Mulheres do mundo todo organizam paralisação para o 8 de março
Aproveitando o frenesi da Women's March, a proposta é criar uma greve de mulheres gigantesca e global.
No ano passado, as polonesas nos mostraram que sim, é possível fazer a diferença quando as mulheres se organizam. Diante de mudanças na lei sobre o direito ao aborto, que já era bastante restrito no país, elas se organizaram e promoveram uma greve que reverteu a decisão dos legisladores. Não é incrível?
Puxadas por movimentos como o da Polônia, da Islândia, da Argentina e, principalmente, pela adesão mundial à Women’s March no dia 21 de janeiro, diversas organizações de mulheres ao redor do mundo estão se unindo para promover uma enorme greve no Dia Internacional da Mulher, 8 de março.
No jornal britânico The Guardian, as organizadoras da versão norte-americana do protesto (Angela Davis, Linda Martín Alcoff, Cinzia Arruzza, Tithi Bhattaccharya, Nancy Fraser, Barbara Ransby, Keeanga-Yamahtta Taylor e Rasmea Yousef Odeh) explicaram na última segunda (6) quais são os objetivos da paralisação. “Na nossa opinião, não é suficiente nos opormos ao Trump e a suas medidas misóginas, homofóbicas, transfóbicas e racistas”, escrevem elas no manifesto. “Por isso, nos juntamos a coletivos feministas de 30 países que propuseram esta greve”.
A ideia do protesto é fazer com que fique visível o impacto da falta da mão de obra feminina – ao mesmo tempo em que pautas essenciais aos direitos da mulher são exigidas. “Os estupros crescem e o ódio a nós mulheres cresce a cada dia, patrocinado por muitos meios, repercutindo no aumento dos feminicídios. Estamos ameaçadas de ser presas quando precisamos abortar e corremos risco de vida quando vamos parir“, escrevem no evento brasileiro da chamada “Parada Internacional de Mulheres no Brasil” no Facebook. “E você, vai ficar aí parada?”.