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Mazal tov e seu significado para as resoluções de Ano Novo

Confira o texto da escritora e roteirista Leticia Wierzchowski, que é autora do livro " A Casa das Sete Mulheres"

Por Leticia Wierzchowski
31 jan 2018, 22h42
 (phototechno/ThinkStock)
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A escritora e roteirista Leticia Wierzchowski, autora do livro “A Casa das Sete Mulheres”, que foi adaptado pela Rede Globo e virou minissérie que foi ao ar em 2003, escreveu texto inédito para CLAUDIA:

Então, mais uma vez, temos um ano novinho em folha pela frente com todas as suas possibilidades de transformação e de renovação. Um ano em que poderemos mudar tudo ou apenas recomeçar de um outro jeito. Ou seguir em frente na estrada em que já seguíamos, avançando até novas fronteiras.

Eu faço listas –de supermercado, de tarefas a cumprir–, escrevo meus romances seguindo listas de escaletas, avançando cena por cena na história que quero contar. Um ano novo é como um romance novo. Aquela euforia e a ansiedade da página em branco…

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E, quando me vejo, aqui estou eu fazendo listas mais uma vez. Mas confesso que, ao sentar no sofá da minha casa de praia, com minha pilha de sonhos, pensando em tudo o que este 2018 poderia me trazer de lindo e de inusitado, o que eu lembrei mesmo foi de um papo que tive com Guershon Kwasniewski, rabino da Sibra, sinagoga que não fica muito longe da minha casa em Porto Alegre.

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Não sou de origem judaica, embora o sobrenome de Guershon e o meu sejam bastante parecidos. Tinha ido até a sinagoga numa tarde de outubro pesquisar para um livro que estou escrevendo.

Enfim, fui ver Guershon, que me recebeu gentilmente, e lhe pedi algumas explicações sobre um dos pilares da religião judaica, a circuncisão, que é feita nos meninos sempre no seu oitavo dia de vida.

Conversa vai, conversa vem, Guershon me explicando os ritos e os ditos da cerimônia, até que chegamos a um ponto já dos finalmentes, a hora em que o rabino deseja ao bebê recém-circuncidado – e, portanto, recém-entrado no povo judeu – que ele tenha sorte nesta vida. Boa sorte, em hebraico, vocês já devem ter ouvido por aí, é mazal tov.

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“Mazal tov”, diz o rabino, e todos repetem juntos para a criancinha: “Mazal tov!”. Achei bonito que se deseje sorte para o pequeno que está começando a vida, e, então, Guershon me explicou que a expressão significa sorte, sim, mas não apenas isso. A sorte, meus caros, não é tão simples.

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Mazal é um acróstico de outras três palavras: uma delas quer dizer local. A sorte, portanto, depende do lugar onde você está. A segunda palavra do acróstico quer dizer tempo. A sorte depende do tempo no qual você vive. E, por fim, a terceira palavra que compõe mazal é estudo.

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Então, a sorte ensejada na religião judaica não é aleatória nem trivial. Ela depende da conjunção desses três fatores para se realizar. Local, tempo e preparação. É uma sorte na qual atuamos também, e não apenas o divino.

Não podemos ter certeza de que estaremos, neste 2018 que está começando, no local exato onde deveríamos estar; não sabemos se este será o tempo dos nossos sonhos, dos nossos desejos, de encontrar um amor ou de realizar aquele projeto profissional, mas uma coisa depende – sim – de nós: precisamos estar preparados para os nossos sonhos, precisamos estar prontos para os nossos desejos, alinhados com o nosso projeto, de gavetas arrumadas para as mudanças que almejamos realizar. Temos um papel importante dentro do imponderável, um papel fundamental, e não podemos nos furtar a ele.

Confesso que venho pensando muito naquele papo com o rabino nos últimos meses. É tão fácil reclamar que a gente está com azar, que isso e mais aquilo. Mas estamos preparados para tudo que desejamos? Fazemos a nossa parte, esse um terço do mazal tov?

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E aqui, agora, sentada no meu sofá, com o sol da tarde descendo no mar lá na praia, sei que não preciso fazer listas para 2018. Eu venho me preparando há meses para este ano que se iniciou e espero que vocês também.

Arranco uma única folha do caderno pautado com a lista que eu pretendia fazer. E só escrevo uma palavra: mazal tov. Para mim, para vocês, para todos nós.

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