O que acontece no seu relacionamento quando você não faz sexo suficiente
Qualidade é mais importante do que quantidade - mas a frequência pode influenciar (e muito) no relacionamento
Esqueça aquilo de “ficar mal humorada”, “indisposta”, “mais amarga” e qualquer outra coisa similar que você já tenha escutado. A raridade ou ausência do sexo no relacionamento pode ter motivos bem mais profundos do que simplesmente a falta de tempo. “Há questões orgânicas, físicas e psicológicas que influenciam. Fatores como a menopausa, sentir dor durante a relação, problemas com a família e até mesmo mágoas não resolvidas podem ‘esfriar’ as coisas entre o casal”, explica a sexóloga, psicanalista e fisioterapeuta Lelah Monteiro.
A gente sabe que nem sempre vai rolar aquele tesão intenso (ainda mais depois de uns anos junt@s!), principalmente na correria do dia a dia. O que muitas vezes não está contemplado nesse “cotidiano” é se realmente você se sente à vontade com o(a) parceiro(a). A relação sexual é a forma mais íntima e verdadeira de se mostrar para alguém: é ali que você deixa fluir toda a sua essência, seu lado sombrio, seus fetiches e seus sentimentos da maneira mais pura que há. E o que acontece quando a festa dos lençóis já não é mais a mesma?
As neuras aumentam
“A preocupação com o que o(a) outro(a) vai pensar é o problema, que é resultado da repressão sexual”, afirma Lelah. Sabe aquilo que você sempre teve curiosidade de experimentar, mas tem medo de pedir? Isso pode se acumular e gerar ainda mais frustração e tensão sexual. “Casais devem buscar ajuda com psicólogos, pois essas dificuldades podem ser trabalhadas em conjunto e abertamente. Muitos parceiros possuem receios quando se trata de falar da falta ou pouco sexo no relacionamento”, aconselha a psicóloga Letícia Guedes, da Clínica Vivencialle.
Discussões bobas viram brigas homéricas
A qualidade da sua vida sexual é muito mais importante do que transar quatro ou cinco vezes por semana por obrigação – só cumprindo tabela. A satisfação é absolutamente essencial para que o relacionamento fique em paz. Caso contrário as brigas se tornarão mais frequentes e cada vez piores, pois você ou o seu par vão descontar um no outro as frustrações acumuladas. Pode até parecer que esse comportamento não tem nada a ver com a questão de transar ou não, mas é um ciclo vicioso: quanto mais agressividade menos chances de rolar algo mais quente depois e vice-versa.
A harmonia fica abalada
Existem fantasias sexuais que são mais “comuns” e ninguém tem medo de dizer que sente vontade de experimentar. Porém existem aquelas que não são muito comentadas nas suas rodas de amigos e você não tem certeza se é “assustadora” ou apenas “esquisita” para contar para alguém. Ainda que nem todo mundo fale aos quatro cantos seus fetiches mais “sombrios” – e você com certeza não está sozinha nessa. “Expor o que tem vontade é a saída para que o cônjuge se sinta bem quando se trata de sexo. A falta dele na vida do casal pode atribuir outros problemas na relação e o sexo é importante também para o corpo, mente e autoestima”, afirma Letícia. Vocês podem desejar as mesmas coisas e não saberem pela falta de comunicação nesse aspecto.
Tem solução?
Apesar de ser uma conversa difícil – pois às vezes você nem se dá conta de que o sexo é o que está causando os problemas na relação – ela é necessária. Falar sobre os seus sentimentos, explicar de maneira objetiva o que você deseja do(a) outro(a) e ouvir o que ele/ela precisa ajuda a manter a vida à dois (ou duas) em harmonia, dentro e fora dos lençóis. Escrever uma carta entitulada como “o que eu espero no sexo” por exemplo, pode ser uma forma prática de resolver as questões sem precisar falar.
Mas se vocês não se sentirem pront@s para essa DR, a saída é procurar conselho profissional. “Os tratamentos para casais são muito importantes, pois auxilia o cônjuge a tomar as decisões certas e estabelece parceria na relação. Os tratamentos individuais também são importantes, pois muitas vezes um parceiro sente vergonha de expor suas dificuldades e isso bloqueia seu estímulo sexual. É preciso analisar caso por caso e verificar qual será a melhor saída para o casal”, aconselha a psicóloga Letícia Guedes.