode causar acne, mas não é ela (o ativo) em si.”
O surgimento das espinhas também pode acontecer depois de sensibilizar a região com ácidos ou limpeza excessiva, sem a devida hidratação. Acontece que a barreira cutânea, uma espécie de escudo protetor natural, impede infecções e até doenças. Sem ela, a pele vira terreno fértil para a acne.
Alimentação, predisposição e estresse também colaboram!
Mais motivos são os hábitos alimentares, a predisposição da pessoa, o estresse e o uso de outros produtos em conjunto.
“Eventualmente, o paciente começa a usar um produto e desenvolve lesões de acne. Analisar se ele já teve acne, entender a alimentação, descobrir se o estresse é uma questão presente, entre outros fatores externos é importante para avaliar o contexto, porque a acne é multifatoria”, pontua Ana.
Como saber se o produto está causando acne? O que fazer?
Interromper o uso do dermocosmético e observar como a pele se comporta nos dias seguintes é uma maneira de testar se ele é ou não o causador das espinhas. Outro ponto importante é a priorização de produtos de qualidade, que foram testados.
“O ideal é sempre utilizar produtos prescritos pelo dermatologista, ao invés do paciente comprar produtos por conta própria, principalmente vários, sem orientação”, alerta a profissional.
É o médico quem entende as necessidades da sua pele e consegue fazer as indicações certeiras para o que você precisa. “Ao decidir sozinha, há uma chance muito maior de desenvolver acne ou ter outros tipos de reação na pele. Procure um especialista e utilize os produtos de acordo com a orientação médica.”