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Por que nos sentimos obcecadas por pessoas não disponíveis?

Especialista explica os aspectos que podem estar por trás da atração pelo inacessível

Por Ana Luiza Bezerra
Atualizado em 23 ago 2025, 07h59 - Publicado em 23 ago 2025, 06h00
Imagem de mulher ao lado de homem, vistos de frente, em que ela aparentemente está implorando por algo, representando mulheres que correm atrás de quem não quer nada sério
Raízes emocionais e culturais podem explicar por que algumas pessoas insistem em amores sem futuro (karlyukav/Freepik)
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Tornou-se comum encontrar nas redes sociais relatos de mulheres que dizem não conseguir se apaixonar pelo homem “bonzinho” – aquele que está ali, disponível e disposto a oferecer o mundo. Em contrapartida, muitas acabam sofrendo ao se verem obcecadas por pessoas que já deixaram claro, de todas as formas, que não estão interessadas em assumir uma relação.

Embora os vídeos sobre o tema geralmente circulem em tom de humor, a questão pode ser bem mais profunda do que parece. “É importante prestar atenção, porque ali existe um inconsciente falando a respeito”, alerta a psicóloga Raquel Baldo.

Por que insistimos em relações sem futuro?

A primeira pergunta que surge é: por que alguém insiste em algo que claramente não dá certo? Para Raquel, em muitos casos, a resposta está em idealizações fantasiosas. “Ela se prende a uma fantasia, a um contexto idealizado, e tenta realizá-lo para que possa ser atendida. Ao mesmo tempo, essa tentativa de realização é também um autoboicote, porque, inconscientemente, ela sabe que não tem como realizar a própria ideia”, explica.

Outro fator que sustenta esse padrão, segundo a psicóloga, são os problemas interpessoais. Baixa autoestima e dificuldades de validação pessoal acabam gerando barreiras para o aprofundamento de vínculos reais, mantendo a pessoa presa a relações superficiais.

“Eu não me aprofundo com o outro porque ainda não sustento essa troca, possivelmente porque não banco a minha própria existência, a minha relação comigo mesma”, acrescenta.

A importância da base emocional

Nesses casos, também é necessário olhar para a estrutura emocional construída ao longo da vida. Segundo Raquel, a forma como aprendemos a nos relacionar desde a infância molda as relações futuras. “Eu aprendo a existir amorosamente através da ideia de amor que meus pais me dão, e essa relação não necessariamente vem a me validar.”

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Dependendo do tipo de convivência, a pessoa pode internalizar a ideia de que amar é sinônimo de luta constante. “Muitas relações ensinam que o outro deve se esforçar, fazer por merecer ser amado. São punitivas e agressivas na troca sentimental”, diz a especialista. O resultado? Adultos que permanecem em relacionamentos nos quais nunca se sentem suficientes, tornando-se obcecados por quem os mantém em eterna batalha pela conquista.

Quando a cultura reforça o sofrimento

O aspecto cultural também não pode ser ignorado. Filmes, livros e novelas ajudaram a construir a noção de que o amor romântico precisa ser sofrido, intenso e repleto de reviravoltas para ser validado.

“Aprendemos que um relacionamento amoroso exige abdicação em favor do outro. E que, quando fazemos esse esforço todo, o amor será finalmente reconhecido e seremos seres completos. Mas sabemos que, na prática, não é assim”, pontua Raquel.

Imagem de homem visto de lado implorando por atenção, enquanto a mulher ao seu lado parece desinteressada
Os homens que demonstram interesse excessivo, em geral, não cativam interesse (azerbaijan_stockers/Freepik)
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A necessidade de se provar

Outro ponto frequente é transformar a relação em uma espécie de prova de valor pessoal. Nesse contexto, surge até um termo bastante falado na internet: love bombing. Trata-se do comportamento de doar-se em excesso, de forma quase obsessiva, para chamar a atenção do outro e conquistar sua validação. O problema é que, assim que ela é alcançada, o interesse tende a desaparecer e o investimento emocional cai drasticamente – afinal, o objetivo já foi cumprido.

“É importante ressaltar que essa pessoa não está em busca de um relacionamento, mas da conquista em si. O objetivo é provar que tem valor, que é capaz. Quando a conquista acontece, é como se tivesse tirado nota máxima na prova. Internamente, a história está resolvida. Não é sobre se envolver de fato”, explica a psicóloga.

Relações precisam ser troca

Para Raquel, insistir em vínculos com pessoas indisponíveis geralmente revela sintomas claros de baixa autoestima, medo da rejeição, insegurança diante da perda e até imaturidade. Ela finaliza esclarecendo que relações são trocas. Elas precisam acontecer de forma fluida e saudável. Não é a validação ou a conquista que determinam o nosso valor, mas a qualidade do vínculo que conseguimos sustentar.

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