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Diferença de salário entre mulheres e homens aumenta após 23 anos

Além disso, homens tiveram mais que o dobro de aumento salarial em comparação às mulheres

Por Da Redação
Atualizado em 16 abr 2024, 08h48 - Publicado em 27 nov 2018, 12h15
 (Caiaimage/Sam Edwards/Getty Images)
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desigualdade entre os salários de mulheres e homens aumentou nos últimos dois anos, resultando numa distância ainda maior a equiparação de renda entre os gêneros no Brasil.

Os dados foram coletados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, que mostram que mulheres ganhavam cerca de 72% do que ganhavam homens em 2016, proporção que caiu para 70% em 2017, aumentando ainda mais a diferença entre salários. Trata-se do primeiro recuo em 23 anos.

A avaliação foi mostrada pelo relatório “País estagnado: um retrato das desigualdades brasileiras – 2018”, divulgado na última segunda-feira (26) pela organização não-governamental Oxfam Brasil, com base nos dados da PNAD de 2016 e 2017, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com a análise, em 2017, a renda média de mulheres era de R$ 1.798,72, enquanto a de homens era de R$ 2.578,15. Em relação ao ano anterior, ambos tiveram acréscimos de renda, com um aumento de 5,2% nos rendimentos dos homens correspondentes a mais que o dobro do obtido pelas mulheres (2,2%). Na metade mais pobre, contudo, houve perdas – maiores no caso das mulheres pobres (-3,7%) do que no dos homens pobres (-2%).

Entre os 10% mais ricos do Brasil, a distância entre a renda de mulheres e homens é ainda maior. Homens tiveram quase 19% de aumento em seus rendimentos entre 2016 e 2017, enquanto mulheres viram seus rendimentos médios aumentarem numa proporção bem inferior a essa, ou seja, 3,4%. Como resultado deste crescimento tão desigual no topo, as mais ricas ganharam em média 60% do que os mais ricos em 2017 – em 2016 o valor era de 69%. Confira os dados no gráfico:

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grafico-salario-homem-mulher
(Oxfam Brasil/Reprodução)

Desigualdade entre grupos raciais

Outro dado avaliado pela Oxfam Brasil foi as diferenças salariais entre raças, que aumentou. Em 2016, negros ganhavam R$ 1.458,16 em média, o que corresponde a 57% dos rendimentos médios de brancos, equivalentes naquele ano a R$ 2.567,81. Já em 2017, os rendimentos médios de negros foram de R$ 1.545,30 enquanto os dos brancos alcançaram R$ 2.924,31, diminuindo a razão de rendimentos para 53%. Tal razão não passa de 57% há sete anos, numa longa estagnação de equiparação iniciada em 2011.

Além disso, a média geral da renda da metade mais pobre da população era de R$ 749,31 em 2016, sendo que brancos pobres ganhavam em média R$ 882,23 e negros pobres R$ 634,66. Em 2017, a média geral para esse grupo era de R$ 804,35, de modo que brancos da metade mais pobre ganhavam R$ 965,19 enquanto negros dessa faixa recebiam R$ 658,14. Nesse período, negros pobres ficaram ainda mais pobres, com redução de cerca de 2,5% de renda, enquanto brancos seguiram direção oposta, com incremento de quase 3% de renda.

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