5 atitudes que acabam desgastando o relacionamento sem percebermos
Implicâncias recorrentes, falta de momentos a dois e uma divisão injusta de tarefas do lar são ações que podem provocar um término na relação
Todos sabemos que brigas em excesso, traições — no caso de relacionamentos monogâmicos — e ofensas fazem muito mal para qualquer casal. Porém, sempre existem aquelas ações que, por mais que acreditemos serem inofensivas, acabam saturando a relação aos poucos. Aqui, estamos falando daquelas pequenas implicâncias e da falta de uma divisão de tarefas justas, por exemplo.
Pensando nisso, batemos um papo com a sexóloga, psicóloga e palestrante Bárbara Menêses, que explica quais são as atitudes que (sem que percebamos) desgastam o relacionamento e provocam até mesmo términos. Confira:
1. Falta de diálogo
Para a especialista, a falta de diálogo é o maior problema de todos. “Essa dificuldade em ser claro e sincero pode acarretar em muitos términos. Às vezes, a pessoa não consegue se expressar, seja por medo de represália, vergonha ou receio de que o próximo não irá validar os seus sentimentos”, explica. Quaisquer que sejam os motivos, é imprescindível observar a questão com carinho, para que a dinâmica do casal seja sempre transparente e justa.
2. Críticas e reclamações em excesso
E se a falta de diálogo faz mal, o completo oposto é pior ainda. Neste caso, Bárbara se refere às pessoas que reclamam de tudo o tempo inteiro, não se satisfazendo com nada que a outra pessoa faça. “É aquela implicância clássica. Por isso, precisamos criar um filtro do que falamos”, recomenda.
Para criar um bom filtro, a psicóloga indica uma reflexão: pensar se a sua crítica é realmente relevante ou se representa algo zero relevante. “Precisamos entender quando estamos realizando a crítica pela crítica, formando uma picuinha desnecessária.”
A especialista solta uma provocação: “Pergunte a si mesmo: eu sou a pessoa com quem gostaria de conviver? Eu gostaria de estar casada comigo?’. Se a resposta for não, está na hora de repensar algumas coisas”, dispara.
3. Não validar o próximo
Bárbara pontua que há pessoas que sempre culpam o outro pelas próprias ações. “É aquele tal de ‘eu fiz isso porque você fez aquilo’. Isso não pode acontecer. Se a sua parceria se sentiu desrespeitada ou excluída, peça desculpas, diga que irá se esforçar para não fazer mais”, indica.
Para a psicóloga, é extremamente prejudicial afirmar que o próximo não tem motivos para se sentir de maneira x ou y. “Pode ser besteira para mim, mas para o outro não. Reconhecer os próprios erros e não deixar o orgulho prevalecer faz toda a diferença, pois são ações que criam um senso de união e sintonia entre o casal”, completa.
4. Esquecer de reservar momentos a dois na rotina
Bárbara recomenda jamais esquecer de incluir tanto um momento para o casal quanto para o social (familiares e amigos) na rotina. “Especialmente quando trabalhamos e temos filhos, precisamos criar, pelo menos uma vez por mês, aquele dia em que os dois se olham nos olhos, saem, conversam, não falam de problemas ou filhos, relembram viagens e recordam por que estão juntos.”
Além disso, para a profissional, manter as atividades sociais é igualmente imprescindível: “Não deixe de visitar a família ou sair com os seus amigos caso o outro não se dê bem com o seu círculo social. Se fizer isso, poderá entrar numa bolha onde vivem apenas os dois, perdendo amizades, se afastando de parentes e vivendo um dia a dia monótono”, alerta.
Isso também se aplica a hobbies e outras atividades que deem prazer, seja um esporte, uma dança ou uma aula de artesanato. “É comum que no começo os casais apaixonados faltem em seus compromissos, mas isso não pode acontecer. Se não vira aquele casal chato que não faz nada e nem assunto tem mais, desgastando a relação”, declara.
5. Divisão injusta de tarefas
Bárbara explica que, quase sempre, a divisão de tarefas do lar acaba sobrecarregando uma única pessoa (e esta pessoa comumente é a mulher, em caso de relacionamentos heterossexuais). “Se cada um fizer um pouco, ninguém se esgota. Portanto, estipule a divisão a dois: veja o que é mais confortável ou desconfortável para cada um. Por exemplo: ‘Ah, eu prefiro lavar as roupas do que o banheiro’. Então beleza, eu lavo o banheiro e você as roupas, e por aí vai”, clarifica.
Para ela, essa negociação (e divisão em conjunto) é o que torna a vivência afetiva mais leve: “Quem tem filhos deve incluí-los nessas tarefas, mesmo que sejam pequenos. Eles podem ajudar a arrumar a casa, guardar as coisinhas deles ou tirar o lixinho do banheiro. Dá até para fazer um quadro bem didático com as atividades divididas por dia da semana e o que cada um vai fazer”, sugere.
E não menos importante: não se esqueça de respeitar a forma com que o próximo realiza as tarefas: “Ninguém vai fazer do mesmo jeito que você. Se eu pedir para você passar pano na casa, é da sua maneira. Não adianta ficar reclamando depois que o outro não passou o pano direito. Se quero as coisas da forma em que eu acredito serem ideais, vou lá e faço. Mas de qualquer forma, a divisão de tarefas precisa sim acontecer”, conclui.