Britânica sobrevive após coração parar durante 6 horas
Em um caso considerado extraordinário a precisão médica foi fundamental
O coração de Audrey Schoeman parou, literalmente, por seis horas, mas hoje – viva – é chamada pelos médicos de “um caso extraordinário” porque ela detém um recorde que ninguém realmente quer: a de maior parada cardíaca já registrada na Espanha, onde vive. Audrey é grata: “É como um milagre, exceto que é tudo obra da equipe médica’, diz.
O caso de Audrey não foi por questões de saúde, ela tem preparo físico. Foi justamente por estar fazendo o que ama que se expôs ao perigo. Em novembro, ela estava fazendo uma caminhada com o marido, Rohan, nos Pirineus, quando os dois foram atingidos por uma nevasca severa. Ela rapidamente começou a ter problemas de fala e de movimento, perdendo a consciência e parecendo estar morta antes mesmo da chegada do resgate. “Eu tentei sentir o pulso dela, mas não consegui sentir sua respiração, não consegui sentir seus batimentos”, disse Rohan para a o canal catalão TV3.
Quando os socorristas chegaram, a temperatura do corpo de Audrey estava quase na metade da temperatura média do corpo (18ºC) mas, paradoxalmente, o que a estava matando também a salvou. É que a hipotermia protegeu o corpo e o cérebro de ser deteriorarem enquanto ela estava inconsciente. O procedimento para reverter o quadro não apenas demandava agilidade, mas precisão. Os médicos usaram uma máquina especializada capaz de remover sangue ao mesmo tempo que simula o envio de oxigênio, como os pulmões fariam. O sangue oxigenado foi reintroduzido em Audrey. Não parou por aí: quando a temperatura do corpo dela voltou aos 30°C, um desfibrilador foi usado para reiniciar o coração. No total, em seis horas ela (praticamente) morreu e renasceu.
A britânica ficou internada por 12 dias e não apresentou nenhum dano neurológico, algo quase impossível para quem tem uma parada cardíaca por tanto tempo como ela. “Estávamos muito preocupados com qualquer dano neurológico, dado que praticamente não há casos de pessoas que tiveram o coração parado por tanto tempo e foram revividas”, afirmou o médico, Eduard Argudo.
Audrey não lembra de nada antes de acordar na unidade de terapia intensiva do hospital. “Mas, desde então, eu tenho tentado ler mais, obviamente aprendendo mais sobre hipotermia e é realmente incrível que eu tenha sobrevivido”, ela diz enquanto planeja voltar a fazer caminhadas no próximo ano. Só que não mais no inverno. “Não quero que esse episódio tire esse hobby de mim”, afirmou.
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