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Da floresta à COP30: o impacto das mulheres na justiça climática

A trajetória de mulheres que transformam sementes em autonomia, regeneração e liderança climática ganha força na COP30 e ressignifica a beleza no Brasil

Por Cris Dios
21 nov 2025, 15h21 •
Duas fotos de Cris Dios na COP30: na primeira, ela fala ao microfone durante um painel; na segunda, posa sorrindo segurando o bloco do ODS 3, Saúde e Bem-Estar, diante de um painel colorido com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Na COP30, Cris Dios defende a força das mulheres da Amazônia e a importância da beleza limpa como motor de impacto social e climático (Laces/Divulgação)
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  • A coleta da semente de andiroba, realizada por mulheres nas praias do Marajó enquanto os homens vão pescar, é mais que cultura regional — é também exemplo de empoderamento e autonomia que se espalha por diferentes comunidades da Amazônia.

    Para figuras como Dona Francisca, vender sementes representa a possibilidade concreta de financiar a própria liberdade, saindo de contextos de vulnerabilidade e violência.

    Trabalho feminino que sustenta comunidades

    No Marajó, a atividade de coleta é majoritariamente feminina, complementando a renda familiar e promovendo independência financeira.

    Essa dinâmica também se repete entre as quebradeiras de coco babaçu, que conquistaram a Lei do Babaçu Livre no Congresso Nacional. A lei garante o acesso das mulheres aos babaçuais, mesmo em propriedades privadas, proibindo a destruição das palmeiras e assegurando renda, segurança alimentar, identidade cultural e autonomia produtiva.

    Feminino e clima: qual é a conexão?

    Como isso pode estar relacionado com a mitigação climática tão discutida na COP30?

    Através da voz do feminino nos quatro cantos do mundo — inclusive nesta conferência.

    Precisamos de uma COP30 com protagonismo feminino nas discussões climáticas.

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    O avanço do debate de gênero na COP30

    A COP30 em Belém marcou avanços na pauta de igualdade de gênero, com o “Gender Day”, que intensifica a participação de mulheres nas discussões sobre clima, racismo ambiental e direitos humanos.

    O Ministério das Mulheres promoveu formação política para mais de 300 novas lideranças femininas em todas as regiões do Brasil.

    Autoridades nacionais e internacionais participaram do painel “Mulheres, Clima e Poder”, reforçando a tese de que a justiça climática depende de mais mulheres no comando das decisões ambientais.

    Eventos e documentos lançados durante a conferência aceleraram o debate sobre financiamento climático com perspectiva de gênero, participação feminina nas decisões e valorização de soluções locais.

    Amazônidas, indígenas, quilombolas e agricultoras despontaram como lideranças estratégicas — na linha de frente das soluções e da resistência à crise climática.

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    O mercado da beleza: liderança feminina e desigualdades persistentes

    No segmento de beleza e cuidados pessoais, as mulheres representam cerca de 62% dos profissionais de salões de beleza do Brasil. Do total, 52% se autodeclaram pretas ou pardas, revelando o protagonismo de mulheres negras na área.

    Homens somam 38% dos trabalhadores, impulsionados pelo crescimento de barbearias e serviços masculinos.

    Há avanços em representatividade, com pessoas trans já compondo 9% dos profissionais, mas persistem desigualdades históricas: mulheres ganham, em média, 19% menos que homens no setor.

    Profissionais brancos recebem até 21% mais que colegas negros, e heterossexuais têm renda 23% maior que homossexuais.

    O rendimento médio dos profissionais formais em salões é de R$ 5.950, superando a média nacional; proprietários chegam a R$ 11.200 e autônomos a R$ 4.950 por mês. Apesar das discrepâncias, 87% dos entrevistados pretendem seguir na carreira, indicando força e continuidade no segmento.

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    Caminhos para liderança e equidade

    Empresas como a Laces, signatária do Pacto Global da ONU, têm metas claras: 30% de cargos de alta liderança ocupados por mulheres até 2025 e 50% até 2030. Em sua estrutura, o grupo já conta com 71% de profissionais mulheres e 65% delas em cargos de liderança, reforçando o compromisso com equidade, sustentabilidade e impacto positivo.

    A participação ativa no setor e nas discussões globais revela que, do campo à indústria, mulheres estão ocupando posições historicamente negadas — e ajudando a reescrever o futuro da Amazônia, do mercado de beleza e da sociedade brasileira.

    Beleza limpa como ferramenta de regeneração

    Em nossa palestra na Blue Zone da COP30, apresentamos o conceito de “varejo de regeneração”: o espaço na prateleira de farmácias e supermercados com regras mais inclusivas e justas para a “minoria” que é o cosmético de clean beauty.

    A beleza limpa representa 3% do mercado global, mas carrega um potencial regenerativo para toda a cadeia produtiva. Ao comprar um produto na cidade, contribuímos para que Dona Francisca, catadora de sementes, mantenha a floresta em pé e tenha fonte justa de existência.

    O protagonismo feminino na nova governança climática

    A COP30 marca uma nova era da governança climática, e as mulheres estão no centro dessa mudança. Hoje, apenas cerca de 33% dos delegados nacionais nas conferências climáticas são mulheres, mas essa proporção cresce a cada encontro, e o Brasil tem o poder de redefinir o que significa liderar de forma regenerativa e inclusiva.

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    As mulheres estão transformando a agenda climática em um movimento de implementação. Elas não apenas participam — executam, conectam e cuidam. Da pesquisadora à empreendedora da bioeconomia, da líder indígena à gestora pública, o que se vê em Belém é um mosaico de força, sensibilidade e ação.

    Justiça climática também é justiça de gênero

    A equidade ainda é um desafio. Enquanto apenas 3% dos fundos globais de adaptação consideram a igualdade de gênero, estamos mobilizando o que o Grupo Laces chama de multiplicador de impacto: bioeconomia + mulheres = regeneração real.

    Isso mostra que, quando o investimento alcança quem cuida, o resultado é duradouro, circular e justo. A liderança feminina não se limita a quebrar barreiras — ela redesenha modelos produtivos, colocando o cuidado como eixo econômico e o propósito como medida de sucesso.

    Há também uma razão maior para essa urgência: quatro em cada cinco pessoas deslocadas por eventos climáticos são mulheres e meninas. Falar de clima é falar de justiça — e justiça é ação, não apenas discurso.

    O Grupo Laces acredita que regenerar é também reequilibrar: entre o humano e a natureza, entre o feminino e o masculino, entre o lucro e a ética.

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    As mulheres que estão na COP30, na Amazônia, mostram que o futuro é feminino, colaborativo e possível. Esta é a COP da Implementação, mas também a COP das Mulheres que Regeneram — porque toda mudança profunda começa com quem tem coragem de cuidar.

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