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Lily Allen denuncia omissão da polícia depois de ser perseguida durante sete anos

Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, cantora conta que teve sua casa invadida

Por Ligia Helena
Atualizado em 21 jan 2020, 11h23 - Publicado em 19 abr 2016, 09h00

A palavra em inglês “stalk”, que significa “perseguir”, se tornou bastante popular em tempos de internet e redes sociais. “Stalkear” alguém, popularmente, é ficar obcecado por ela, olhando cada atualização no Facebook e Instagram, rolando o histórico de fotos até o fim. Às vezes isso é apenas uma distração, às vezes é um problema sério. Mas, de vez em quando, é um verdadeiro filme de terror. Foi o que aconteceu com a cantora Lily Allen.

Em entrevista para o jornal britânico “The Guardian”, ela conta que foi perseguida nos últimos sete anos por um homem que chegou a invadir o quarto dela enquanto ela dormia.

A perseguição começou em 2009, quando um homem chamado Alex Gray criou a conta de Twitter @lilyallenRIP (Descanse em paz, Lily Allen). Ele afirmava ter escrito a música “The Fear”, do disco “It’s Not Me, It’s You”. Depois disso, ele mandou cartas, acusações e chegou a ameaçar se suicidar. Ele sabia o endereço de todos os lugares relacionados à cantora: da gravadora à loja da irmã dela. E enviava ameaças para todos os endereços.

A cantora diz que denunciou à polícia o perseguidor, apresentando as cartas e ameaças. Enquanto isso, ele continuava a procurar por Lily. Funcionários e colegas dela chegaram a ser encontrados por Alex Gray, que era descrito como “assustador”. Lily conta que uma vez estava cantando no palco, quando leu em um cartaz na plateia: “Eu escrevi ‘The Fear’”. Ela então encerrou o show e chamou a polícia.

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Stuart C. Wilson / Getty Images
Stuart C. Wilson / Getty Images ()

A confiança de Lily Allen na polícia ficou seriamente abalada em outubro do ano passado. Distraída, ela esqueceu de fechar a porta dos fundos de sua casa antes de dormir. Acordou assustada, ouvindo batidas na parede, e quando abriu os olhos viu a porta se abrir: era um homem desconhecido, que, a xingando, arrancou as cobertas da cama enquanto a xingava de “fucking bitch” (“puta maldita”, em tradução livre). Por sorte Lily estava acompanhada de um amigo, que conseguiu expulsar o invasor. As duas filhas da cantora dormiam no quarto ao lado.

A polícia disse que o invasor era um bêbado qualquer, mas Lily estava convencida que era Alex Gray. Na invasão, a bolsa dela foi roubada. Uma semana depois, Lily voltou para casa depois de um evento e encontrou a bolsa e os pertences em cima do capô de seu carro. Tudo havia sido queimado.

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Só então Alex Gray foi preso, acusado de roubo, e não da perseguição que aconteceu por tanto tempo. As cartas que Lily Allen entregou à polícia desde 2009 foram destruídas. Depois de muita insistência, a polícia o acusou de assédio, mas baseado apenas nos acontecimentos de 2015 em diante.

Lily Allen conta que a perseguição mudou sua vida: agora ela tem de se preocupar com onde vai, e é “praticamente uma ermitã”. O que ela quer denunciar, ao contar sua história, é a omissão da polícia. Se ela, que é famosa, foi tratada assim, mulheres anônimas devem ser ainda mais negligenciadas. A polícia se preocupa mais em combater roubos do que ameaças a vida.

A experiência de Lily não é solitária. No Reino Unido são 700 mil vítimas de perseguição todos os anos. Para tentar diminuir esse problema, ela se uniu ao partido britânico da Igualdade da Mulher para pedir que haja um registro policial dos perseguidores, assim como hoje acontece com os abusadores sexuais.

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No Brasil, perseguição não é crime, mas sim contravenção penal. O perseguidor pode ser preso por 15 dias até dois meses, ou pagar uma multa. Mas se a vítima da perseguição é mulher, pode ser aplicada a Lei Maria da Penha. A reforma do Código Penal pode transformar perseguição em crime. Talvez seja o caso de lutar por essa mudança

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