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Diabetes: a doença na vida das crianças

A descoberta do diabetes na infância muda quase totalmente a rotina da criança, mas os cuidados adequados e o olhar dos pais garantem um futuro saudável

Por Natália Leão (colaboradora)
Atualizado em 27 out 2016, 18h45 - Publicado em 14 nov 2015, 07h00

Para tratar a DM1, deve-se medir os níveis de glicemia no sangue até dez vezes ao dia (por um furinho no dedo), fazer a correção de insulina com injeções
FA cada ano, mais de 70 mil crianças no mundo recebem o diagnóstico de diabetes do tipo 1 ou DM1. Segundo a Federação Internacional de Diabetes, cerca de 440 mil crianças com até 14 anos têm a doença. No Brasil, o Instituto da Criança com Diabetes estima que 150 mil crianças e jovens até 20 anos sejam diabéticos. Geralmente os pais demoram a descobrir a doença. “Na hora em que buscam atendimento, 25% das crianças têm o nível de açúcar no sangue tão alto que vão direto para a UTI”, explica o endocrinologista pediátrico Durval Damiani, de São Paulo.

 

O tipo mais comum entre crianças e adolescentes, o DM1, é diferente do diabetes do tipo 2. Na DM1, o sistema imunológico ataca o organismo destruindo as células do pâncreas que produzem insulina. E faz com que seja preciso repor esse hormônio, que coloca a glicose para dentro das células, produzindo energia. Não se sabe ao certo o que causa a DM1, mas os médicos concordam que é uma combinação entre fatores genéticos e agentes externos, como o contato com alguns vírus, como os da rubéola e da caxumba. Já o diabetes do tipo 2 é desencadeado por excesso de peso e sedentarismo. Pouco tempo atrás era exclusividade dos adultos, mas já começa a afetar pequenos com esse perfil. Para tratar a DM1, deve-se medir os níveis de glicemia no sangue até dez vezes ao dia (por um furinho no dedo), fazer a correção de insulina com injeções e mudar hábitos alimentares imediatamente.

A professora de inglês Nicole Lagonegro, de São Paulo, mãe de Maria Vittoria, que descobriu que era diabética aos 5 anos, lembra das primeiras aplicações de insulina. “Demorava até meia hora, com a Vittoria chorando e dizendo: “Mãe, não quero tomar injeção, por que está fazendo isso comigo? Até furei meu dedo para provar que não doía.” Tratar o assunto de forma carinhosa e parceira faz diferença. A caneta de insulina, usada para aplicar o hormônio, ganhou adesivos infantis; Vittoria tem até maletinha rosa para os apetrechos de controle do diabetes.

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A psicóloga Graça Maria de Carvalho Camara, da Associação de Diabetes Juvenil (ADJ), diz que é importante que a criança participe do que acontece e tenha as dúvidas respondidas. “Minha filha perguntava: ‘Por que tenho diabetes e minha irmã não? Vou ter isso para sempre? Os médicos vão me curar?’ Partia meu coração”, lembra Nicole. A solução foi mostrar que uma pessoa é diferente da outra. “Explicava para a Vittoria que tem gente que usa óculos, tem gente que precisa de cadeira de rodas… Aos poucos, ela foi entendendo”, diz a mãe.

Brincar na praia ou piscina sempre foi um programa traumático para Vittoria. O motivo: se a atividade física é intensa, a quantidade de insulina aplicada para manter os níveis de glicose normais pode não bastar, abrindo caminho para a hipoglicemia. Isso não significa ter de abolir o exercício; pelo contrário. Ele evita a hiperglicemia, que gera picos de açúcar no sangue. No entanto, deve ser monitorado. Mas a hipoglicemia continua sendo a mais temida pelos pais. Durante uma crise, Nicole achou que a filha fosse morrer. “Ela teve uma convulsão no café da manhã e saí desesperada para o hospital, colocando mel na boca dela. No caminho, Vittoria voltou ao normal”, lembra.

Com o tempo, as mães de crianças “docinhas”, como elas mesmas dizem, viram experts. Fazem a contagem de carboidratos em segundos, sabem dizer pelo olhar se o filho está com hipoglicemia ou hiperglicemia. O jeitinho superprotetor está lá, mas os pais devem saber que é vital para a criança ter autonomia.

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