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Marca de roupa infantil quebra estereótipo de rosa para meninas e azul para meninos

Quem disse que meninas precisam se vestir como princesas? A loja americana "Girls Will Be" propõe que toda criança tem o direito de escolher o estilo de roupa que quer usar

Por Aline Gomiero
Atualizado em 27 out 2016, 19h30 - Publicado em 16 set 2013, 22h00
Aline Gomiero
Aline Gomiero (/)
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A linha de roupas infantis da marca “Girls Will Be” permite que a criança expresse sua individualidade
Foto: Divulgação

A americana Sharon Choksi sempre teve dificuldades em comprar roupas para sua filha. Mesmo com a pouca idade (8 anos), a pequena tem personalidade forte na hora de escolher o que veste e prefere dinossauros a princesas. Para resolver esta situação, Sharon teve uma ideia inovadora: criou a marca “Girls Will Be“, com o objetivo de oferecer peças para crianças que se sentem mais confortáveis usando camisetas com estampas de carrinhos do que de flores ou borboletas. No total, o e-comerce disponibiliza 15 modelos de camisetas diferentes, todas feitas para atender meninas (ou meninos) modernas com idade entre 4 e12 anos. No site, Choksi explica sua visão: “queremos que todas as meninas encontrem roupas que refletem quem elas são e o que elas gostam. Acreditamos que há mais de uma maneira de ser uma menina”.

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Velente é uma princesa que não dá a mínima para os cerimoniais e prefere cavalgar pela floresta livremente
Foto: Divulgação

Essa quebra dos estereótipos criados pela sociedade também já chegou ao cinema. A animação Valente, da Disney-Pixar, deu o que falar quando foi lançada nos Estados Unidos ao trazer uma princesa bem diferente daquelas que estamos acostumadas a ver nos filmes. Ao contrário de Branca de Neve, Cinderela ou Aurora (de A Bela Adormecida), que esperam ser salvas por um príncipe encantado, Merida, a protagonista de Valente, é uma princesa medieval escocesa que enfrenta a tudo e a todos, incluindo monstros e até os próprios pais. Ela não é frágil, nada delicada e muito menos recatada. A cabeleira ruiva rebelde e o vestido básico azul sem volume são característicos da personagem que anda por aí carregando um arco-e-flecha. Uma princesa anticonvencional! Na realidade, Merida é um reflexo de muitas outras meninas que querem se vestir e brincar da maneira que se sentem melhor, sem seguir a tradição de azul para meninos e rosa para meninas.

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Disney Store comercializou camisetas com dizeres “Eu preciso de um herói” para as meninas e “Seja um herói” para os meninos
Foto: Reprodução

Em contrapartida, em abril deste ano a Disney Store lançou uma coleção de camisetas com os dizeres “seja um herói” para os meninos, já os modelos femininos apresentam estampas com as frases “eu preciso de um herói” ou “eu só beijo heróis”. Alguns clientes ficaram tão indignados que chegaram a propor boicote às vendas enquanto a empresa continuasse usando estereótipos de gênero em seus produtos. Em nota oficial, a assessoria de imprensa da empresa informou que “as camisetas foram criadas com a intenção de fazer uma menção ‘espirituosa’ e ‘brincalhona’ do tema ‘super-heróis’, mas alguns consumidores não gostaram desse tipo de humor e consideraram que as frases poderiam passar uma mensagem ‘errada'”. Diante do fato, decidiram retirar os produtos da loja. 

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No Brasil, as marcas de roupas infantis ainda não investiram na tendência “genderless” (ausência de gênero). Normalmente, as lojas são divididas em duas partes: uma decorada com imagens de princesas, corações, bonecas e laços, tudo cor-de-rosa – muito rosa! Do outro lado, carrinhos, super-heróis e tons de azul inundam o imaginário dos pequenos. Essa “divisão” parece tão antiga e natural que é raro alguém questionar o porquê – o que não acontece na fase adulta. Há décadas, o estilo masculino marca presença no guarda-roupa feminino, tanto nos modelos de calças e casacos como nos dos sapatos. O que a “Girls Will Be” defende é que essa liberdade de escolha seja levada também para a infância.

Vale a pena assistir:

“E se uma menina gostar de azul e um menino gostar de rosa, qual é o problema nisso?” Neste vídeo, Riley Maida, uma garotinha de de apenas 4 anos, questiona o sexismo da indústria de brinquedos . Clique aqui e confira!
 

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