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Nunca é tarde: balé para adultos ganha força em BH

Conheça histórias que provam que sempre é tempo para ficar nas pontas dos pés e começar a dançar

Por Abril Branded Content
Atualizado em 17 jan 2020, 12h36 - Publicado em 16 nov 2017, 10h00
Aulas de balé na capital mineira abrem espaço para alunas de todas as idades (Renata Donatti/Acervo pessoal/Divulgação)
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Arrumar o cabelo e o coque meticulosamente, conferir o figurino nos mínimos detalhes, alongar com uma flexibilidade invejável, aquecer o corpo enquanto esboça movimentos minuciosos. Enfim, flanar pela sala compondo uma coreografia tão carregada de charme, perfeição e elegância que pode parecer inalcançável para os inexperientes. Mas balé não é só para quem fica na ponta do pé desde criancinha. O #hellocidades, projeto de Motorola que incentiva uma nova relação entre as pessoas e as cidades, mostra histórias de mulheres de Belo Horizonte que provam que nunca é tarde para se reconectar com o próprio corpo e aprender a arte da dança.

Esse é o caso da bancária Lucia Moahallen que, aos 55 anos, decidiu que era a hora de realizar um sonho de criança: o de ser bailarina. Hoje, um ano depois, ela não poupa esforços para alcançar seus objetivos. Lucia mora no bairro Barro Preto, assiste às aulas de balé três vezes por semana na Savassi, tem sessões de pilates no Buritis e não tem problemas em rodar a cidade inteira atrás do que é melhor para ela. “Não tem isso de ter que ser perto de casa, eu procuro o que vai me ajudar mais e, com isso, eu estou conhecendo a cidade inteira”, diz ela, que também faz aulas de pole dance e circo, cada uma em um bairro diferente.

Todas essas aulas suplementares a ajudam a trabalhar melhor o corpo e ter mais desenvoltura, flexibilidade e força para o balé. “Eu sei que ainda tenho um caminho longo para trilhar, mas a superação está no processo contínuo”, reflete. Para ela, um dos maiores entraves era a diferença de idade que encarava na sala de aula, mesmo em turmas específicas para adultos. Mas isso também já ficou para trás. “No ano passado, eu fiz um intercâmbio em Nova York para fazer cursos de inglês e de balé. Na minha turma tinha homens e mulheres de todas as idades, até uma senhora de uns 70 anos que dançava lindamente. Foi aí que eu me libertei dessa questão”, relata.

A médica Flávia Belém, de 45 anos, também passou por uma jornada semelhante. “Eu olhava para os lados e via que algumas daquelas meninas podiam ser minhas filhas. Dava uma insegurança e um medo de fazer papel de ridícula. Mas a receptividade me surpreendeu muito, tanto da equipe da escola quanto das colegas”, diz.

Reencontro dos movimentos

Quando largou o balé aos 16 anos para se dedicar ao vestibular e, posteriormente à profissão, Flávia pensou que nunca mais poderia vivenciar o mundo da dança. Passaram-se mais de duas décadas quando ela tomou coragem de, enfim, se reconectar com esse sonho antigo. “Eu nunca imaginei que conseguiria dançar na ponta [dos dedos] de novo, isso é maravilhoso. Toda vez que eu penso nisso eu fico muito feliz de ter buscado essa oportunidade e me reencontrado com esse sonho que eu tinha deixado de lado”, conta.

Flávia ressalta que, no começo, foi preciso ter paciência e entender as limitações do próprio corpo. “Eu comecei devagar e, com o tempo, fui reaprendendo. A idade faz diferença, sim, mas a questão é entender que as expectativas agora são outras e conseguir superar os desafios dentro dessa nova realidade. Também é muito importante contar com uma equipe capacitada para que você tenha uma boa assessoria e evite lesões”, pondera.

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Procurar um professor qualificado que entende as necessidades de cada corpo é essencial para o sucesso no balé (Renata Donatti/Acervo pessoal/Divulgação)
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Quem reforça essa recomendação é a professora de balé Renata Donatti, que dá aulas para Flávia e Lúcia na academia Núcleo Artístico de Dança. Segundo ela, um profissional com boa formação é essencial para identificar as maiores dificuldades de cada aluna. “Cada corpo reage de uma forma, então as primeiras aulas são para a professora conhecer melhor aquele caso específico e poder elaborar exercícios adequados”, explica.

A Compasso, no bairro Santo Antônio (veja mais opções abaixo), também oferece aulas de balé para adultos. O professor da turma, Diego Clever, explica que é importante deixar um tempo para que a nova bailarina se acostume ao universo da dança. “No começo, a gente é menos exigente, deixa a pessoa ficar mais à vontade para conhecer os movimentos e, aos poucos, a cobrança vai aumentando”, explica.

Rede de apoio

Diferentemente do que se pode imaginar, a maior dificuldade para quem inicia o balé clássico na vida adulta não é a limitação física mas, na verdade, a necessidade de equilibrar a nova atividade com as responsabilidades de família, estudo e trabalho. Para a médica Flávia, o apoio dos familiares e colegas tem sido essencial para que ela possa se dedicar, também, ao balé.

