Pornografia: as maiores mentiras que ela nos contou (e como abandoná-las)
Tamanho e aparência dos órgãos e a facilidade de embarcar em fetiches são alguns dos pontos problemáticos propagados pela indústria pornográfica
Não é novidade que a pornografia pode ser extremamente problemática para as nossas percepções acerca do sexo. Frequentemente, pessoas se frustram por não corresponder a padrões estabelecidos pela indústria pornográfica, além de sofrerem por questões que vão de performance na transa à estética de seus próprios corpos.
Pensando nisso, a educadora sexual Luana Lumertz listou algumas das maiores mentiras que a pornografia vem nos contando sobre o sexo (e como podemos desconstruí-las no dia a dia). Confira:
1. É possível ir direto para a penetração
Luana explica que muito dificilmente vemos a pornografia retratando a parte da conexão (extremamente necessária, diga-se de passagem) em suas produções. “Não há toque, excitação, beijo de língua ou masturbação. Às vezes, até mesmo as preliminares são eliminadas nos filmes”, declara sobre o quanto a indústria propaga a ideia de que a penetração acontece sem qualquer preparo (físico ou emocional).
A consequência, de acordo com a educadora sexual, são indivíduos que não investem em um contato ou troca verdadeira. “Isso atrapalha muito, pois começamos a ter mulheres que se submetem a penetração direta apenas para agradar os homens, por acreditarem que é a única maneira possível de prazer”, diz.
2. Tamanho importa?
Luana afirma ser difícil desconstruir a ideia de que “tamanho não é documento”, porém, não podemos esquecer que a pornografia é uma produção fictícia, não representando a realidade.
“A realidade é muito mais ampla. Claro, o ideal seria termos educação sexual tanto nas escolas quanto em casa, consumindo conteúdos educativos que nos mostrassem como são as coisas na vida real”, afirma.
Para desviar dessa ideia, Luana indica relembrarmos que o material pornográfico é feito para ser performático e visualmente atrativo para a câmera. “É necessário cuidar para não consumir em excesso, pois isso pode acabar trazendo uma visão distorcida acerca do que é a sexualidade”, diz.
3. O sexo deve durar horas e horas
Para Luana Lumertz, esse é um dos mitos mais propagados pelo pornô. “As cenas de sexo nesses filmes costumam durar uma hora, mas isso está muito longe da realidade da maioria das pessoas”, declara.
Consequentemente, quem consome esses conteúdos acaba deixando de investir tempo nas preliminares, excitação e no momento de conexão. “Tudo isso é muito importante para que a mulher consiga atingir o orgasmo. Tente desviar o foco excessivo da penetração, pois isso pode ser muito benéfico para a sua vida sexual”, afirma.
4. Todos os órgãos genitais são idênticos
Segundo Luana, a indústria pornográfica também dissemina inúmeros padrões estéticos relacionados à região íntima. “Sempre vemos membros muito rosados. Muitas atrizes passam por cirurgias plásticas para tornar os lábios da vagina simétricos, por exemplo”, diz.
Novamente, tal aparência é completamente destoante da realidade: “A maioria das pessoas possuem a região mais escurecida por conta da testosterona, do atrito e do próprio desenvolvimento corporal”, diz. A educadora afirma que, sem dúvidas, todos somos assimétricos.
A padronização da região íntima, de acordo com a especialista, serve apenas como recurso imagético, e não deve ser levado em consideração em nosso dia a dia. “Reitero: isso não existe na vida real.”
5. Ménages podem ser feitos sem reflexão
Para a profissional, muitas cenas de ménage retratadas tanto na pornografia quanto na sétima arte jamais aconteceriam na vida real. “Em nosso dia a dia, precisaríamos parar para conversar, trocar uma ideia e refletir se está tudo certo. Não dá para sair praticando loucamente da forma que é vendido na indústria”, declara.
A educadora explica que todas essas ideias acabam construindo um imaginário negativo acerca do que é sexualidade para as pessoas. “Não é incomum que alguns desenvolvam medo de se relacionar, se apoiando basicamente nos filmes pornôs para preencher essa falta. Isso, definitivamente, é extremamente prejudicial.”
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