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Etapas do relacionamento: existe tempo certo para cada uma?

Pular fases importantes do relacionamento e não ter calma ao avançá-las pode ser prejudicial à saúde, entenda

Por Julia Minhoto
Atualizado em 19 jan 2023, 16h42 - Publicado em 19 jan 2023, 16h20
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Será que você está dando tempo de conhecer quem está ao seu lado? (Gift Habeshaw/Unsplash)
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Você conhece uma pessoa e, depois de um ano juntos, decidem dividir o mesmo teto, a escova de dentes e as contas de casa. Após seis meses, adotam um pet e já planejam casar e ter filhos. Situações assim – em que tudo parece correr rápido demais – são bastante comuns hoje em dia, principalmente pelo imediatismo e ansiedade dos tempos modernos. Mas, afinal, como isso nos impacta? Aqui, vamos entender juntas qual o impacto de pular etapas do relacionamento, para você e, claro, para a relação.

Relações apressadas podem ser prejudiciais à saúde mental. Em entrevista à revista Health, Emily deAyala, diretora do Revive Therapy and Healing, uma clínica de psicologia nos Estados Unidos, conta que não se deve tomar decisões importantes até os dezoito meses de relacionamento. Mas essa não é necessariamente uma opinião unânime.

Acelerar as etapas: quais os riscos?

Os riscos de pular essas etapas em uma relação é que essa atitude pode causar traumas muito sérios e prejudicar relacionamentos futuros. “Quando se faz as coisas muito rápido em um relacionamento e vive o início muito intensamente, você ainda não sabe ao certo quem é aquela pessoa com quem você está se relacionando e isso pode gerar muitas frustrações. As quebras de expectativas podem ser muito sérias”, conta a psicóloga Paloma Gomes.

O período da paixão de um relacionamento dura em torno de 6 meses a 2 anos, é o que chamam de “fase da Lua de Mel”. Nesse tempo, é como se as relações possuíssem um ‘filtro rosado’, onde a beleza é vista em todos os momentos das interações de casal. Quando essa fase acaba algumas pessoas se dão conta de que talvez aquela não seja a pessoa ideal, ou que talvez ela não seja mais compatível com sua nova versão. “Uma pessoa que se casa em menos de dois anos está acompanhada de uma sensação causada pela química cerebral, e quando ela acaba, pode perceber que nem gosta tanto do outro assim, podendo causar consequências para a relação, como brigas e mágoas. Não que o relacionamento fique monótono, mas ele pode ir se desfazendo.”

Existe um tempo certo para as coisas ocorrerem dentro de um relacionamento?

Não existe um tempo ideal, e o planejamento deve ser natural. Mas a individualidade deve ser prezada, então nada de viver a vida centrada na relação.  “Deve haver muita conversa, muito diálogo entre o casal. Mas o mais importante é que todos devem ter consciência sobre as áreas de sua vida, sobre o individual, que cada um tem suas vidas separadas, seus amigos, sua família, modo de trabalhar, jeito de viver e ser, combinar isso dentro da relação, saber que não existe só o relacionamento”, defende.

Ela acrescenta que as pessoas não pularem etapas vêm do autoconhecimento. Respeitar as fases também é importante para reconhecer se esse relacionamento é mesmo o que deseja, porque, a partir do momento em que se assumem compromissos mais burocráticos, essa relação se amplifica e se solidifica. Conhecimento sobre si e a capacidade de observar o outro são essenciais.

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Pisando no freio (e aproveitando cada etapa)

Muitas pessoas avançam etapas antes mesmo de conhecer com quem estão, mas, como dito, isso não é saudável e pode acabar com a relação lá na frente. Aqui vão algumas dicas de como aprofundar o relacionamento com o(a) parceiro(a) sem ter que apressar as coisas:

Curiosidade sobre o outro: questionar e saber ouvir

Perguntar sobre a outra pessoa, trocar experiências e ideias é uma ótima maneira de aprofundar a relação e conhecer mais o outro. Você pode fazer isso de forma natural, sem parecer um interrogatório, basta se interessar em saber mais sobre a vida daquela pessoa e explorar as necessidades do outro.

Individualidade

Prezar por sua individualidade e saber que a outra pessoa também preza é essencial mesmo na vida a dois. Além de te manter uma pessoa interessante e gerar mais assuntos de qualidade com o(a) parceiro(a), também deve ser uma maneira de equilibrar seus esforços. Não se deve deixar a vida pessoal de lado em prol de uma relação. Pense na sua vida como uma pizza de doze pedaços, cada área da sua vida representa uma dessas fatias, sendo seu relacionamento apenas uma. Saiba temperar todas as partes para haver um equilíbrio nos sabores.

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Valores e explorar a intimidade

Busque saber se os valores morais, familiares e desejos de construir uma vida conjunta são compatíveis com os seus.

Como você lida com aquela pessoa no dia a dia? Como ela lida com diferentes situações? Como lida com você? Ela respeita seus limites ou invade-os? E você? Sabe aceitar os defeitos dela de maneira saudável? São questionamentos importantes a serem feitos antes de pensar em avançar com a relação.

Nem toda relação precisa ser séria

Também existem aquelas que desejam não pular etapas e se acomodam onde estão, vivendo sem compromissos. “Muitas pessoas estão vivendo relacionamentos sem compromisso, bons, agradáveis, gostosos, e com momentos de boa intimidade. Aí entra o pensamento de: não consigo me imaginar nisso a longo prazo. E se sentem culpadas. Mas é importante reconhecer que é legal também viver as coisas com calma sem ter que pensar em algo mais sério. Não precisa ser para a vida toda, as coisas podem ser boas e temporárias ao mesmo tempo, cada um sendo fiel ao seu próprio desejo”, ressalta Paloma.

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