No trabalho, ela conta com a ajuda dos colegas de profissão, que a ajudam a organizar plantões e consultas de forma que ela não precise perder aulas e ensaios. Em casa, não falta apoio de toda a família. “Esta foi uma outra vantagem que a dança me trouxe: eu mudei e melhorei o meu relacionamento com todas as pessoas à minha volta, inclusive com as minhas filhas, que também são bailarinas. E agora elas me veem, também, com um olhar diferente”, conta Flávia, tecendo muitos elogios aos colegas, familiares e professores. “Eu estou conseguindo fazer isso porque eu conto com essa rede incrível de apoio”, conclui.

Para as bailarinas Rafaela Linhares, de 28 anos, e Daniela Torres, de 30 anos, colegas de sala na academia Compasso, foi um alívio encontrar turmas que permitissem que elas se sentissem à vontade. “Eu me sentiria um pouco deslocada de dançar com as meninas mais novas, e o horário noturno [das 19h30 às 21h] também é essencial para conciliar a dança com o trabalho”, pondera Rafaela.

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Para Daniela, a possibilidade de se desconectar dos problemas cotidianos é outra grande vantagem. “Aqui, a gente esquece um pouco do trabalho e dos problemas e fica o tempo todo com o foco só na dança. Isso traz um relaxamento e um bem estar muito grande”, diz.

Atividade completa

A professora Renata conta que muitas pessoas que procuram o curso estão em busca de uma atividade física para perder peso de forma agradável. “Elas querem fazer um exercício que também seja prazeroso, pois o balé é uma atividade completíssima que também envolve os imaginários dos sonhos de criança, a socialização e a consciência corporal”, enumera.

Para quem tem o emagrecimento como meta, a notícia é boa: uma aula de balé iniciante queima, em média, 250 calorias, enquanto o gasto calórico das turmas avançadas gira em torno de 500 calorias. “O balé é hoje uma das atividades físicas mais completas, que traz vários benefícios para o corpo, como força, alongamento, flexibilidade e muito desenvolvimento muscular”, aponta o professor Diego.

Uma pesquisa do departamento de fisioterapia da Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, aponta ainda que o balé é mais efetivo do que a natação para a melhora do condicionamento físico. O estudo foi feito com bailarinos do Royal Ballet e nadadores olímpicos e comparou os resultados de alguns testes físicos, como salto à distância, força da empunhadura, índice de gordura corporal e equilíbrio psicológico.

Muito mais do que isso, a professora Renata garante que o balé também ajuda a melhorar a autoestima e a fazer as pazes com o próprio corpo. “Muitas pessoas entram com a vontade de emagrecer, mas quando você está em uma sala de aula lidando com uma técnica tão complexa, você percebe que as coisas vão muito além. Uma bailarina perfeita seria flexível, forte, com estrutura óssea perfeita e pernas e braços longos, mas raramente alguém vai ter tudo isso. Cada uma tem a sua potencialidade, e essa mistura é muito legal e muito rica e permite trabalhar a autoestima de uma forma mais realista e com respeito“, explica.

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Com o pé direito

Confira as dicas para quem quer começar a dançar na fase adulta:

1. Procure um professor com boa formação e uma escola conceituada para fazer aulas experimentais. É importante sentir confiança naqueles profissionais, já que um professor de balé adulto que não tenha conhecimento pode não conseguir evitar uma lesão.

2. Tenha paciência nos primeiros momentos. Os resultados são a longo prazo e, se alguém oferecer retorno rápidos, desconfie.

3. Não tenha vergonha, medo ou ansiedade. Normalmente, em uma turma de balé adulto estão todos aprendendo e enfrentando as mesmas superações.

4. Pesquise sobre o mundo do balé na internet para se conectar melhor com esse universo. É possível encontrar todos os tipos de informações e vídeos maravilhosos falando sobre a experiência de sala de aula, tutoriais de coque, maquiagem etc.

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Onde fazer

Núcleo Artístico Savassi

Av. do Contorno, 6283/loja 10, São Pedro

Informações: (31) 3281 9477 ou diretamente com a professora pelo e-mail renatadonatti@yahoo.com.br

Compasso Academia de Dança

R. Padre Odorico, 48, São Pedro

Informações: (31) 3282-7070

Ponto da Dança

Av. Olegário Maciel, 1149, Lourdes

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Informações: (31) 3335-0012

Centro Cultural SESIMINAS

Rua Álvares Maciel, 59, Santa Efigênia

Informações: (31) 3241-7175

Agora, já sabe, é hora de pegar aquela sapatilha aposentada há décadas e ressuscitar o sonho de infância — ou despertá-lo e calçar as sapatilhas pela primeira vez. Ainda há muito tempo para registrar muito plié e pas de bourrée e colocar nas redes sociais com a hashtag #hellocidades. Redescubra seu corpo e sua cidade em hellomoto.com.br.

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