O encontro com o infinito no Deserto do Atacama
Nossa editora viajou ao lugar mais seco do mundo, no Chile, para conhecer as famosas e impressionantes paisagens
Compostas por lagunas, rochas e vulcões, as paisagens do Deserto do Atacama são de tirar o fôlego. Nossa editora Fernanda Morelli foi até lá e divide as experiências mais marcantes do roteiro para você se sentir parte deste instigante deserto sem fim.
Vale da Lua
A imensidão do cenário e o silêncio absoluto arrebatam logo de cara. Por ter quase a mesma altitude que a cidade de São Pedro de Atacama (onde ficam os hotéis e pousadas), a 2,5 mil metros acima do mar, costuma ser o primeiro passeio. De origem vulcânica, sem nenhuma vegetação, o vale ganhou esse nome pela semelhança com o solo lunar – e a impressão que se tem ao pisar lá é de estar fora da Terra. No lugar, que já foi mar, erosões desenharam grandes paredes de rocha. A sensação de sermos pequenos se mistura com a emoção de fazer parte da grandiosa natureza.
Lagunas altiplânicas
Se contemplar uma única laguna da região já valeria a viagem, imagine estar diante de duas! Localizadas a 4,3 mil metros de altitude, Miscanti e Miñiques, integrantes da Reserva Nacional Los Flamencos, ficam lado a lado e têm visual repousante. As águas calmas, que durante boa parte do ano ganham intensa coloração azul, espelham a imagem de dois vulcões inativos que se impõem no local. Esse oásis em meio ao clima árido é coroado, ainda, pela neve nas montanhas. Em julho, estão totalmente cobertas, mas resquícios no topo podem ser vistos em outras épocas do ano.
Salar de Tara
A caminhada pelo deserto, em que o único som vem do vento, é pontuada por formações rochosas que lembram esculturas ancestrais. São verdadeiras obras de arte, como o Monje de la Pacana (acima), também conhecido como Pedra do Índio. Quebra a calmaria a aproximação de lhamas e alpacas. Como podem viver tão lindamente em um local árido assim? A altitude (4,4 mil metros) traz algum incômodo. Mas basta andar e respirar lentamente. Aos mais sensíveis, os moradores locais recomendam ainda tomar chá de folha de coca, encontrado facilmente na região, para melhorar a oxigenação e amenizar os sintomas do ar rarefeito.
Piedras Rojas
Pela proximidade com as Lagunas Altiplânicas, convém visitá-las no mesmo dia. O nome (que significa pedras vermelhas) vem das formações geológicas resultantes da ação da lava dos vulcões. Diante destas deslumbrantes rochas, é servido um café da manhã, com queijos e pães artesanais. Ao pôr do sol, o prazer se completa com vinho e pisco sour, bebida típica com limão.
Gêiseres del Tatio
A chance de ver esse raro fenômeno natural de pertinho (só acontece onde há vulcões ativos) faz deste lugar um dos mais procurados pelos turistas no Atacama. O encontro subterrâneo da água gelada dos lagos com as rochas quentes provoca enormes jatos de vapor, que chegam aos 85°C e até 10 metros de altura após atravessar a superfície pelas fissuras da crosta terrestre. O espetáculo dançante emociona.