Se meu sócio fala alto, tudo bem. Se eu faço isso, sou chamada de descontrolada
Nossa colunista Cynthia de Almeida fala sobre gênero no escritório: o preconceito existe, sim
Quando eu falo alto para impor uma opinião e defender meu ponto de vista em uma reunião de trabalho, sou chamada de louca e descontrolada. Quando é meu sócio quem perde a compostura e grita, todo mundo escuta e acha que ele tem razão…
Bem vinda ao mundo dos preconceitos de gênero, cara descontrolada. Essa situação que você, como muitas de nós, vive ou já viveu no dia a dia do trabalho (despertar reações diferentes ao levantar a voz e expressar indignação em uma discussão) foi objeto de um estudo recente na universidade do Arizona (EUA). O que a pesquisa concluiu é que mulheres raivosas são menos convincentes do que homens raivosos, que são percebidos como persuasivos, tanto aos olhos dos homens quanto das mulheres investigadas. Os estudiosos creditam essa diferença de percepção ao fato de, nas mulheres, a raiva ser considerada algo intrínseco, enquanto nos homens é vista como “situacional”. Ou seja, mulheres são seres emocionais que, ao falar mais alto “não devem estar pensando direito”. Homens ficam raivosos com uma determinada situação e, portanto, se gritam, “devem ter um forte motivo para isso”. O que fazer? Lembrar-se disso, respirar fundo e trocar gritos por argumentos. Afinal, independentemente dos preconceitos, homens e mulheres deveriam manter a calma e a compostura nas reuniões de trabalho.
Cynthia de Almeida é colunista de CLAUDIA e escreve aqui no site toda terça-feira. Mande sua dúvida para ela!